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Acordei era por volta das 7h da manhã, então logo me levantei, fiz as minhas higienes e vesti umas calças pretas com um camisola branca, calcei os meus Nike preto e pus a minha corrente com o nome do Santi e uma pulseira de ouro que era do meu pai.

Sai de casa sem comer nada e fui logo direto para a boca. Assim que cheguei fui logo para a minha salinha e comecei a ver as coisas do morro.

Era perto das 10h da manhã quando recebo uma ligação em anónimo, achei meio estranho e ainda fiquei um tempo a olhar para a tela do celular até decidir atender.

*Ligação on*

Vini- Vn aqui. Quem fala?- pergunto arrogante.

Xx- Salvatore.- ouço do outro lado da linha e logo engulo seco.- Alemao, certo? - pergunta referindo se ao morro.

Vini- O que quer daqui?- pergunto sério.

Salv.- Direto, hein?! Gosto assim- "sinto" sorrir do outro lado- Quero fazer uma proposta.

Vini- De que tipo?

Salv.- Aliança comigo. Forneço o que puder em troca de tudo o que lhe pedir.

Vini- Hum. E o que quer?- pergunto interessado.

Salv.- Falamos com o tempo.- assenti, mesmo ele não vendo.- Por enquanto, deixe isto apenas entre nós. Até à próxima. - diz é desliga logo.

*Ligação of*

Fiquei um tempo a pensar sobre a ligação e então sorri, isto vai ser muito bom para o meu morro.

Depois de muito trabalho, sai da boca para almoçar e no caminho do bar da D. Carla, vejo Vitória a vir na minha direção, logo reviro os olhos.

Vitória-- Oi amorzinho- diz agarrando se no meu pescoço- Estava com saudades, nunca mais me procuraste--faz cara de cachorrinho sem dono.

Vini- Manca daqui Vitoria, não tenho paciência para ti.- digo arrogante, tirando ela do meu pescoço

Vitória- Sou tua fiel amor, não podes falar assim comigo.

Vini- Primeiro para ti é Vn, é segundo se eu não te procuro é porque não quero.- digo chateado apertando o seu maxilar- Buceta mais rodada da favela.- digo é viro as costas.

Vitória é uma puta aqui do morro, comi ela umas 4 vezes e agora vem bancar de fiel, vê se pode?!

Segui o meu caminho e assim que cheguei lá já dou de caras com o Enzo e a Alice sentados a falar. Aproximo me deles e sento me perto da Alice.

Alice- Finalmente. Estávamos à tua espera.

Enzo- Morta de fome- diz rindo

Fizemos o nosso pedido e ficamos a falar durante todo o almoço.

*Dih POV*

Estava no parque a vigiar os meninos enquanto eles brincavam e do nada sinto uma mãozinha tocar me na perna, olho para baixo e vejo Santi a sorrir para mim.

Dih- O que se passa meu amor? - pergunto sorrindo para ele.

Santi- Quando poxo ir passear contigo outa vez?- pergunta todo fofo

Dih- No fim de semana eu falo com o papá e vemos isso esta bem?

Santi- Simmm- diz e sai correndo indo para o escorrega sozinho

Depois de um tempo fomos para a sala para fazer uma atividade antes da hora de ir embora.

Sai da sala para ir com um menino à casa de banho, que era quase à frente da sala e quando voltei os meninos já estavam todos sentados, alguns a fazer palhaçadas, mas enfim.

Olhei para o Santi e ele estava num canto com um espaço entre ele e os outros meninos,ja tenho vindo a reparar nisto, mas desta vez ele estava de cabeça baixa com lágrimas à querer sair, logo comecei a ficar chateada e preocupada, mas não posso transparecer, aqui sou apenas educadpra dele tal como dps outros meninos.
Sentei me numa cadeira à frente deles.

Dih- Santiago, o que foi?- pergunto é logo ele levanta a cabeça e todos olham para ele.

Santi- Nada, pofessora.

Dih- E porque estás quase a chorar?

Santi- Caiu um xisco no olho.- diz dando um sorrisinho.

Apenas assinto e logo o Gustavo, um menino da sala, dos mais sossegados, levanta a mão e eu dou permissão para ele falar.

Gu- O Andé e o Luís, tavam a rir do Santiago pofessora.- diz tímido.

Dih- Ai sim?!- pergunto autoritária olhando para eles que logo baixam a cabeça- E o que os meninos disseram?

Gu- Que ele é estanho, que é pobe poque mora numa favela.- logo olho para o Santi e chamo-o ao pé de mim, o mesmo já estava com as lágrimas à rolar.

Dih- Muito bem meninos, olhem para ele?- todos olharam- O que ele tem diferente de vocês? Nada, ele é tanto criança, tanto pessoa como vocês são, e eu não quero este tipo de preconceito nesta sala. Vocês são muito novos para entender as coisinhas da vida e só tem 4 anos, não sabem o dia de amanhã, agora é ele que mora numa favela, amanhã vocês é que podem estar lá e ele numa casa enorme. Todos vocês são iguais, todos vocês têm o direito de viver bem e eu quero que vocês sejam todos amigos e que não se riam uns dos outros. E digam me uma coisa, vocês estão todos nesta escola linda, e ele tem tanto direito de estar aqui como vocês e tal como os vossos pais, o pai do Santiago também paga para ele frequentar a creche. Agora quero que vocês dois peçam desculpa ao vosso amigo e que isto não se volte a repetir. - digo de forma a que eles entendam bem.

Logo os dois pedem desculpa e abraçam o Santi, fazendo me sorrir.

Assim que os 3 se sentam, ouço batidas na porta e logo ela é aberta onde vejo o Vinicius e o Enzo a sorrir. Vou até eles com o Santi enquanto os meninos ficam sentados e logo ele vai para o colo do pai.

Vini- Oi meu campeão!- da lhe um beijo na bochecha- Porque essa carinha triste? Tiveste a chorar? - logo o Santi olha para mim.

Dih- Já resolvi, não há problema.- sorri-o mas ele olha para mim com uma cara nada boa- Depois explico melhor.- ele assente.

Enzo- Xauzinho Loirinha- diz para se irem embora

Dih- Mais uma coisa, vai haver uma reunião de final de ano, eu vou falar com os pais de cada criança um a um, e a do Santiago é na sexta-feira.

Vini- A Alice é que vem. Agora temos de ir.- apenas assento e fechei a porta.

Sentei me de volta no meu lugar e logo comecei a fazer um jogo com os meninos, que aos poucos iam embora.

Quando deu o meu horário, peguei nas minhas coisas e fui para casa, encontrando Luca no sofá a ver TV, sorri-o para ele e subo até ao meu quarto, pousando as minhas coisas.

"Passo aí daqui a nada" - Dih

Mandei a mensagem para o Vinicius e pousei o telemóvel na cama, saindo do quarto logo a seguir.


O Dono Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora