VI

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FLASHBACKS

- E como você espera que eu acredite em você? - Questiona enjoado. - Você me arrasta até a 'porra deste restaurante só pra zombar da minha cara? - Luta contra a persistente ardência entre os olhos. - É isso o que eu significo pra você?

Sentiu-se um bobo no mesmo instante, diante de tamanha situação, nunca passou por algo semelhante antes, suspira pesado, seria menos doloroso se não fosse Taehyung defronte para a sua faceta alarmada, - pressiona os punhos sobre a mesa -, quem sabe menos estressante.

- Você mente muito mal, - reinicia, - fala a verdade, diz pra mim Kim Taehyung, é mentira, não é? - Suplica.

- Jimin, eu... - Hesita em responder.

Desejou, com todas as forças que fosse mentira, assim não precisaria, em hipótese alguma, contar a verdade.

- Desgraçado, - esbraveja, - você sabia de tudo este tempo todo, - não controla os soluços, - e não me disse nada?

- Eu, - viu-se encurralado, - me desculpe. - Desiste.

- Merda. - Esconde o rosto entre as palmas.

Não queria que o vissem fraquejar, inclusive Taehyung, não podia se permitir tanta humilhação, era proibido demonstrar seus medos, suas fraquezas, seus problemas, mesmo que isso implicasse em se excluir do mundo para sempre, Park Jimin não era frágil.

- Me desculpe. - Volta a pedir.

- Para de pedir desculpa 'porra! - Rosna. - Para de pedir desculpas. - Tensiona a mandíbula. - Eu...

Não sabia como reagir, quais palavras usar, diante de tantas informações, seu peito arde em temor, lutava contra as incertezas que aquela conversa plantou em sua mente. As linhas transparentes deslizam livres sobre a superfície da sua pele quente, com as bochechas queimando ergue o tronco cansado, precisava ir embora, não lhe importava o local, bastava apenas sair necessitava de ar fresco.

- Jimin? - Taehyung o segue.

- Não vem atrás de mim! - Adverte.

- Jimin, - atravessam o saguão do restaurante consternados, - por favor, vamos conversar. - Comprime os lábios.

Park mira seu rosto, e pode perceber naquele instante que quando se descobre a verdade sobre alguém que é simultaneamente desmascarado, a forma como se é vista trasmuda imediatamente, já não enxergava Kim Taehyung como parte da família, não era seu irmão, e melhor amigo, não passava apenas de um miserável mentiroso.

Abriu o riso cético, não cria, tudo aparentava estar errado, os cacos retornaram a espatifar seu âmago gradativa e crítico, se não fosse pela tremenda farsa qualquer outro seria 'idiota suficiente para sentir pena da expressão arrependida estampada no rosto do seu "amigo".

Amigos não mentem, analisa o fosco em seu olhar pérfido, amigos não traem, entorna o pescoço sem compreender integralmente a situação, amigos protegem, quando se é amigo devemos defender, guardar, viver, tudo isso juntos somados a promessa de que não existem segredos entre amigos de verdade.

$Ting Jikook (납치)Onde histórias criam vida. Descubra agora