Narrador P.O.V.
A queria.
Não havia bem a amado.
Só a queria.
Aquilo parecia atraí-lo de maneira tão intensa, que, em sua cabeça, não havia outra solução, a não ser tê-la para si - e só para si.
Não sabia do que se tratava, mas era algo e, com certeza, não era paixão... Na verdade nunca se apaixonou pra ter tanta certeza assim.
Mas não era paixão. Não era amor. E não era um simples desejo.
Bem, era unicamente tê-la que fazia parte de seu mais profundo querer. E só... só em pensar no quão simples foi desabrochar esse tal sentimento... lhe causava uma rápida confusão.
Só a queria.
E quis.
Simples, como se fosse um desejo qualquer.
Depois notou o quão forte e verdadeiro aquilo era.
Em frente àquela escola.
Estava só a procura de seu irmão mais novo e, dali, mal sabia que se depararia com aquela mulher, que, inicialmente, achou que fosse mais uma colega de Jaxon.
A achou tão bonita, que, num mal feito piscar, notou que não conseguia parar de olhá-lá.
Tinha um sorriso encantador. Havia ali um par de lábios chamativos. Os seus olhos lhe desencadearam uma conexão tão intensa que lhe faltou ar por seguidos quinze segundos - embora ela nem tenha o olhado. E se pôs a apertar o volante com tanta força no instante em que a viu cruzar os braços, demonstrando um pouco mais de confiança, que só desejou sentir como era tocar naquela pele, especialmente na de seu rosto - quando viu suas bochechas se esticarem ao ficar minimamente séria.
E o mais angustiante de tudo era que, no segundo em que se bateram os olhos, Justin sentiu uma imensa vontade de agarrar o seu irmão e tirá-lo de perto dela - e só estavam conversando e, certamente, um pré-adolescente não seria uma ameaça. Morreu de medo de jamais vê-la - e sempre foi raro Justin ter medo. Quis trazê-la para tão perto a ponto de escondê-la de todos - especialmente dos homens que passavam.
Precisava protegê-la.
Precisava conhecê-la.
Precisava fazê-la só ter olhos pra ele.
Precisava que ela apenas lhe pertencesse.
Era todas as sensações que guardava no peito.
E como tinha sido tão fácil reparar nisso tudo e, principalmente, nela?
Ao longe a mesma se passava despercebida, pelo seu corte de cabelo comum e roupas que, talvez, não fariam jus a sua idade.
Não, ela não era o tipo do Justin e, repentinamente, acabou tornando-se. Acabou sendo só ela e... ela. É ela.
Quando nem se percebia mais as próprias ações - ou a razão delas - se viu questionando ao Jaxon um "Quem é ela?" - no mesmo instante em que o mesmo entrou no veículo -, e com urgência, mesmo que só fosse capaz de fitar o sorriso frouxo da moça do outro lado da janela enquanto também a via simplesmente acenar.
ㅡ Quê? ㅡ Jaxon não entendeu o porquê da pergunta, então fez-se de desentendido.
ㅡ Quem é aquela mulher, Jaxon? ㅡ num tom baixo e firme.
Precisava saber quem era ela.
ㅡ Hailey ㅡ fez uma pequena pausa, que deixou Justin cada vez mais ansioso ㅡ Ela é a professora da Jazmyn.
Professora...
ㅡ Professora?
Parecia aluna.
ㅡ Professora ㅡ confirmou no tom mais óbvio.
A verdade é que Jaxon nunca havia visto o seu irmão tão curioso em relação a uma mulher desse jeito antes. Ele se interessava - é claro -, mas nunca quis saber nada sobre a vida de qualquer uma.
E Justin, encostado naquele banco, prestes a desistir de ligar o carro outra vez, deu-se por vencido... por enquanto.
Era Hailey. Era professora.
Era bonita, atraente, intensa, chamativa... em cada detalhe.
E, bem, Hailey não era apenas bonita.
Não era apenas atraente.
Não era só intensa e chamativa.
Era perfeita.
Perfeita.
Feita para ele.
E nada mais tinha importância.
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Possessive Heart
RomanceHailey não sabia como agir. Sua vida naturalmente calma havia se tornado algo que ela nunca tinha pensado antes. Justin entrou em sua rotina repentinamente, e ela não tinha planejado um alguém - afinal, nos últimos anos, o que havia planejado? O hom...