Farley High era uma das escolas de Ensino Secundário (Ensino Médio) mais renomadas dos Estados Unidos. A grande maioria dos alunos fazia parte da elite da sociedade, mas a escola disponibilizava algumas bolsas de estudo.
Marian Sounders era uma das alunas que tinha conseguido uma bolsa de estudo para estudar em Farley High, mas o sonho de entrar na escola tinha-se tornado um pesadelo.
Marian não tinha dinheiro para comprar as roupas das marcas que a grande maioria dos seus colegas de turma usava, o que a tornava o alvo perfeito para o bullying dos alunos-modelo do colégio. A única pessoa que tinha feito com que aquela escola fosse suportável era Beth, mas, depois daquilo, nada continuava como dantes. A amizade delas tinha ficado completamente destruída.
Beth tinha também uma bolsa de estudo. Talvez por isso ela e Marian se tenham aproximado logo desde o início, mas a amizade acabou ainda mais rápido do que tinha começado e tudo por culpa de Beth.
Desde o início daquele ano letivo, o último de Marian no colégio, tinha havido vários roubos. Tinham desaparecido desde colares a roupas. Foram, até, roubadas algumas peças de roupa íntima. Marian sabia que iria ser a primeira a ser acusada, mas ela iria conseguir provar a todos aqueles idiotas que ela não era a culpada. Beth era a culpada.
Tal como Marian, Beth sonhava em ter a possibilidade de ter roupas de marca, principalmente para não ser ridicularizada no colégio. Bastava Marian reunir algumas provas e todos iriam ficar a saber que Beth não era a menina perfeita que todos consideravam.
Beth parecia divertida e carismática. Apesar de ser pobre como Marian, todos gostavam dela, sabe-se lá porquê. Só Marian sabia quem ela era realmente e iria fazer com que todos a vissem como ela a via. Para isso, bastava investigar, reunir umas provas e, depois, mostrá-las a toda a gente. Iria seguir Beth onde quer que ela fosse!
Durante os dias que se seguiram, ela seguiu Beth por todo o lado, o mais discretamente que podia, o que não era difícil, porque Marian era invisível naquela escola, a menos que fosse para ser alvo de chacota. Aí, toda a gente a via!
Marian ficava especialmente atenta nas aulas de Educação Física, já que era onde a maioria dos objetos tinham desaparecido e continuavam a desaparecer. No entanto, nada acontecia. Beth tinha um comportamento totalmente normal e não havia nada que pudesse provar que ela era a culpada. Mas Marian não iria desistir. Nunca tinha desistido de nada, não iria ser agora que iria fazê-lo.
No entanto, começava a ficar impaciente. Já estava farta dos olhares de lado e dos cochichos sempre que ela passava. Às vezes, preferia continuar invisível!
Na última quinta-feira de aulas antes das férias de Natal, Beth tinha ficado doente. Marian sabia porque Bryan, o namorado de Beth, tinha contado tudo a Diane, a nova melhor amiga dela. Pelos vistos, Beth estava com febre e tinha decidido não ir às aulas.
Naquele dia, tinham tido aulas de Educação Física e tinha desaparecido mais um colar, que pertencia a Diane. Cada vez mais, todos suspeitavam de Marian, mas não havia provas que a condenassem.
No final das aulas, Marian, olhando pela janela, avistou Beth a esgueirar-se discretamente para um canto atrás da escola. Imediatamente, afastou-se sem ser vista e aproximou-se dela, fotografando-a. Era agora que todos ficariam a saber quem era a verdadeira Beth!
Beth estava sentada num banco e parecia muito distraída. Olhava para o telemóvel (celular) constantemente, mas nada parecia mudar. Beth pareceu ter ouvido algo, pois, pousando o telemóvel no banco, levantou-se rapidamente e afastou-se uns passos, olhando em volta e parecendo procurar alguém. Passado uns minutos, voltou a sentar-se para esperar.
Entretanto, Marian, vendo que Bryan se aproximava, escondeu-se bem perto, para poder gravar toda a conversa.
- Beth? O que é que estás aqui a fazer?
- Como assim? Tu mandaste-me uma mensagem, disseste para vir, que era importante!
- Eu não te mandei mensagem nenhuma!
Aproximando-se, Beth mostrou o telemóvel a Bryan.
- Lê, está aqui!
- Mas não está aqui nada, a última mensagem que tens é de hoje de manhã.
- Não é possível, estava aqui, ainda agora a li!
Beth olhou, constatando que Bryan estava certo. A mensagem não estava lá.
- Não é possível!
- Beth, diz a verdade.
- É verdade, Bryan, já disse! Vê no teu telemóvel, a mensagem tem de estar lá!
Bryan viu, mas a mensagem não estava lá. Bryan estava a achar toda aquela situação muito estranha. Beth tinha-lhe dito que estava com febre e agora encontrava-a ali na escola, com aquele discurso estranhíssimo. Seria ela a verdadeira autora dos roubos? Namoravam há pouco tempo, mas conheciam-se há anos, era impossível! A avó dele sempre lhe tinha dito que nunca conhecemos verdadeiramente as pessoas e Bryan estava a começar a concordar.
Entretanto, atraídos pela discussão, alguns alunos começaram a aproximar-se. Marian aproveitou para se infiltrar no meio da confusão. Queria ver o que iria acontecer na linha da frente!
- Bryan, por favor, tens de acreditar em mim, eu só vim porque tu me disseste que era muito importante que eu te encontrasse aqui agora! - disse Beth, sem se importar com a audiência.
- Beth, és tu que andas a roubar...?
- Não! - interrompeu Beth. - Eu não roubo, tu sabes!
- Então deixa-nos ver a tua mala - pediu uma das alunas.
- Por que é que haveriam de ver a minha mala? Eu não fiz nada!
- Se não fizeste nada, deixa-nos ver! Quem não deve não teme!
Embora relutante, Beth mostrou a mala. O colar que tinha desaparecido estava lá.
- Não é possível! Eu não fiz nada! - protestou Beth, mas de nada adiantava. Todos a consideravam culpada, todas as provas estavam contra ela.
O diretor foi chamado e, em questão de horas, Beth tinha sido expulsa do colégio para nunca mais voltar. Marian estava feliz. Finalmente Beth estava no lugar a que sempre tinha pertencido, a lama.
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Roubos em Farley High
Dla nastolatkówMarian Sounders investiga os roubos que ocorreram no seu colégio, mas nem tudo é o que parece.