01: Anjo Ruivo

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ROSALIE:

Eu via o amanhecer do alto da árvore, o céu nublado e escuro por conta de uma possível chuva. Eu acabei de voltar de uma caçada com minha família, logo eu teria que ir me passar por uma aluna de ensino médio, outra vez. Nossa família se mudou para Aspen, após oito anos da transformação da Bella, aqui estávamos a dois anos morando e sendo um pouco mais simpáticos do que em Forks. Eu entro no meu quarto pela janela e tiro minha roupa para tomar um banho. A água fria cai sobre o meu corpo enquanto eu deixo a minha mente voar longe. Uma das coisas que mais me intriga foi eu e Emmett passar tantos anos juntos e nunca sermos o companheiro um do outro. Faz um pouco mais de três anos que descobrimos isso, e confesso que isso abalodou a nós todos. Éramos um casal que compartilhavam tudo e não nego, o sexo era o melhor. Mas depois tudo pareceu estranho entre nós, não tínhamos mais aquela química, foi quando Alice teve uma visão que estaríamos separados por tal motivo.

Nossos companheiros ainda iriam aparecer, mas quando? Não que eu me importe em ficar sozinha, ainda tenho Emmett como um grande amigo. E também como um ótimo amigo colorido.

Quando vejo que está na hora de ir, eu me visto rapidamente colocando por último os meus saltos. Entro no Jeep com Alice, Jasper e Emmett já que o casal melação Bella e Edward vão no Volvo prata do meu irmão.

— Está tudo bem Rose? Está tão calada.

— Sim, apenas não tenho nada a comentar. — respondo dando de ombros.

Em poucos minutos chegamos na Aspen High School, a escola tem menos de seiscentos alunos, tanto no período do dia, quanto da noite.
O carro é estacionado na mesma vaga de sempre, e eu já conseguia sentir o cheiro delicioso dos humanos, mas um cheiro diferente toma conta do ar. Um cheiro absurdamente doce e atrativo chama não só a minha atenção como chama a atenção dos meus irmãos.
Eu sinto o veneno se acumular na minha boca e minha mão vai diretamente ao meu pescoço. Eu procuro por todos os lados da aonde vem esse aroma delicioso.

— Wow! É forte demais. — vejo Bella resmungar com a mão na própria garganta. Edward segura seu pulso controlando para a mesma não tentar fazer nada.

— Minha garganta está queimando! Eu nunca... eu quero... — não consigo formar uma frase certa. — Da onde vem? — eu pergunto olhando para eles.

Vejo Jasper tentar usar seu dom em nós, porém o mesmo também está embriagado com o cheiro.

Eu poderia ir atrás do cheiro, saber quem cheira de forma tão atrativa. Meus instintos mandam eu ir atrás, eu quero ir atrás. A sede se instala em mim como nunca antes, sinto meus olhos escurecendo e também sinto o meu controle indo embora. Nunca senti tanta fome como agora, se o cheiro é tão delicioso, imagina o gosto do seu sangue.

— Rosalie não! — antes de dar o primeiro passo para ir atrás da presa, sinto mãos me agarrar. — Você não quer fazer isso, mantenha o controle irmã. — Edward diz se pondo na minha frente.

— O que está acontecendo? Rose?

— Ela está mais afetada que todos nós. O cheiro pra ela era igual o de Bella para mim. — ele responde Emmett que também está atento aos meus atos.

— Saia Edward! — eu rosno tentando me libertar de seu aperto.

Agora não só Edward está disposto a me parar, mas todos estão. Sinto uma calma me invadir. Jasper está usando o seu dom em mim, no fundo eu agradeço. Eu não poderia expor todos nós.

— Acho melhor voltarmos para casa.

— Não. Vamos continuar mantendo as aparências, mas Rosalie não deve ficar sozinha. Ela tem pensamentos bem convictos sobre se alimentar do possível dono do cheiro.

Sou arrastada até a entrada do prédio. Jasper e Emmett me acompanham até a sala de aula, o cheiro inebriante continua, mas não tão forte, como se o sono estivesse longe. Apenas Emmett tem aulas comigo hoje. Me sento ao seu lado ainda sobre o efeito do dom de Jasper. Agradeço Emmett com um olhar, eu acho que jamais iria imaginar que eu ficaria tão embriagada com um cheiro como agora.

Quando vejo o professor entrando, um cheiro vem o acompanhando. Aquele cheiro, o maldito e delicioso cheiro. Rapidamente meus olhos se movem em direção a porta e vejo a porra de um anjo ruivo.

Sinto a mão de Emmett apertar a minha coxa, já que o mesmo reconheceu o delicioso perfume inebriante. Trocamos olhares preocupados, eu não vou aguentar.

A dona do aroma que instiga o pior de mim é uma obra de Michelangelo. Seus longos cabelos ruivos vão até o começo da sua bunda, na qual fica bem marcada pelo jeans que a mesma veste. Me fazendo ter vontade de apertar as minhas unhas naquele lugar. Sua pele pálida se destaca com o preto de sua blusa de manga comprida. Ela tem a droga de uma áurea angelical, pura e inocente.

— Bom turma, temos uma nova companheira de classe e eu espero que ela seja bem recebida. Se apresente querida.

Vejo suas bochechas ganharem coloração pela timidez, todos olham com curiosidade para ela. Talvez admiração.

— Sou Melissa Wood e... hum, vim de Seattle. — sua voz faz minha mandíbula trincar. Até a sua voz tem uma essência angelical.

— Emmett, eu não sei se consigo.

— Não podemos Rose, vamos aguentar até o final, depois vemos o que fazer.

Melissa...

Vejo ela se sentar duas mesas a frente, ao seu lado está uma garota que não faço a mínima ideia de quem seja, mas pelos óculos enormes e as roupas largas, acho que seja uma daquelas nerds.

Eu respirei aliviada, respirei mesmo sem precisar quando o último sinal antes do horário do almoço tocou. Eu saí as pressas com Emmett na minha cola. Ele também não estava suportando.

Me sento ao lado de Alice, a mesma deveria saber que a dona do cheiro iria acabar parando na mesma aula que eu.

— Eu não tinha como avisar, também fui pega de surpresa.

— Ela é a porra de uma droga inebriante e viciante. O cheiro dela está me atraindo e me convidando.

Assim que falo, meus olhos acompanham a praga que está me atormentando, ela entra no refeitório acompanhada de uma loira, reconheço a mesma. É Davina Gilbert, não tem um grupo específico, mas vive com seus amigos sem se desgrudar.

Melissa pega pouca comida. Apenas uma maçã, um suco e um misto quente, deve ser por isso que ela é tão magra e pálida. Não se alimenta direito.

MAS QUE DROGA, O QUE EU ESTOU FAZENDO, CUIDANDO DA GAROTA??

Eu acompanho cada movimento seu, sem controle algum de desviar meus olhos. Cada movimento, os dos seus dedos, seus olhos verdes esmeraldas, seus cabelos cheirosos, sua boca enquanto mastiga o alimento humano e quando conversa com seus novos colegas.

Em um certo movimento, a camisa escorrega pelo seu ombro, deixando sua clavícula amostra e nela uma pequena marca roxa. Rapidamente ela coloca sua blusa no lugar me deixando intrigada.

— Vocês também repararam? — eu pergunto ganhando a confirmação de todos.

Ela agora começa a olhar para todos os cantos do refeitório, aluno por aluno, como se analisasse cada ser que aqui está presente. Quando seus olhos encontram os meus, ela mantém a guerra de olhar, logo vejo seus olhos percorrem a mim como assim eu fiz com ela.

Ela da uma leve inclinada na cabeça e logo balança a mesma como se quisesse afastar algum pensamento.

Olho para o meu irmão leitor de mentes que está com um olhar intrigado.

— Eu não consigo ler seus pensamentos, não totalmente.

— Como assim?

— Eu consigo tirar poucas coisas de sua cabeça, é como se ela soubesse que alguém fosse ler e logo bloqueia sua mente. — ele responde. — Mas conseguia ler que ela ficou curiosa sobre a nossa mesa, ela se perguntou quem nós somos. — ele comenta.

Volto a olhar Melissa e vejo a mesma me encarando sem nenhum pudor. Como os jovens dizem hoje em dia...

Ela tá me secando com os olhos.

Rosalie HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora