Capítulo 1; o novato

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"Eu posso sentir sua respiração
Eu posso sentir minha morte"
twenty one pilots - Trees

Jaemin está cansado, ele está azul.
Aos dezessete anos, Jaemin ainda se sente como a antiga e triste criança que ele era. Um pobre garoto órfão com cabelos negros e olhos-cor-da-terra que sempre manteve frio, e nunca foi aquecido pelo amor de seus pais ou de outras pessoas.

Quando Jaemin era pequeno, as crianças ao seu redor compartilhavam as coisas que gostavam todas as sextas na escola.

Diziam que gostavam de dias amarelo-laranja, de sorvete gelado, de dormidas sem banho e histórias que suas mães contavam quando iam pra cama.

Jaemin nunca gostou disso, e sempre acreditou que não apreciava apenas porque não tinha nada dessas coisas. Acreditava que quando crescesse, iria adorar tudo que os garotos e garotas do 7° ano diziam gostar.

O tempo passou, Jaemin cresceu, e ele continua sem gostar dessas coisas, muito menos tê-las.

28/01/2019

O som estridente do despertador ecoa em todo seu quarto fazendo Jaemin resmungar e olhar para o objeto que tirou sua péssima noite de sono.

6:18am mostra o reloginho-do-inferno

—Droga.- Ele reclama reparando que tem apenas doze minutos até os corredores se encherem com alunos, do pior tipo possivel.

Após acordar para a vida, Jaemin levanta, se preparando psicologicamente para a volta as aulas.

"Anda Na, anda!" Sua voz interior o alerta fazendo-o acelerar antes que começem a entrar na biblioteca

Que é onde Jaemin mora.

Um bom tempo depois, ele consegue sair da 'sua residência' sem ser percebido pelos alunos em que ali ja estão.

Ao sair, Jaemin sente e percebe a energia azul-preto de todos os que andam por ali, ele anda no meio de todo aquele monte antes que seja 'atropelado' por alguém.

"Finalmente." Vibra mentalmente por ter realizado sua missão ao ter chegado na sua sala de aula, ele abre a porta de sua sala e vê que é o único estando ali, o Na anda e escolhe uma carteira ao lado da janela que o faz sentir a brisa fria junto com um sabor amadeirado vindo das árvores tristes e descaídas, assim como ele.

O sinal toca, fazendo Jaemin guardar seu livro, se arrumar em sua cadeira colocando os braços sobre a mesa e olhar para a porta onde todos entram e se sentam. 'Parecem crianças, barulhentas e chatas' ele pensa consigo enquanto seus ouvidos tentam se acostumar ao barulho absurdo que esta na sala de aula.

O professor entra logo depois, junto com um aluno-novo, Jaemin o observa, ele parece a cor verde, ou o mês de fevereiro.

Parece confuso.

—Bom dia e bem vindos de volta.- O professor diz e todos respondem.—Neste ano, nós teremos mais um colega de classe, quero que sejam acolhedores e cautelosos com ele -o professor diz e olha para o garoto. — Se apresente para seus colegas.- Ele pede.

O garoto se encolhe ao notar todos os 35 pares de olhos voltados para si próprio, Jaemin acha isso fascinante.

—Prazer, meu nome é Huang Renjun, tenho 17 anos e vim para essa cidade por conta do trabalho de meu pai, sou chinês.- O garoto de cabelos castanhos e lisos como macarrão finaliza, fazendo Jaemin o olhar até onde o professor o manda se sentar.

Duas fileiras depois da sua.

Jaemin está nervoso, é como se ele estivesse levando varias flechadas, é uma mistura de sensações amarelo-preto-verde, ele sente como se fosse uma cobra sendo perseguida por um gavião.

Mas são apenas dois pares de olhos.

O novato o esta observando, e ele não gosta disso.

Após uma péssima aula de biologia, um garoto observador e alunos chatos, infelizmente chega a hora do pior momento do dia. O intervalo.

O típico lugar onde as pessoas se dividem em grupos, em que a gente de todo tipo e gosto. Esse lugar é conhecido como o inferno

ou refeitório se preferir.

Jaemin se sentia angustiado, ele odeia o refeitório pois nunca há onde se juntar ou fingir estar fazendo parte de algo.

Aquele lugar é como um arco-íris inteiro de sensações em que ele não consegue distinguir qual sentimento que ele sente dali.

Por isso Jaemin sempre opta pelas arquibancadas da quadra de futebol americano. Onde há pessoas se beijando escondido, garotas fofocando, meninos treinando e Jaemin com sua bandeija cheia cenourinhas fatiadas e suco de maracujá.

Minutos depois, ele está bebericando seu suco, quando sente um cheiro doce como rosas e que definitivamente não vinha de sua cenoura, ele automaticamente olha para o lado e vê o novato ainda o encarando, porém dessa vez é perto.

Muito perto.

Jaemin certamente não sabe como ou o porque, mas sente suas bochechas esquentarem como uma panqueca quente, sente sua pele um pouco gelada e escorrendo leves gotas de suor.

—Na Jaemin certo?- diz o belo garoto ainda o hipnotizando com aqueles olhos castanhos como a madeira de uma arvore.

—Sim- ele apenas a responde com cuidado para não gaguejar.

—Prazer, Renjun-  'eu sei' ele pensa —Posso me sentar aqui?

— Claro.

chuva de lágrimas; renmin Onde histórias criam vida. Descubra agora