Quatro

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James

Apenas uns dias se passaram e agora ele estava ali.

Os preparativos do matrimônio foram feitos às pressas, todos estavam enlouquecendo com a decoração, comida, bebida, vestimentas... Todos exceto, talvez, os noivos.

Mesmo sua mãe, Euphemia, parecia animada com a idéia de seu único filho se casar - mesmo que contra a vontade do mesmo.

Na quarta-feira, Minerva o chamou até sua sala. Quando James chegou, se viu de cara com a própria diretora da Grifinória, seus pais, Snape, uma mulher que só podia ser a mãe dele (se os longos cabelos negros e a magreza excessiva dissessem algo) e outra mulher loira que ele reconheceu como a decoradora mais exigida do mercado bruxo, Sollange McKinnon.

Eles haviam sido chamados para decidir a decoração.

A Sra. McKinnon tinha em mãos uma grande revista e passava as páginas lentamente, fazendo comentários sobre diferentes tipos de toalhas de mesa, tapetes, até convites. Cada um mais extravagante que o outro.

James já estava tonto.

Snape era outro que parecia irritado. Sua mãe (que James descobriu se chamar Eileen) o perguntava a toda hora sobre sua opinião, mas o mais alto apenas murmurava um "hum" desinteressado e voltada a ler um livro qualquer que ele trouxera consigo.

No quarto dia todas as mulheres estavam claramente desinteressadas, e até James começou a se preocupar seriamente com o casamento - apesar de não querer aquele noivo.

Então lá estavam eles novamente, na sala de McGonagall, discutindo outra vez por causa da decoração.

— Eu acho que dourado e branco seria adequado, principalmente porque, afinal, é um casamento abençoado pela própria deusa. — a Sra. McKinnon expressou sua opinião. — O que acha, Severus?

James já estava com dor de cabeça e, incapaz de fazer mais do que apenas murmurar, deixou a responsabilidade nas mãos pálidas de Snape.

— Eu pessoalmente achei feio. — a voz irritada do Sonserino fez James rir disfarçadamente pela cara da decoradora. — Porém eu gostei do prata. — completou ele.

— Um avanço, finalmente! — Eileen Snape ergueu as mãos para o ar como se comemorasse, suspirando aliviada.

— Pensando bem... — começou James, só para ver o circo pegar fogo, como dizia Lily. — ... Eu acho que o azul ficaria mais bonito.

— Pois eu acho inadequado. — Snape pareceu perceber seu jogo, se o seu sorriso de canto indicasse algo.

— Inadequado seria se vocês não escolhessem já a droga da decoração, afinal, só faltam três dias para o maldito casamento! — exclamou McGonagall, de repente parecendo muito irritada e cansada. — Agora parem de ser crianças e escolham logo esse inferno de decoração e acabem logo com isso!

Os dois adolescentes ficaram desconfortáveis instantâneamente. Suspirando resignado, Snape se levantou da janela onde, mais uma vez, estava sentado, e se amuou no sofá vermelho convocado pela professora de Transfiguração, pegando a revista de convites e, com uma careta, começando a folhear as páginas cheias de fotos de convites.

James fez o mesmo, se sentando no único lugar disponível - ao lado esquerdo do Sonserino - e, imitando as ações do mais alto, pegou uma das infinitas revistas de confeitaria para decidir o bolo.

Três horas depois e a decoração, alimentos e convites já haviam sido decididos, todos em tons de preto e prata, seguindo o gosto dos noivos. A pedido de James, um DJ bruxo havia sido contratado, e agora eles só precisavam decidir as músicas que queriam e os ternos dos noivos.

— Esse tom de creme é lindo. — Euphemia, sua mãe, elogiou, indicando a cor que James achou muito parecida com os outros tons que ele teria de usar em seu terno.

— Alguém me explica de novo porque eu vou ter que usar uma cor clara enquanto Snape vai usar o negro comum? — pediu o Potter enquanto fitava o Alfa da Noite de maneira irritada. A Sra. McKinnon tirava as medidas do Alfa enquanto este apenas olhava para o nada.

— Por que você é o Ômega, o que irá carregar a criança abençoada por nove meses, que irá dar a luz. — explicou Eileen, olhando casualmente as amostras de tecido colorido cuidadosamente, tentando decidir, com a ajuda do filho único, a cor que ela usaria para seu vestido.

— Grande coisa. — James murmurou irritado, mas foi ignorado quando a porta se abriu e a pessoa que ele menos esperava entrou, acompanhada do marido e os dois filhos.

— Eileen! Que desagradável encontrar você novamente. — Walburga Black exclamou com seu usual tom de deboche e ira reprimida. — Então, seu marido imundo fez um bom trabalho ao dar à sua prole um cérebro de verdade, visto que você não o tem, não é? — perguntou com uma risada nojenta, na opinião de James.

Snape ia claramente retrucar, mas Eileen ergueu a mão, sinalizando para que seu filho ficasse quieto, o que ele fez com uma careta de desagrado nada escondida.

— É realmente um desprazer encontrar você, Walburga. Diga, quando foi mesmo que seus filhos Sangue-Puro apresentaram seus poderes vampiros mesmo? — perguntou a mais baixa das duas, arqueando a sobrancelha negra com um sorriso sarcástico em seus lábios finos. — Ah, é. Me lembrei. Eles nunca fizeram.

— COMO VOCÊ OUSA! — berrou a Black, quase partindo pra cima da Ômega mais baixa, que recuou um passo, mas seu sorriso continuava inabalável, principalmente vendo a Black sendo segurada pelo marido.

— E qual o motivo de sua presença desnecessária aqui, Walburga? — perguntou Euphemia com uma careta.

— Ora, ora. — riu ela, parecendo estar se divertindo muito. — Vim aqui com meu marido e filhos apenas para parabenizar meu sobrinho pelo seu casamento, afinal.

— ...

Em um estalo, todos olharam para Severus Snape, que parecia estar muito chocado, e se a palidez anormal em seu rosto não fosse indicativo o bastante, seus olhos negros arregalados e o corpo tenso iriam entregar sua surpresa.

Ele se virou e encarou sua mãe, que perdera o sorriso e definitivamente rosnara para a Lady Black.

— O quê? — Minerva perguntou, rouca, congelada.

— É uma tradição dos Vampiros Puros, sabem como é. — ela deu de ombros se sentou no sofá vermelho, franzindo levemente o cenho ao encarar as anotações da decoradora. — Sua decoração parece simples demais, inclusive. — ela adicionou quando o marido se sentou ao seu lado, encarando Eileen com desdém.

— Tradição dos Vampiros? — perguntou James pela primeira vez.

— Eu não deveria, mas vou iluminar sua mente torturada, Potter. — Orion Black interferiu, a voz entediada, revirando os olhos prata. — Quando há uma família de Vampiros Puros e um deles irá se casar, é obrigatório todos da família estarem presentes. Um ritual de passagem, digamos assim. Quando todos os filhos estiverem bem casados todos podem voltar a se odiar novamente.

— Por sorte não terei de comparecer aos seus eventos, não é, irmãzinha? — cutucou Eileen. — Afinal, apenas Severus dará continuidade a família, visto que seus filhos são uma decepção para a linhagem de Vampiros Prince.

— Eu vou te matar sua... — Walburga realmente tentou alcançar sua varinha, mas Orion foi mais rápido e a pegou, guardando-a para si e garantindo a "paz" enquanto sua esposa estava claramente perdendo a linha.

— Bom... — Régulus Black tentou aliviar o clima. — ... Pelo menos serão só por três dias.

A Rosa Dourada - SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora