Capítulo 3: Um último pedido

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   No momento em que Krynt Coyle estava comendo no início daquela noite, podia se ver em seu rosto um ar de ansiedade e preocupação. Em sua mente, pensamentos sobre o seu futuro deixava-o paranoico. Guardas o cercavam, seus olhos e ouvidos sempre esperando por um sinal de perigo ou algo do tipo. Ele estava apavorado com medo da morte. Ouvem-se passos apreçados atrás de uma das três portas daquela sala. Ali entra ofegante um dos seus subordinados...

- Senhor, fizemos a checagem pelas redondezas e guardamos todas as saídas. Em breve você vai poder sair daqui, em segurança. – Coyle ainda não satisfeito responde...

- Não será suficiente, não será. Preciso pensar em alguma coisa. Uma ideia. Como saímos daqui? Eles são bons. Muito Bons. – Apreensivo, dizia essas coisas enquanto ainda mastigava extremamente inquieto e tremulo. – Por baixo talvez? Não, eles estarão lá, estarão. Maldita! Malditaaa! O que farei? O que farei? Eles não devem demorar a chegar. Não devem. - Depois de algum tempo resmungando, chega ali mais outro subordinado dizendo exausto...

- Krint, trago notícias da busca pela Zyran – Antes que o rapaz pudesse continuar Coyle o sobrepõe dizendo.

- Ah sim! Finalmente um alívio pra minha angustia. Traga ela pra mim agora! – Gritou com um sorriso misto de ódio e satisfação.

- Senhor. Ela não foi encontrada nem o garoto. – Disse receoso – Apenas Malmher e seus companheiros mortos próximos a uma estrada.

- NÃÃÃÃÃO! – Coyle Explode de ódio quebrando tudo o que via pela frente. Em seguida saca sua espada da cintura e aponta para o informante...

- Você! Chame Grark. Diga que ainda tenho um ultimo pedido. – Ao dizer isso, Krint entrega uma espécie de amuleto de metal circular como uma moeda com uma máscara sem expressões desenhada em uma das faces. O rapaz sai depressa e então Coyle chama um dos guardas...

- Peçam que arrumem a sala de execução – indagou um pouco mais tranquilizado, mas ainda atônito.

Tempo depois, juntamente com o informante, entra na sala onde Krint aguardava, um homem de capuz com roupas um tanto quanto primitivas com uma expressão neutra e ao seu lado uma espécie de cão mais robusto de pelos negros como carvão e com narinas avantajadas. Krint se levanta e o cumprimenta...

- Olá Grark. Quanto tempo não é mesmo. – Coyle permanecia notavelmente ansioso.

- Parece que está com um problema grande pra ter que usar sua ultima ficha.

- Grark, preciso que encontre Zyran o mais rápido possível e traga ela pra mim. – disse ele ainda com raiva. – Ela deve pagar por sua traição.

- Zyran o traiu? – Apesar de não demonstrar muitas emoções em seu rosto, Grark mostrou-se surpreso ao colocar tais palavras. Pelo que ele a conhecia, Zyran não era do tipo que faria isso...

- Mais do que isso! Ela nos entregou pra morrer. Não teremos como fugir, mas pelo menos ela e aquele moleque inútil morrerão pelas minhas mãos. – Coyle mesmo conformado com sua inevitável morte, continuava apreensivo. Então ele puxa uma gaveta da mesa que estava entre ele e os outros, tira uma pequena caixa e abre revelando um punhal que Zyran usava. Estendeu na direção de Grark e disse...

- Encotre eles. Tragam-nos vivos e estará livre de sua dívida.

Sem dizer nada, o caçador pega a lâmina da mão de Krint e sai do alojamento da Cicatriz Vermelha rumo à caça de Zyran e Arim. No caminho, Grark usa das vantagens de seu companheiro animal para farejar o paradeiro do alvo. Seu faro tem um alcance de até dez quilômetros de distância tornando mais fácil sua busca e, além disso, o animal é tão grande que podia ser usado como uma montaria. Na procura pelo alvo, ambos saem da estrada em direção a uma floresta e algum tempo depois, mata adentro, Grark avista uma pequena cabana velha em meio às folhas, trepadeiras e cipós e seu guia apontava para lá.

- Encontramos o esconderijo enfim, não é Matador? – Grark tira de um bolsão um grande pedaço de carne e joga para seu companheiro animal enquanto dizia essas coisas.

O Filho das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora