Capítulo Único

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Mo estava atirado de barriga para cima em sua cama bagunçada pela noite passada, que fora repleta de reviradas. Segurava em uma das mãos o seu celular, que se pudesse falar pediria para que trocasse a película quebrada e o apertasse um pouco menos.

A claridade invadiu aquele quarto através da janela que deixara aberta no dia anterior, e o forçou a apertar os olhos com força, implorando por pelo menos cinco minutos de descanso. Quando pensou que poderia cochilar por alguns instantes, ele escutou batidas na porta.

— Daqui a pouco eu levanto. — Disse, torcendo para que desistissem logo.

Após as batidas cessarem, seu celular começou a tocar. A fim de se livrar da perturbação, ele tratou de atender, contragosto, o aparelho.

— Quem em sã consciência liga para alguém nesse horário? Seja quem for, vai se fuder! — Gritou com todo seu mau humor diário.

— Pequeno Mo~ Seja mais gentil comigo. — Uma voz familiar veio do outro lado da linha e também detrás da porta.

Por conta da lerdeza, causada pela sonolência, Mo levou uns instantes para distinguir a voz e assim que percebeu de quem se tratava, levantou-se às pressas e jogou o celular na cama. Ele correu até a porta e abriu-a, encontrando He Tian com o celular no ouvido.

— Aí está o dorminhoco. — Brincou, guardando o celular no bolso.

— Você tem merda na cabeça? Por que diabos está aqui? — Já sentia seu sono sumir por conta da raiva.

— Queria te ver, não posso? — Fez uma carinha tristonha, que não deixou Mo convencido — E nossa... Não imaginei que me receberia assim. — Admirou a barriga desnuda de Mo.

— Já viu, não?! — Cobriu-se com ambas as mãos, sentindo seu rosto esquentar violentamente.

— Sua mãe comentou que estava de mau humor, mas você está sempre assim... Ainda assim resolvi te convidar para sair. — Sem permissão, entrou no quarto, já olhando ao redor — Aqui está ainda mais bagunçado que a última vez. — Comentou fugindo do assunto.

— Ah, quem disse que eu vou com você? — Queria rir do quão convencido Tian era.

Enquanto procurava por uma camisa limpa no armário, pensava em como He Tian sempre conseguia o que queria.

— Amanhã eu te deixo livre se sair comigo hoje. — Propôs, se jogando na cama de Mo.

Ele preferia acreditar que tudo o que fez não foi por ser convencido por Tian e sim apenas para se livrar do mesmo.

— Merda, isso parece bom... — Grunhiu baixinho — Que seja, mas cumpra! — Vestiu uma camisa laranja que encontrara e fechou a porta do armário.

— Vamos! — Se levantou da cama na maior velocidade e arrastou Mo para fora do quarto.

Eles encontraram a mãe de Mo no corredor, que sorriu gentilmente para He Tian.

— Olá, tia! Nós estamos saindo agora, tudo bem? — Falou de um modo gentil, que nem Mo o reconheceu por alguns instantes.

— Olá, querido! Sim, sim~ — Respondeu com uma voz doce.

— Mas que... — Mo se perguntou quando eles ficaram tão amigos assim, estavam até diferentes.

Após He Tian dar uma pequena reverência a ela, ambos continuaram o percurso do corredor até a porta de saída.

— Antes de saírem... Levem um guarda-chuva, acho que vai chover. — Deduziu, olhando para o céu pela janela.

— Não precisa disso, vamos sair logo. — Mo reclamou, recebendo um olhar desaprovador de sua mãe.

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