Changing History - Golden Era

Chapter III

⁂ 🅅🄰🅁🄸🄽🄷🄰 🄴 🅂🄴🄻🄴🄲🄰🄾 ⁂
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Ela terminou a última coxinha de frango que colocou no prato e ficou encarando o vazio por um tempo. Pensando em nada, tentando absorver o que tinha acontecido. É, parece que tudo pode mesmo mudar da noite para o dia - Claire pensou - eu só gostaria que isso tivesse acontecido antes.

Não é como se tivesse lhe faltado algo na sua infância. Mas nunca pôde dizer que realmente era feliz.

Sempre morou na mais elegante e luxuosa das mansões, recebendo tudo o que queria (e o que não queria também). Seus pais eram muito ricos. Ricos até demais.

Ah, ela só desejava que tivesse pais. Pais de verdade, que estavam lá para você quando precisava, que te ensinaram à andar de bicicleta, que lhe diziam que te amam que nunca de abandonariam. E muito, muito, muito mais.

Claire trocaria toda a sua fortuna e herança e moraria na rua por pais assim. Mas ela sabia que, para eles, nunca foi uma filha. Eles nunca quiseram uma. Queriam mesmo era uma herdeira. Alguém que a mídia diria que existe e que posasse nas fotos com eles e com um sorriso falso estampado no rosto.

Sempre lhe mandavam os melhores e mais caros celulares, bolsas, sapatos e qualquer coisa que valesse muito. Não para ela, é claro. Para os outros. Para que  vejam que podem pagar, já que só se importavam com isso. A merda do dinheiro e da sua 'imagem'. O que diabos isso significa?!

Sempre lhe colocaram nas escolas mais caras, mas nunca nem sequer olharam ou foram receber um dos seus boletins, que tinham notas muito boas, na verdade. Claire odiava essas escolas, lá só tinha gente como eles! Ricos, mimados, acham que podem pisar nos outros, falsos e que vivem por sua "imagem" na droga da mídia.

Só lhe visitavam para passar mais ou menos um fim de semana duas ou três vezes no semestre desde que tinha 5 anos! Passou todos os natais, dias de Ação de Graças, dias das mães, dos pais, das crianças e aniversários que se lembrava sozinha, porque seus pais estavam tomando sol no Caribe ou nas Bahamas. Também não tinha outros parentes, já que resolveram cortar relações com todo o restante da família.

Ela os odiava com todas as suas forças. Os odiava por lhe privarem de todo o carinho e amor que uma criança precisa receber. Porque nunca se importaram se estava bem, ou se estava melhor de um resfriado. Não se lembra de ter recebido um "eu te amo" em sua vida toda. Fora criada por criados, pessoas que na maioria das vezes lhe chamavam de senhorita. Mas mesmo assim se tornou uma pessoas incrível, e tinha um alguém em especial que é o responsável por isso.

Só que seu 'encanto' não lhe ajudou nem um pouco. No ambiente que vivia, com aquelas pessoas terríveis que lhe abraçavam e quando virava as costas diziam que odiavam aquele alguém, ser melhor em algo não é nenhuma dádiva. Só lhe transforma em um alvo. Mas, como já foi dito, ela nunca se importou com a opinião deles.

Agora seus olhos pararam em quem realmente importava para a jovem Rosier. Os Marotos conversavam animadamente sobre alguma coisa, mas Peter parecia um pouco de fora.

Levantou com sutileza e se dirigiu ao diretor, que conversava baixo com alguém que ela não reconheceu.

- Professor Dumbledore?

- Ah, querida, já terminou de almoçar?

- Sim, a comida estava ótima. Mas gostaria de saber o que vou fazer agora. O senhor falou mais cedo que Oliwanders viria aqui para, uh, achar minha varinha.

- Isso mesmo. Ele já está aqui, e está só esperando por você - o estômago da garota se revirou de ansiedade e medo de algo dar errado, tipo não existir uma varinha para ela porque não era uma bruxa de verdade, ou algo do gênero. O velho apontou para o meio gigante, que esperava na porta do salão e deu um aceno para o mesmo - por favor, acompanhe Hagrid, o nosso quarda-caça, ele te levará para o Senhor Oliwanders.