GORILLA - Pentagon

Aberrações

Sobre o teto, parede e chão brancos, reluzia as luzes vermelhas de alarme, a desordem estava instaurada, ouviam-se passos desesperados por toda parte, gritos de alerta, sons perturbadores de disparos de armas de fogo, todos direcionados para as mesmas pessoas, essas sem armas nenhuma nas mãos. Não eram mais crianças, mas isso significava que já poderiam ser mortos? Ou sempre significou a mesma coisa e eles só deram sorte até aqui?

- Peguem eles!

Um projeto que dá errado deve ser descartado, certo?
3 meses depois, a situação parecia a mesma, a diferença é que invés de parede, teto e chão brancos, as ruas estavam sujas, úmidas e fedidas, os estabelecimentos ao seu redor corriam para fechar as portas o mais rápido possível e o céu é o que cobria a suas cabeças, coisa que a três meses atrás eles nem achavam possível, e acompanhando aos tons de vermelho, vinha o charmoso azul e uma sirene barulhenta.
Nos seus ombros também estavam penduradas grandes bolsas que as de um vazava algumas notas às vezes, seus rostos eram cobertos por máscaras de um gorila raivoso e em suas mãos haviam luvas.

- Peguem eles!

Mais um som de disparo foi ouvido e dessa vez foi seguido de um grito de dor, um dos garotos caiu no chão e rolou pela rua suja do beco que usavam para fugir, um deles teve que pular por cima pra que não acabasse no chão também e parou com dificuldade, voltando pra ajudar o amigo a levantar, mesmo diante dos disparos que cessaram por um instante com a chance que seus perseguidores viram de capturá-los.

- Parados!

Três dos perseguidores pararam apontando as armas em sua direção enquanto o resto passava por eles um atrás do outro indo atrás do restante do grupo.

- Mãos na cabeça! AGORA!

Um sorriso se formou por baixo da máscara do que tentara socorrer seu amigo, os perseguidores continuavam gritando, ameaçando atirar o tempo todo, e quando uma energia pesada começou a emanar do garoto foi quando um deles, no desespero, disparou outro tiro, tiro esse que passou reto, os dois haviam desaparecido diante dos seus olhos.

- Mas que merda é essa?

Um deles gritou olhando envolta carregado de aflição, não havia se tornado natural para nenhum ser humano aquela situação, ninguém jamais tinha visto algo assim e continuava a se repetir semana após semana.
Perto dali o restante do grupo continuava fugindo, e o mesmo garoto que sorriu, reapareceu na frente do grupo os acompanhando na sua corrida.

- Não vai adiantar nada continuar correndo assim! Eles não vão sair do nosso pé! Precisamos dar um jeito porra, antes que mais alguém se machuque. - Ele gritou.

- E você por acaso consegue levar todo mundo?? Se sim, resolva a droga do problema de uma vez, não vamos entrar em conflito com eles!

- Isso já é um conflito droga!

Mais disparos foram efetuados na direção dos garotos junto com gritos ordenando que eles parassem.

- VOCÊS DOIS VÃO CONTINUAR BRIGANDO? Eu não vou brigar com nenhum policial! - O mais baixo gritou.

- TEM OUTRO JEITO DE SE LIVRAR DELES??

E ia se instaurando uma discussão no mais inapropriado dos momentos.

- HEY! CALEM A BOCA! EU TENHO UMA IDEIA!

Os policiais não desistiram do seu trabalho, seguindo os meliantes a todo custo quando do nada quatro deles pararam no meio da perseguição virados para eles, a linha de frente toda parou no mesmo momento sendo empurrada por um instante pela de trás que demoraram um pouco pra entender o que havia acontecido, as armas estavam todas apontadas e carregadas, gritos exigindo rendição e ordens para que não ''fizessem nenhuma gracinha'', e os quatro continuaram parados, estranhamente todos usando a mesma roupa, e na máscara havia um óculos com um lado de grau e o outro escuro. Os policiais se sentiam perdendo tempo, enquanto estavam ali o restante do grupo continuava a fugir. Até que repararam algo peculiar, nas costas das quatro pessoas paradas, havia uma estranha cauda de raposa se mexendo lentamente e os quatro continuavam sem se mover, encarando o exército a sua frente sem um pingo de medo e sem obedecer nenhuma ordem, o que deixa-os mais enfurecidos mesmo que temessem o que o grupo estava aprontando.