Capítulo único

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– Eu odeio a tecnologia – Nymphadora Tonks reclamou enquanto digitava. Estava com o notebook apoiado no colo sentada no sofá.

– É um pouco irônico logo você falar esse tipo de coisa – respondeu sua colega de quarto, Fleur Delacour se aproximando com uma xícara de café, sentando-se ao lado da amiga e apontando para toda a tecnologia que ela estava usando: notebook, celular e fones de ouvido, além da televisão ligada.

– Ok. Eu odeio em partes a tecnologia.

– O que aconteceu?

– Eu finalmente descobri o que vou dar de natal para o meu pai: um disco dos beatles. Você sabe, o meu pai é todo antigo e gosta dessas coisas, no começo do ano ele comprou uma... Como que chama? Uma vitrola? Um toca-discos? Enfim. E ele não tem muitos discos ainda, eu estou procurando o Abbey Road pra comprar pra ele, mas tudo que eu acho é em CD. Fleur, eu não quero um CD!

– Como você consegue falar tanto assim? Ainda não são nem nove horas da manhã. – a loira se espreguiçou e olhou na tela do notebook.

– Porque eu estou desesperada! Em todas as lojas o prazo de entrega é de pelo menos 10 dias úteis. Eu não tenho DEZ DIAS ÚTEIS DELACOUR! O natal é semana que vem!

Fleur bocejou. Tonks e ela moravam juntas desde o primeiro ano da faculdade e três anos depois, ainda não havia acostumado com toda a animação da amiga, principalmente durante as manhãs.

- Você tentou procurar alguma loja física? Tipo um sebo?

- Delacour eu lhe daria um beijo neste momento se não tivesse certeza que você iria me bater por ser 100% hétero – Tonks respondeu muito séria e começou a digitar freneticamente pesquisando suas opções.



Tonks ligou em 6 lojas e nenhuma havia o disco que ela queria, aparentemente Abbey Road era um item um pouco difícil de encontrar. Descobriu um sebo imenso no centro da cidade, mas ao atenderem o telefone, o vendedor disse que não tinha certeza se tinha o disco, mas que ela poderia ir tentar a sorte, pois havia chegado uma remessa de discos dois dias antes. A mulher nunca havia ido em um sebo antes, por isso se assustou quando entrou. Haviam milhares de corredores cheios de livros, gibis, CDs e para sua felicidade: discos.

Ela correu até a sessão de discos teve vontade de gritar, estava no paraíso. A primeira coisa que encontrou, para sua felicidade foi a coleção de Queen. Tonks tinha absoluta convicção que Fred Mercury era o ser humano mais talentoso que já havia vivido no planeta Terra e qualquer um que tentasse argumentar o contrário com ela estava enganado. Achou um exemplar da gravação de 1975 de A Night at the Opera e soltou uma exclamação. Aquele era o melhor álbum da sua banda favorita e foda-se que ela não tinha o aparelho para ouvi-lo. Nymphadora Tonks o segurou como se sua vida dependesse dele e começou a procurar o disco para seu pai.

Tonks quase se esqueceu do propósito de ter ido aquele sebo quando percebeu um homem olhando calmamente as capas dos discos ao seu lado. Ele tinha os cabelos cor de areia, olhos âmbar e uma barba rala por fazer. Vestia uma jaqueta de couro por cima de uma camisa xadrez azul e carregava alguns discos embaixo do braço. Ele percebeu que a garota de cabelos cor de rosa o observava e sorriu. Tonks corou e deixou cair o seu próprio disco e ambos abaixaram para pegá-lo.

– A Night at the Opera – ele disse com uma voz rouca, como se estivesse em silêncio por um bom tempo – É um bom álbum, mas devo admitir que John Lennon deixa Fred Mercury no chinelo – ele continuou, apontando para o disco em sua mão A Hard Day's Night.

– Você tá maluco! – Tonks respondeu rindo descrente – Vou fingir que você não falou uma atrocidade dessas.

– Contra fatos não há argumentos – ele disse simplesmente e estendeu a mão – Mas é um prazer, eu sou Remus. Remus Lupin.

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⏰ Last updated: Dec 28, 2019 ⏰

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