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O Hospital Geral de Amerville era o típico hospital de cidade "abandonada" pelo poder público, faltava remédio, médico, ou seja, o básico para que uma Unidade de Saúde funcionasse. Melissa sabia de tudo isso quando pediu para ser transferida para lá, ninguém entendeu porque uma médica tão conceituada iria querer ir para uma cidade como aquela, mas mesmo sabendo do histórico da cidade e do hospital ela insistiu.
Alugou uma casa em uma rua aparentemente tranquila, e apesar de não conhecer ninguém no lugar, se adaptou bem. Foi recebida com entusiasmo pelos poucos colegas, já que o hospital estava sem um médico de verdade a um bom tempo. Logo já estava se sentindo em casa, e mesmo depois de ter atendido vários jovens vítimas de tentativa de assassinato, overdoses e espancamentos, ela não desanimou, pelo contrário, aquilo pareceu lhe dar ainda mais ânimo. Se sentiu útil, ali ela realmente se sentia  necessária.
Depois de mais um dia no hospital chegou em casa e foi recebida por Einstein, o gato que ela havia encontrado dentro da casa quando se mudou, depois de por mais ração e água para seu companheiro ela tirou a roupa, ficando só de lingerie,  se serviu de um pouco de vinho, sentou no sofá e relaxou. Se sentiu bem consigo mesma, feliz até. Achou que seria muito mais difícil se adaptar e que sentiria falta do conforto da casa dos pais, mas a verdade é que ela agora tinha um cantinho só dela e era bom demais poder ser livre e não ter que ficar se explicando o tempo todo ou fingindo estar bem. Depois de duas semanas ali, ela compreendeu o quanto amava a própria companhia e a do gato, é claro e percebeu que não precisava de mais nada para ser feliz.

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