|| {Can we dance?} ||

Last Nigth II

- Nem me fale. - James passou a mão pelos olhos - Engraçado, o de ressaca é SEMPRE Tris, ele parece 100% sóbrio, enquanto estamos assim.
- Engraçado? Eu acho estranho, a última vez que vi Tristan 100% sóbrio ele tinha 12 anos. - Risadas sem graça de concordância foram lançadas por ambos, mas quando paramos estávamos levemente preocupados, até que a campainha tocar e interromper nossos pensamentos.
- Tristan saiu? - James perguntou em direção a porta.
- Vi ele indo embora com o carro, - Connor descia as escadas - deve ter voltado pra pegar o resto da cerveja.
Um grupo de pessoas estava parados no meu jardim, com esfregões, sacolas e baldes, parecia até cômico, adolescentes não costumam ser o sinônimo de limpeza.
- E aí! - O garoto a frente sorriu.
- Você não faz ideia de como eu to feliz por vocês terem vindo! - Respondi devolvendo o riso.

POV TRIS
Abri a porta de vidro enorme da entrada de casa, que dava pra copa toda cinza, com uma mesa enorme que nunca havia sido usada por mais de três pessoas, sofá espaçoso, móveis planejados, isso tudo era besteira, me deixava doente.
Joguei as chaves do carro num canto e meus sapatos no outro, nunca me sentirá tão mal, sem ao menos estar de ressaca, a essa altura encher a cara é estupido e nem um pouco eficiente, ela não sai da minha cabeça.
Sentei na escada que dava ao segundo andar, não era justo, consigo o sim de qualquer garota, e nunca precisei da atenção de nenhuma delas, mas ela não saí da minha cabeça.
Já traí a confiança de Connor algumas vezes, sem sequer ele saiba, mas não parecia certo, até porque duvido que encontre alguém como Liz.
Passei a mão pelo rosto, e me deitei na escada, toda vez que fecho os olhos são os dela que vejo, como se a maldita cor azul fosse me atormentar pro resto da minha vida, que agonia.
Tentei dormir por lá mesmo, até meu coração desacelerar, a imagem dela e sua risada sem graça fossem embora, eu caí no sono, mas quem disse que elas se foram?

POV BRADLEY
Em menos de uma hora para os meus pais chegarem, eu estava correndo pra por tudo em ordem, nunca fui tão irresponsável em toda minha vida. A casa estava cheia de estranhos limpando vômito do carpete, e catando copos, a porta bateu enquanto eu passava pano no corredor, e era um grupo de meninas, não pude deixar de ver Maya entre elas.
Ela sorriu pra mim, eu não sabia o que fazer, parecia ter sido colado no chão, deveria ir até lá, dizer um oi? Ela nem me conhece, não faz sentido, mas estava na minha casa pra me ajudar, isso poderia significar alguma coisa, ou nada.
- Brad, precisamos tirar uma foto sua pra repor nesse porta retrato. - James me tirou dos meus pensamentos com uma máquina fotográfica de 2008 na mão.
- O que? - Perguntei desatento me virando pra ele que me mostrou a minha foto de formatura da quinta série, que havia sido somada a um par de chifres, uma monocelha e dentes afiados.
Concordei com ele, mas quando voltei minha atenção pra porta ela não estava mais lá sorrindo pra mim, Brad você vai morrer sozinho.