PROMETIDOS #1 [CONCLUÍDA]

17| Ava Beaufort

Sorrio quando Charlie passa o braço por minha cintura e nós saímos juntos do centro oncológico infantil.

Não sei se estou triste, feliz ou grata. Confesso que tentei de tudo para não chorar, não podia.

"Você foi ótima."

"Aquelas crianças são incríveis, Charlie. Queria poder ajudar mais, ajudar de verdade, sabe?"

"Temos que fazer isso mais vezes, mas sem câmeras, fica mais confortável."

"Você tem razão, conversarei mais sobre isso com meu pai."

"Alteza." Um guarda diz fazendo reverência assim que Charlie e eu atravessamos as portas do hospital.

Ele abre a porta do carro e nós entramos no mesmo.

Entrelaço minha mão na de Charlie e respiro fundo. Estamos indo para mais uma entrevista, e essa vai ser numa praça que foi em homenagem a minha mãe, então acho importante.

"Vai dar tudo certo." Ele diz, apertando minha mão.

(...)

"Vocês estavam tão lindos. Vimos umas fotos em um tabloide de fofoca. A matéria oficial só sai amanhã." Kendall diz sorrindo ao ver eu e Charlie passando pelo hall do palácio.

"Obrigado, Kendall." Charlie diz soltando minha mão.

"Onde estão as outras?" Pergunto notando a falta de Clare e Olívia.

"Clare saiu, Olívia está trancada no quarto estudando. Os garotos acabaram de ir embora. Ainda bem que vocês chegaram."

Assento.

"Irei descansar um pouco, ladies." Charlie diz fazendo uma reverência rápida antes de se afastar de nós.

"Ele é tão educado!"

Sorrio.

"Venha apaixonadinha pelo príncipe." Digo juntando meu braço ao dela antes de seguirmos o mesmo caminho que Charlie fez.

Ela ri.

"Jamais. Mas é a verdade, aliás..." Ela ri antes de respirar fundo "acho que estou apaixonada."

"Por Scott por acaso?"

"Sim! Ah ele é tão perfeito. Pena que já foi, acha que ele continuará conversando comigo? Não deixamos nada resolvido, mas passamos bons momentos enquanto ele esteve aqui."

"Não sei, não sou tão próxima dele, ou de algum outro primo, mas creio que se ele realmente tiver gostado de você, irá manter contato, não se preocupe."

"Então você diz: você é nova, ainda tem muito tempo até conhecer alguém certo."

"Eu não ia dizer isso, mas obrigada por lembrar."

"Não me dê expectativas!" Ela pede rindo.

"Não sei porque está insegura assim. Não sei o que lhe dizer, não tenho muita experiência com esse tipo de situação."

"Você deu sorte Maddie, de já ter o Charlie garantido sabe? E vocês estão tão apaixonados um pelo outro. As vezes acho que tenho inveja, mas estou muito feliz por vocês. Você sabe, só que eu me sinto sozinha romanticamente."

Mordo o lábio, ela nem sonha que Charlie e eu somos apenas amigos e que ele já está até apaixonado por outra.

"A Liv bateria em você se ouvisse isso. Não tem que se sentir assim."

"Por isso disse a você, a Liv não entende dessas coisas, mas pensei que você pelo menos pudesse me ajudar de alguma forma."

"Não posso, mas saiba que estarei aqui apesar de tudo, se der certo ou não, o que seja. Se você gosta dele, diz para ele, caso ele não saiba, é sempre bom ser sincera e se ele sentir o mesmo vai dizer também."

"Obrigada, Maddie."

"Quer comer um pouco de sorvete? Ou algo assim? Podemos assistir uma comédia romântica." Sugiro fazendo cócegas na mesma.

Ela ri. "Ok, ok, vamos lá."

Corremos o restante das escadas e fomos para o meu quarto, como não tinha mais nada para fazer e eu tinha o resto do dia de "folga", Mary preparou tudo para nós antes de nos deixar a sós assistindo um filme.

"Eu deixo você chorar." Kendall diz fungando abraçando-me de lado.

Suspiro, chorando. Não tinha outro filme menos triste do que esse? E eu pensando que era comédia mesmo.

(...)

"Obrigada, Maddie. Precisava me distrair, acho que vou tomar um bom banho de banheira." Ela diz antes de sair do quarto.

Suspiro, caminhando até a minha cama. As vezes sinto falta de uma mãe que não pude ter, minhas tias sempre foram ótimas comigo, melhor impossível até. E ainda sim, me sinto ingrata por não ter conhecido minha mãe, acho injusto ela não poder me ver crescer, me ajudar a crescer.

Espero que ver minhas tias em breve, elas evitam vir a Angeles mas quem sabe por mim? E se, talvez eu pudesse ir lá em algum momento? Seria perfeito, em breve as meninas não estarão mais aqui, evito pensar, mas é difícil. Parece difícil uma vida longe delas.

Charlie irá me ajudar, eu sei que vai.

Pego o travesseiro e me deito, abraçando-o antes de fechar os olhos e chorar. Isso está sendo tão conturbado que não tenho tempo para pensar, e quando penso, penso em excesso.

Devo estar muito cansada disso, será se tenho férias? Devo ter.

(...)

Abro os olhos imediatamente quando ouço uma porta bater.

Deve ter sido um susto.

Por quanto tempo eu dormi?

Sento-me na cama e procuro pelo celular para poder ver a hora.

Consegui dormir por umas três horas, um milagre, nessas últimas semanas mal consegui dormir durante a tarde, no máximo uma hora.

Estou com fome.

Peço para que Mary peça um lanche para mim enquanto tomo banho e troco de roupa. Preciso me espertar, deve estar quase na hora do jantar e não quero aparecer com o rosto inchado.

"Teve um bom sono, alteza?" Mary pergunta colocando a bandeja com salgados em cima da mesa próxima a sacada.

"Sim, nem percebi quando peguei no sono." Comento me sentando.

Ela sorri.

"Deseja mais alguma coisa?"

Nego com a cabeça enquanto mastigo o salgado.

"Qualquer coisa é só me chamar, alteza." Ela diz fazendo uma breve reverência antes de sair do quarto e me deixar sozinha.

Deveria ter pedido para ela ficar.

Suspiro antes de pegar outro salgado.

Será se terei momentos tão solitários como este? As vezes gosto de ficar sozinha, só as vezes, para pensar melhor. Quando estou ansiosa detesto ficar sozinha, se tiver pelo menos uma pessoa comigo sei que irá ficar tudo bem, e as vezes nem adianta.

Tento focar em terminar os salgados com suco que Mary trouxe para mim, preciso comer, e pensar em comida me parece a melhor opção no momento. Acho que vou atrás das garotas quando terminar de lanchar.