7:38 da noite. Domingo.
Eu estava voltando pra casa depois de uma longa e pensativa caminhada. Meu celular estava quase sem bateria, já tinha ouvido cada música da minha playlist pelo menos umas 4 vezes.
Eu estava exausto, aquela deveria ter sido a caminhada mais longa que eu já havia feito. Minhas pernas doiam como se eu tivesse levantado peso por horas. Talvez essa seja uma descrição meio exagerada, mas não deixa de estar bem próxima ao que eu estava sentindo.
Embora a dor e o cansaço, esses passeios me faziam muito bem. Eu me sentia livre, como se pudesse fazer o impossível, eu sentia como se fosse a última pessoa no mundo e esquecia de todo o resto. O vento em meu rosto era incrivelmente milagroso. Eu realmente estava precisando daquilo.
Já estava na frente de casa quando vi aquela cena desprezível.
A última coisa que eu queria agora era ver meu vizinho no gramado quase engolindo uma garota aleatória. Bem, pelo menos aquela era mais bonita que a da semana passada. O domingo para aquele cara era como o "Dia de beijar uma garota em público com o intuito de constranger meus vizinhos e familiares". Cansado de contemplar aquela indecência, entrei em casa. Meu pai não estava lá, o que não me surpreendeu. Deitei no sofá e tirei meus sapatos. Eu não tinha ideia de quão cansado eu estava até que eu fizesse isso, fechei os olhos por um instante e quando percebi eu já estava sonhando.
