seungmin ouviu a voz do gerente ressoar irritadiça onde estava. lee minho estava prestes a perder o único fio de sanidade que tinha, mas preferiu jogar o novo funcionário para dentro da cova quando o chamou aos berros para que resolvesse o problema no segundo estande.
e como já era de se esperar, aquele garoto novamente. desocupado, como sempre, com os óculos de armação redonda escorregando pelo nariz e enrolado num emaranhado de lençóis e travesseiros macios, yang jeongin marcava presença na loja de colchões pelo que lhe parecia ser a enésima vez somente naquele dia. e claro, um suspiro cansado — mais parecido com um pedido de socorro — ousou deixar os lábios do kim.
— por favor, senhor, não durma nos colchões da loja caso não vá comprá-los. — cutucou o menino antes que ele voltasse a reclamar sobre o seu péssimo atendimento. — é a nona vez que você vem e insiste em dormir em nossos colchões sem ao menos comprar um deles.
— cara, a vida é tão curta para se preocupar com isso. — o menino se levantou e encostou na cabeceira da cama, bagunçando a cabeleira ruiva e esfregando os olhos atentos por uma grande eternidade, soltando um bocejo um bocado alto, ao ponto de chamar a atenção do gerente da loja que ainda prestava atenção em ambos. — eu deveria processar essa loja.
— perdão? — riu descrente, não acreditando que aquele pirralho desengonçado havia mesmo aberto a boca para falar uma atrocidade como aquela.
— é, oras! — reclamou com o tom de voz esganiçado em preguiça e cansaço. — em seus anúncios, vocês prometem que dormir em seus colchões é como dormir nas nuvens, mas pareço estar no inferno! cadê o senso, amado? — levantou, para ficar a altura do funcionário que revirava os olhos por tamanha ignorância. — não vai me deixar dormir não?
— vou, senhor. apenas se comprar esse colchão. — ditou calmamente, sem esboçar quaisquer reação. indignado, o yang se jogou noutro colchão.
— você não aproveita o lado bom da vida, meu caro. e para pra pensar, esse preço não tá muito alto pra apenas um colchão?
— eu sei aproveitar o lado bom da vida, senhor. e não estamos em época de promoções.
— pare de me chamar de senhor, eu tenho quase a sua idade, babaca!
seungmin respirou fundo. bem fundo. era apenas mais um idiota desocupado que tirava proveito de sua hedionda paciência.
— preciso que você se levante do colchão e se retire da loja, jeongin. só volte quando decidir comprar o colchão.
— como é que é?! eu tenho direito de estar aqui! — apontou o dedo em direção à carranca entediada no rosto de seungmin. ele quis rir, mas não podia se deixar abalar. — direito do consumidor, filhão.
— você nem consome a porra do produto, jeongin! — alterou o tom de voz, fazendo o mais novo rir de forma histérica. ver seungmin perdendo a paciência talvez fosse o seu passatempo favorito. — dá pra levantar da porra do colchão?
— pede com educação, princesa, que aí eu penso com carinho, pode ser? — ajeitou o pijama largo em seu corpo e piscou para o mais velho, que sentiu uma onda de raiva passar por todo o seu corpo.
— tá, agora já chega. vou chamar o segurança pra você, otário. — comentou com um sorriso após ver a careta assustada de jeongin.
— ei, calma! — se levantou rapidamente, seguindo o garoto que andava até o gerente. — tudo bem! eu compro um colchão. mas com uma condição.
— dois colchões. e depende da condição.
— aí não né, nego? assim você me acaba! pra que caralhos eu vou comprar dois colchões?
— não sei, senhor. pra que você dorme em mais de um colchão aqui na loja, se é esse o caso? — comentou debochado, vendo o menino bufar insistente. — dois colchões e fim de papo. agora me conte, que condição é essa?
— você, espertalhão — encostou o dedo no peito do garoto, um pouco acima do crachá que indicava seu nome. — vai ter que dormir em um deles comigo. agora.
— o quê?! eu vou perder meu emprego, seu merdinha!
— a vida é muito curta pra você se preocupar com um emprego, cara. você tem que aprender a curtir! — o olhar crítico sobrevoou os colchões até achar dois que fossem de seu agrado. começou a rolar por cada um que tinha por aquele estande, até porque, oras, se ele tinha de comprar, que ao menos pudesse experimentar antes de ser extorquido dessa forma! — e isso é culpa do capitalismo. — apontou para o colchão, que apesar de não ser o mais caro, ainda não era dentro dos melhores orçamentos. — você deita naquele ali. vamos, é pra ontem!
eles se deitaram. o colchão que seungmin estava era confortável, mas parecia espaçoso demais para um garoto como ele. tinha plena certeza que depois desse desserviço, teria perdido o emprego.
esperou até que jeongin dissesse alguma coisa, como "pode levantar, já vou comprar e vou embora e muito provavelmente nunca mais aparecerei na sua frente.", mas ele estava dormindo. ele. estava. dormindo.
— seu filho da puta, levanta do colchão!
— esse colchão é meu por direito! você quer que eu chame meu advogado pra gente resolver esse b.o?
— só vai ser seu quando você comprar. ou você compra agora, ou tá estritamente proibido de entrar nessa loja.
— eu quero falar com o gerente. isso é maltrato, agressão!
— quer que eu chame o ibama, meu doce?
— já chega, vocês dois! — minho interviu, fazendo com que ambos ficassem em silêncio. ele não estava com uma cara boa, com toda a certeza tinha dado merda. — vamos resolver isso aqui ou vocês preferem que changbin levem vocês pra delegacia?
— vem pro fight, filhão! — jeongin comentou, indignado. — chama a porra do seu gerente aí que eu não vou ser preso por querer dormir não, tá? e quem esse moleque acha que é pra me obrigar a comprar dois colchões?! isso aqui é um roubo! eu vou entrar em processo, tá ouvindo? e cadê esse gerente que não chega? vou falar umas verdades na cara desse cuzão.
— eu sou o gerente. algum problema? — os olhos de jeongin se arregalaram. então ele era o gerente?
— teu funcionário me agrediu.
— como é?! você que veio aqui e deitou nessa merda de colchão!
— vamos resolver isso de forma civilizada. seungmin, peça perdão ao nosso cliente, por obséquio. — ditou exigente, e mesmo que não acreditasse naquelas palavras, teve de obedecer. — perdoe-me pelo alvoroço, senhor. mas você quebrou uma das regras restritas da loja, não é permitido dormir nos nossos colchões.
— não se preocupa não patrão, eu vou pagar. pelos dois. — comentou com o rosto contorcido numa careta de desgosto.
jeongin pagou pelo colchão, no final das contas, mas seungmin teve que ajudar a completar o valor que faltava com o salário que ainda estava por vir.
— relaxa, cara. a vida é muito curta pra você ligar pra quantidade de dinheiro que você tá gastando com os nossos colchões. — parado na porta do estabelecimento, ele direcionou a fala ao yang, que saía com dificuldade com os seus dois novos e caros colchões. acenou quando viu este lhe mostrar o dedo do meio e xingamentos desconexos serem soltos com um pesar nos ombros, enquanto seungmin ainda lhe dava um tchauzinho com um gostinho de vingança. — até breve, querido cliente!
— vai se foder, seu merdinha!
♡
plot de AnaLauraSoares4
e dedicado a minha princesinha linda #0 stan dos seungin _summerchuu 😢☝️💞
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PLEASE, SIR, DO NOT SLEEP ON THE MATTRESSES ♡ STRAY KIDS
Fanfiction❝seungmin trabalha na loja de colchões e jeongin é um desocupado que dorme em todos eles. ─ por favor, senhor, não durma nos colchões. ─ cara, a vida é tão curta para se preocupar com isso.❞ © 𝐇𝐀𝐍𝐍𝐀. [♡]› plot by @AnaLauraSoares4. stray kids fa...