Segunda- feira, 05h da manhã.
Levanto, tomo banho, arrumo tudo que preciso levar pra faculdade e olho para as camas dos lados.
As duas dormem como pedras.
Com todo carinho e delicadeza, pega meu caixinha de som, e ligo um sertanejo no mais alto volume.
-INFERNO DE LUGAR PRA SE MORAR, EU QUERO DORMIR - gritou minha querida medusa, sempre doce e amável com suas palavras.
Medusa era uma garota muito bonita, magra, estatura mediana, pele bronzeada, cabelos pretos e cacheados. Seu verdadeiro nome é Yasmin, mas ela ama ser chamada de Medusa, pois segundo ela, a imagem de uma mulher com a cabeça cheia de serpentes, trás a ela uma imagem de poder, diante daquilo que tantas mulheres temem. Ela é uma mulher incrível, um tanto louca, mas incrível.
Desliguei o som, 14 segundos de música já foram suficientes para acordar uma delas.
No quarto ainda podia ser ouvido o ronco da ruiva, que por sinal, era bem alto.
Catarina, a enciclopédia do sobrenatural.
Ruiva, muito magrinha e de cabelos ondulados. Essa menina era apaixonada por coisas estranhas, desde o ensino médio, que segundo ela, após ler um livro sobre o assunto, se apaixonou e nunca mais deixou de ler sobre isso, sem sentir medo algum, apenas vontade de adentrar nesse meio. Pra ela, todas as coisas que acontecem comigo e com a Yasmin, tem explicações sobrenaturais, e como sempre eu digo que são apenas acasos do destino.
Ela realmente é uma mulher muito inteligente.
-Acorda bela adormecida, temos aula hoje, chega de moleza - falei enquanto já puxando suas cobertas.
Medusa já estava de pé, de cara fechada e resmungando algo sobre já querer a hora de largar.
Catarina levantou, meio sonâmbula, sem falar nada, como toda manhã. Ela parecia não saber nem seu nome, e acredito que realmente não sabia.
Ah, e tem Maria, que sou eu.
Não sou muito alta, tenho pele branca, cabelos castanhos claros, lisos e longos. Geralmente sou animada, mas em alguns dias estou pra baixo, como se minha vida fosse uma montanha russa, onde a maior parte de sua estrutura fosse no alto, e suas quedas repentinas passassem bem rápido, mas me deixando sempre com algumas marcas. Com o tempo vocês vão entender, meu humor é algo muito louco.
Todas nós somos estudantes de medicina veterinária, com 19 anos, e dividimos esse apartamento perto da universidade.
Alguns minutos depois, estávamos a caminho, a pé mesmo, pois moramos a 5 minutos de lá.
