Capítulo 16

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Richard

Se me perguntasse qual brinquedo eu compararia minha vida agora, eu diria monta russa de emoções. Os últimos acontecimentos da semana me deixaram flutuando. Sofy andando e chamando Bea de mãe e para acabar de vez comigo; Bea e Nico se declarando um para o outro.

No dia seguinte fomos à escola, pedimos esclarecimentos à direção que nos pediram desculpas e prometeram mudar de atitude para evitar contratempos. Em parte, fiquei aliviado, já a outra ficará sempre alerta.

Hoje é o dia da apresentação de Ação de Graças e Nico está fantasiado de Peru. Ele será içado por cordas e cairá no meio do prato no fim da apresentação. Ele não se importou nem um pouco, estava amando tudo isso e eu estava feliz por ele. Nada mais me satisfaz do que ver a felicidade dos meus filhos.

- Como ele está? – Pergunta Bea. Cada dia a barriga cresce mais e fica mais linda. E eu mais paranoico com ela. Se não fico em cima essa mulher não para um segundo sequer.

- Está tranquilo. Mandou um beijo para a mamãe dele, acho que essa palavrinha é doce na boca dele.

- É porque eu sou a mãe dele oras.

- Sem dúvida alguma.

A apresentação foi linda. Eles cantam musiquinha e o nosso menino peru foi a sensação da peça. Agora estamos na recepção da escola. Bea fez questão de preparar uma torta de maçã com canela, o cheiro estava divino e levei algumas broncas para não degustar antes da hora. Estou na mesa me servindo do buffet e vejo a fofoquinha rolando solta com um casal de pais, eles não podiam me ver por causa dos arranjos, mas eu os via entre as folhagens

- Você viu a mulher daquele médico famoso? Com uma bebê no colo e grávida de outro. – diz uma das mulheres.

- Sêmem de ouro – responde um dos homens.

E eles continuam, eu dando bastante corda para a minha entrada triunfal. Até que um outro fala

- Não sei como ele aguenta.

Não me seguro e resolvo aparecer.

- Eu aguento muito bem. Tenho trinta e sete anos, minha mulher também e estamos em plena forma física. E vocês não sabem como é gostoso fazer filho nela. – Todos ficam em choque comigo, mas eu continuo – Vocês deveriam sentir vergonha. Quatro adultos querendo tomar conta da vida dos outros. Melhor que olhem seus filhos, pois os meus eu sei muito bem o que estão fazendo.

Deixo eles falando sozinhos e nem espero pela resposta. Estava irado. Que direito eles possuem em falar de mim e Bea? Não sabem quem somos, como nos viramos e como vivemos. Melhor que tomem conta da própria vida.

Não demoramos muito lá. Bea está ficando cansada rapidamente e eu estou a postos por ela. Chegamos em casa e demos banho nos meninos e os alimentamos. Agora os dois estavam num sono solto. Vou em direção ao nosso quarto – isso mesmo agora dormimos juntos no quarto que era de Bea – e a encontro deitada, já de banho tomado.

- Vou tomar um banho rápido e já volto para cuidar dos meus amores. – Beijo seus lábios e dou um beijo em sua barriga.

Não me demoro muito no banho. Senão perco Bea acordada e não consigo aproveitar sua companhia. Daqui a algumas semanas teremos um bebezinho tirando nosso descanso, mas vou amar cada segundo. Quero conversar uma coisa séria com ela e não posso mais adiar.

- Hummm, fico feliz que conseguiu me esperar desta vez. – Digo ao sair do banho já com pijamas. As noites estão cada vez mais frias.

- Preciso de uma massagem especial, minhas pernas e pés estão implorando.

- É mesmo? Só por isso?

- Só...

- Sei... Vem cá que agora vou cuidar da minha mulher.

- Adoro quando fala assim.

- Minha mulher? Você é isso e muito mais.

Continuo massageando suas pernas e pés com hidratante e a cara de satisfação que ela faz me deixa louco. Diminuímos nosso ritmo, mas sempre damos um jeito de nos amarmos.

- Pronto! Terminei!

- Ahhh poxaaa. Agora que estava bom? Você está muito malvado Dr. Foster.

- Não estou não, agora vem a segunda etapa. – Alcanço seu rosto e encho de beijos.

- E qual será?

- Uma que envolve você em meus braços, cafuné, beijinhos... o que acha?

- Que tá demorando muito. Vem cá. – E nos beijamos mais longamente.

Ter Bea nos meus braços é a melhor hora do dia. Por ela e pelas crianças consegui reduzir meu ritmo. Agora dou menos plantões e estou focado na administração do hospital e com isso consigo estar mais presente em casa.

- Bea, quero conversar com você. É algo que pensei já há alguns meses e que amadureci nos últimos dias.

- O que? Pode falar. Sabe que pode sempre falar o que for comigo.

- Sei disso ursinha... Então, já que você vai assumir o Nico oficialmente, eu quero saber se você me dá a honra de ser o pai do Louis.

- Mas amor, você já é o pai dele. Mesmo que não tenha sua carga genética.

- Eu sei amor..., Mas eu digo ser pai de papel passado e tudo. Quero registrar o Louis como sendo meu filho... Nosso filho... Fruto do nosso amor.

Vejo Bea ficar parada me olhando sem reação e de repente o sorriso mais lindo e que mais amo surgiu em sua face.

- Você ainda tem dúvida em relação a isso? Mas logico que eu concedo isso. Eu não poderia escolher pai melhor para o Louis.

Fiquei tão feliz e tão emocionado que não resisti e a beijei com tanta intensidade.

- Meu amor, você me faz ser o homem mais feliz desse mundo. Eu já falei que te amo?

- Hoje não.

- Então quero que você saiba que te amo hoje, agora e sempre. Por todo o infinito.

- Eu também... Eu também...

Retornar a encontrar Bea, mesmo que tenha sido na condição que foi, foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. E tê-la todos os dias em meus braços, me entregando seu amor e retribuindo amor para Sofia e Nico, me faz ser o homem mais realizado. Das vezes que imaginei, sonhei em ter a Bea não minha vida nunca pude imaginar que seria assim. E não me arrependo nenhum minuto. A mim cabe a missão de amá-la e fazê-la feliz, de cuidar da nossa família, com um rebento meu e dela ainda para coroar tudo isso.

Eu só tenho a agradecer, principalmente a Steve e Susan, que colocaram uma missão linda de criar a Sofy, em minhas mãos, e ainda me deram a oportunidade de me redimir e reconquistar a amizade do grande amor da minha vida. E nessa época de Ação de Graças, tudo o que tenho é: gratidão pela vida

Um ano mesmo novoOnde histórias criam vida. Descubra agora