Abri meus olhos e percebi que estava dentro de uma casa abandonada. Deitada no chão, meu corpo estava imóvel e ainda por cima, dopada.
– Droga – murmurei. – Aconteceu de novo.
– Já está na hora de você ser responsável, Ava. – Disse uma voz misteriosa.
– Quem está falando? – Gritei.
– Ora bolas! Olhe ao seu redor, você encontrará a sua resposta.
Observei ao redor cada detalhe que havia naquele lugar. Teias de aranha inundando as frestas das janelas, o chão podre, o lustre do tamanho de um carro que se pendurava diante daquele enorme teto que ameaçara a cair há qualquer momento. Me olhei no espelho, eu estava com o vestido rasgado e manchado de sangue. Outra vez.
– Eu não consegui encontrar nenhuma resposta, aliás, acabei encontrando mais perguntas.
– Oh não... Acho que iremos iniciar novamente.
Meu coração começou a acelerar, enquanto alguém enfiava um pano em minha garganta até eu perder a consciência.
Apaguei.
Abri os olhos novamente, eu estava no mesmo lugar, dentro de uma casa abandonada, deitada no chão, imóvel e dopada.
– Droga, o que foi isso? – Resmunguei. – Quem você pensa que é?
– Prazer, me chamo coração.