Três

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Harpias voavam metros da terra. Fiquei em baixo de uma árvore na ponta do penhasco. Precisava de algo para distraí-las.
Encostei minhas mãos na grama tentando sentir a energia da árvores mais distante que conseguia, assim que fizesse, faria ela crescer suficiente para que as águias mutantes notassem. Nunca fiz isso antes, espero que dê certo. Como dizem, tem uma primeira vez para tudo, certo?

A árvore que cresceu não era tão longe quanto eu esperava, mas dava para voar e manter uma longitude segura entre mim e os outros . Como eu tinha pensado, metade delas desceram para lá, deixando a outra metade alerta próximo a planta. Era agora. Faço o uso do truque de ilusão novamente me deixando escondida. O único lugar que eu poderia ir, era Valazia, o mais perto e o menos perigoso, apesar de tudo o que aconteceu, tenho que ir para lá avisar meu país sobre as coisas que aconteciam na floresta. Não poderíamos voltar para lá, pelo menos não naquele exato lugar, talvez um lugar mais distante. Como o sul.

Estou alguns minutos voando em direção ao país quando sinto uma tremenda dor em meu braço esquerdo. Parecia uma harpias que tinha visto hoje de manhã, a com penas pretas e opacas. Suas unhas miravam em minha direção, tiro minha espada das costas e viro para ficar de frente para a mesma, fazendo-a rir.

-Acha que consegue me derrotar com esse pedaço de metal?

Sorri sabendo que ela não esperava pelas outras cartas escondidas na manga. Voltei a voar o mais rápido que conseguia, pois sabia que não conseguiria me acompanhar. Meu braço latejava de dor, assim que vejo que não foi fundo, fico aliviada porquê seria mais fácil e rápido de melhorar.
Algo segura minha perna, viro imediatamente e no momento que dou de cara com o harpiano de olhos vermelhos, tento encostar a palma da minha mão em seu rosto e assim que faço, o mesmo grita de dor largando minha perna, demorou alguns minutos até que ele me alcançasse novamente, mas dessa vez, aponto minha espada em sua direção e ele ri de um jeito sarcástico. Os harpianos eram suposto para voarem mais devagar que nos, o que me deixava intrigada com a velocidade desse em específico.

-Meu mestre ficará feliz em ter suas asas, ele vem pedindo por um par há muito tempo, tenho que agradecê-la a me ajudar a ser "promovido".

-Nao consegue nem me acompanhar no vôo, quem diria conseguir tirar minhas asas.-Digo o desafiando.

-Você consegue entender o que digo?- pergunta confuso. Permaneço em silêncio sendo que nem eu sei a resposta daquela pergunta

Ele vem com pressa em meu sentido, não saio do lugar dessa vez. Lembro-me do que treinei com meu pai e assim que a criatura chega próximo, paro minhas asas de baterem para que o harpiano passe por cima de mim e por fim, fazendo com que minha espada cortasse do começo ao final de seu tronco o bastante para fazê-lo estremecer de dor. Ele volta em minha direção com rapidez e repito o ato só que dessa vez sigo para cima, cortando as costas do harpiano e então ele para para me observar.

-Não tente encostar em mim novamente.-falei séria.

- E o que uma menininha como você vai fazer além de alguns arranhões? -Ele ri- com asinhas tão delicadas, não consigo imaginar você matando nem um Troll.-Ate porquê nunca relaria um dedo para fazer mau àquelas criaturinhas.

Sinto a brisa batendo sobre minha palma da mão, sem desviar dos olhos vermelhos de meu oponente, que parece surpreso quando meus olhos se tornam brancos por completo, brilhando e então raios começam a fluir sobre meu corpo e pela lâmina da espada. A eletricidade cresce cada segundo mais que penso nela, cada segundo que eu permaneço respirando, a cada vez que sinto o vento sobre minha mão.

-O que é você?- Perguntou incrédulo- Não importa... não sairá viva daqui.

Ele voa em minha direção com rapidez e dessa vez, correspondo voando até ele, até que minha espada colide com uma de suas asas fazendo um barulho alto parecido com o de um verdadeiro raio encostando na superfície da terra. Um estrondo alto ecoa o lugar. Parei para olhar as penas do harpiano de olhos vermelhos sofrendo com a força do vento enquanto ele caia no mar de árvores junto com seu braço que acabara de ser separado de seu corpo.
Olho na direção da cabana e vejo várias criaturas daquelas vindo em minha direção então volto a voar para meu destino.


Valazia (não finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora