Amy WatsonA subida no elevador do hotel parecia infinita. Meu coração batia igual bateria de escola de samba. Só não era tão bonito quanto porque o ritmo estava totalmente fora do compasso, mas até nisso havia alguma beleza. Minha respiração estava rápida e me faltava o ar como se tivesse acabado de correr uma maratona. Minhas mãos suavam e o suor do meu dedo deixou uma marca no botão que indicava o sétimo andar daquele hotel.
A gente já se conhecia, mas não se conhecia ainda.
Dei duas batidinhas na porta. Queria dar três mas minhas mãos trêmulas só tiveram força pra duas, a terceira ficou pelo caminho. Em alguns segundos a maçaneta girou.
Não sei se você estava do outro lado já esperando tão ansioso quanto eu ou se andava rápido, mas ver a maçaneta dourada girando me fez quase desmaiar.Minha boca secou e meu coração que antes batia tão forte parecia que esqueceu como se bate. A porta abriu e você tava lá. Do jeitinho que eu imaginava. Achei graça você estar de sapato dentro de um quarto de hotel, seu quarto de hotel.
Eu estava tão ansiosa pra te ver que nem pensei no que ia fazer quando te visse.
O que seria mais apropriado: Dois beijinhos? Um beijo na boca? Um abraço apertado e nunca mais soltar? Eu queria fazer todas as coisas ao mesmo tempo, fundir seu corpo no meu e sentir você ali comigo.E foi o que eu fiz.
Foi um abraço desesperado que virou um beijo desesperado e que virou uma transa desesperada. Eu não sabia onde eu terminava e você começava e a gente nunca terminava.
Eu nunca tinha sentido antes.
Conexão sexual ou amor, sei lá.
Mas aquilo era diferente.
Seu corpo foi a tela perfeita pro meu batom.
A gente não trocou uma palavra sequer.
Grunhidos, gemidos, uma coisa animalesca como uma trip da droga mais forte que tem. Fomos muitas vezes e quando a gente voltou parecia que tínhamos conversado por anos. Palavras não eram necessárias quando se estava com alguém com olhos tão expressivos.
Nossos corpos estavam quentes igual corpos ficam depois de passarem o dia inteiro no sol, o atrito da nossa nudez nos inundou de calor.
Eu não conseguia falar nada.
Abri a boca uma ou duas vezes mas nada parecia digno de ser falado sob aquela aura tão especial que a gente criou. Olhei pra cima pra te encarar e céus, sua boca é tão convidativa. Eu não tinha mais forças pra beijar mas acabei beijando mesmo assim.
Seu bigode arranhando meu rosto era algo que eu poderia sentir o resto da minha vida.
Eu não sei por quantas horas a gente se beijou, mas quando me dei conta me afastei de você assustada. Não porque havia algo errado mas porque eu senti que aquilo que eu estava sentindo poderia me matar.
Eu não sabia o que era mas eu sabia que sentia meus órgãos internos comprimidos, o coração acelerado novamente e dentro da minha cabeça eu conseguia ouvir uma contagem regressiva.Eu ia explodir, mas não sabia de quê.
– Eu te amo, Doce.
Foi a primeira vez que ouvi sua voz, de verdade, e ela veio num sussurro que eu quase não ouvi sob as batidas fortes do meu coração.
E foi aí que eu explodi.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The silent connection
Short Story"A gente já se conhecia, mas não se conhecia ainda." Amy como seu próprio nome já diz é amada por todos, principalmente por Harry só que possui um porém, eles nunca se conheceram, pelo menos não pessoalmente. A internet era local onde ocorria inúm...