Kim Dahyun P.O.V
51...50...49...48...47...46......15...14...13...12........5...4...3...2...1. Uma pessoa acaba de morrer, pra ser mais específica, um médico cujo eu já apertei a mão, olhei nos olhos ou simplesmente li seu nome na plaquinha cinza sobre a mesa de seu consultório. Me jogo na cama e fecho os olhos com força, tentando afastar a dor de cabeça constante que eu sinto, mesmo sabendo que é impossível quando eu sou praticamente um relógio ambulante que escuta "tic-tac" ecoar pelo meu cérebro desde a hora em que nasci. Lembro-me como se fosse hoje da minha mãe me levando até o quarto e se ajoelhando na minha frente, seu sorriso terno de quem escondia algo e o cheiro delicado dela ainda estão gravados na minha cabeça, talvez pelo que eu ouvi ou pelo nervosismo de estar prestes a ouvir algo, ela sorriu para mim e alisou meu braço, vendo que eu não estava entendendo absolutamente nada: "Dahyun, você tem um dom, bem...nossa família toda tem esse dom." Ela disse. Na minha inocência de criança de cinco anos, me empolguei achando que eu seria uma das super heroínas que via todos os dias na televisão salvando o mundo e se divertindo, em tão pouco tempo, e com pouco quero dizer milésimos de segundos, pensei que o dom era voar, ler mentes, ficar invisível, super força..." Você, assim como todos nós, temos o dom de saber quando a vida de uma pessoa vai acabar." Minha terna mãe continuou, esboçando em seu rosto um sorriso pacificador. Olhei torto para ela, não entendi o que aquilo significava ou para que servia, mas nada disse, não queria fazer ela explicar, mas, mesmo assim, ela continuou: "Nós temos na nossa cabeça algo chamado subconsciente, minha filha, quando você vê o rosto de alguém na rua, mesmo que depois não se lembre, seu subconsciente terá guardado nele os olhos dessa pessoa, e pode ter certeza, Dahyun, você saberá quando essa pessoa morrerá". Recuei um passo para trás, eu era muito pequena, esse assunto de morte nunca foi algo em que eu pensei, para mim, sempre seria algo distante de acontecer, só quando eu estivesse velhinha, o que ia demorar muito, por isso me assustei com o que minha mãe falou.
Era uma informação estranha, mamãe repetiu inúmeras vezes com medo de eu não entender, mas foi ali que ela se enganou, crianças entendem melhor que adultos, não precisaram de muitas palavras ou muito tempo para que na minha cabeça de cinco anos estivesse "Eu sei quando as pessoas vão morrer". Lembro-me de escutar a porta abrindo devagar e vi meu irmão, Kim Jongin, que na época tinha 12 anos, espreitando nossa conversa, lembrei então que mamãe já havia chamado ele para uma conversa assim, quando viu que eu sabia que estava ali, correu e desceu as escadas rapidamente. Voltei o olhar para minha querida mãe, ela ainda sorria e me transmitia calma, mas eu já não estava mais nervosa, para ser sincera, eu fiz pouco caso daquela informação, para mim, continuava sendo algo irrelevante, eu nunca tinha previsto ou sentido a morte de ninguém, ou pelo menos não lembrava...achei que era algo passageiro, algo que com o tempo sumiria, pelo menos agora eu tinha a explicação do porquê minha cabeça fazer sons de relógio baixinhos.
Dois dias se passaram, Jongin estava no meu quarto me ajudando a arrumar minha mochila, até que ele sentou na minha cama e deu batidinhas ao seu lado para que eu sentasse ali, em seguida, segurou minhas mãos com suas luvas quentes, olhei para a carinha feliz estampada em seu gorro, o que me fez sorrir também, de repente, a voz rouca e calma dele soou pelo quarto: "Dahyun-ah, tem uma coisa que a mamãe não te contou sobre o segredo da nossa família."
Perguntei ansiosamente o que era e ele continuou: "Você confia em mim e promete que nunca fazer o que eu estou prestes a dizer?". Confirmei com toda a certeza do mundo, acima da curiosidade que eu estava sentindo, havia ali na minha frente a pessoa que eu mais confiava nesse mundo, então me atentei no que ele dizia: "Dahyun, quando tiver minha idade, vai poder pensar com mais clareza e prever o fim das pessoas, mas não importa o que você souber, não importa a precisão que você saiba sobre cada segundo da vida da pessoa, você nunca pode falar em voz alta!". Fiquei confusa mais uma vez, mas como era criança, logo pensei: " Eu sei quando as pessoas vão morrer e não posso falar isso em voz alta".
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267 Dias x Saida
FanfictionO que você faz quando você tem o dom de ver o fim da vida de alguém, menos da sua? O que você faz quando sua alma gêmea tem apenas 267 dias, 15 minutos e 40 segundos restantes? O tempo está correndo e nada pode ser feito para impedir a chegada do qu...