Eu tinha uns 17 anos eu sempre tinha uma fome de 15 mendigos sempre que voltava do Ballet. Com o dinheiro sempre coitadinho não dava pra lanchar na rua sempre que ia fazer alguma coisa no centro da cidade, né?
Ai, um dia desses cheguei em casa e mexi na sacola de pão e tava vazia, na hora veio uma sensação de fome com perda, um vazio no estômago que parecia que vinha do peito, uma dor e um desespero que achei que o pão do mundo tinha acabado e na hora não me controlei e comecei a tremer igual um "pincher" de raiva e dar o último xilique da minha vida.
Gente, cês não imagina, meu irmão era e sempre será mais draga do que eu e naquele dia ele comeu dois pão com ovo, o dele e o meu, e ao invés dele se desculpar ele me xingou de esterica e mandou eu crescer! Crescer como meu filho? Tenho 1,53 de altura desde os 12 anos. Enfim, ruim mesmo foi quando minha mãe resolveu lavar minha cara e eu lembro até hoje do gosto do pão dormido com margarina na sanduicheira. Era uma mordida e uma lágrima, uma mordida e uma lágrima, uma mordida com lágrima...fim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Livro de causos da Bibi
Short StoryAs histórias de uma mineira que adora arrumar ideia pra cabeça