Lado J pt 1

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Os caps serão divididos em lados, o início é mais predominante pelo Jimin narrando, então em alguma parte as coisas vão mudar e o Yoongi vai começar a narrar. Prestem atenção pessoinhas e boa leitura! ♡♡♡

Quero agradecer a Hyujinnie pela betagem!! ♡♡♡♡♡♡♡
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》Jimin《

Cap 1

A chuva lá fora não me deixa dormir.

Amanhã é o primeiro dia de aula. Felizmente, último ano do ensino médio começando. No entanto, para minha infelicidade, mais uma vez, minha insônia decide atacar.

Passei meses tranquilos nas férias, mas a volta das aulas trouxe a insônia novamente. Observo a chuva cair pela janela do meu quarto, as gotas espessas parecem lágrimas do tamanho do meu dedo.

Preciso dormir logo, mas não adianta, passei a última hora me revirando na cama, parece que nenhuma posição é boa o suficiente para o meu sono vir. Deito de barriga para cima, encaro o lustre sobre minha cabeça, olho o guarda-roupa ao meu lado, a escrivaninha do outro, a porta da suíte próximo a janela, a TV de 90 polegadas, os jogos no chão, as duas estantes de livros e por último, o celular na mesinha ao lado da minha cama. No entanto, não posso pensar em pegá-lo, porque será mais uma distração para o meu sono que não chega nunca.

Volto minha atenção para o teto e balanço as pernas devagar, tentando relaxar o máximo. Mas lembrar que terei mais um ano em um dos piores lugares da minha vida, me irrita.

As pessoas costumam dizer no ramo social em que vivo, graças aos meus pais, que ser rico é uma grande dádiva. Entretanto, ou você é sozinho por alguém espalhar um boato que você é metido, por se afastar de pessoas que só querem se aproveitar do que você tem a oferecer financeiramente falando ou por você ser diferente e as pessoas da sua idade não terem vontade de estar com você. Mas dinheiro nem sempre é sinônimo de felicidade total, as vezes os problemas aumentam.

Até o segundo ano do fundamental, minha vida era tranquila, eu tinha amigos de infância que cresceram comigo. Contudo, me mudei, pois meus pais conseguiram abrir filiais de suas empresas de imobiliária e cosméticos. Como gostaram do local, pensaram em mudar.

Para mim, de cara, a idéia foi péssima. Não queria perder meus amigos, afinal, tudo que eu tinha estava lá. Piorou quando entrei na escola nova no final do terceiro ano fundamental até o final dele. Alguém espalhou o boato de que eu sou um esnobe porque meus pais são ricos, e praticamente todos viraram as costas para mim. Bom, exceto o zelador da escola e os professores que não se mexiam nesses assuntos.

Também nunca chegava a contar aos meus pais, eles sempre estavam ocupados com suas empresas e não sobrava muito tempo para mim. E quando sobrava, não queria irritá-los com besteiras, então um sorriso no rosto e algumas mentiras de como a escola estava bem, bastava. Até eles frequentarem uma reunião de pais e descobrirem que eu era sozinho e todas as atividades, até os trabalhos em grupo, eu fazia sozinho.

Isso causou um transtorno para minha mãe e meu pai pensou que seria bom me levar ao psicólogo, mas não gostei da ideia e sempre fugia da sala do senhor simpático. Não que eu tenha algo contra psicólogos, mas eu não queria na época e nem quero falar com um atualmente.

Segui os anos do mesmo jeito, sozinho e isolado, sendo alvo de murmúrios pelos corredores e olhares estranhos, almoçando com o zelador nos intervalos ou ficando longe dos outros, perto do campus de uma faculdade ao lado da minha escola. A minha sorte é que, são apenas as pessoas do primeiro ao terceiro ano, o fundamental não está incluso.

Meu comportamento de antes, para com meus pais, hoje em dia continua igual.

*•.☆.•*

Meu celular está tocando o alarme. Ainda de olhos fechados, tateio o local, o encontrando na mesa. Desligo o alarme e abro os olhos. Seis da manhã. Lá fora, ainda chove, porém está fraco e o céu está cinza claro. Não sei quando dormi, mas estou bem descansado.

Levanto lerdo, caminhando pesado até o guarda roupa, percebendo o uniforme na cadeira da escrivaninha. Coloquei ontem antes de dormir, só não lembrava. Sigo para a suíte, demorando no banho com a água quente. Saio do quarto, vestindo a boxer branca e o uniforme em seguida, calço os sapatos, pego meu material, meu celular e desço para a sala de jantar.

O ar está seco e a casa está aquecida, lá fora deve estar muito frio, não é sempre que o aquecedor central é ligado.

Chegando a sala de jantar, como esperado, há um prato posto na ponta da mesa de dez lugares. Observo todas as comidas e sento.
No final da sala, Minji, filha da governanta e basicamente minha babá, entra escondida. Sorrio. Nunca fomos amigos, mas trocávamos gentilezas.

-Bom dia comandante Jimin, tenha um excelente dia na muralha! -ela muda o tom da voz, como se fosse uma guerreira, me fazendo rir. Ela era a única na casa que tinha a audácia, como dizia a mãe dela, de me chamar pelo nome.

-Eu voltarei vivo, grande guerreira Minji! -faço uma breve pose e ela sorri de lado. Me entrega um pedaço de papel antes de Jihee, sua mãe, minha governanta, aparecer.

-Minji!! Não importune o senhor Park!!

-Tenho que ir comandante, fui descoberta! -ela faz uma continência e corre. Ainda vejo quando Jihee lhe dá um breve tapa no braço.

Meu estômago grita por comida e começo a comer. Não sei nem o que estou comendo direito, apenas junto tudo em um sanduíche um tanto nojento, como meus pais diriam, e como em silêncio.

Sempre foi estranho ficar sozinho. Sim, eu sempre consegui aproveitar comigo, sempre fiz as coisas comigo. Só que, isso nunca mudou o vazio de não ter novamente o que eu já tive, amigos que gostam de mim por quem eu sou e que queiram minha companhia. Suspiro irritado.

-Senhor Park, já está na hora! -exclama a voz grossa de Sangmi, o motorista. Sorrio automaticamente para ele e assinto, ele sorri de volta e sai.

Sigo até o banheiro principal, escovo os dentes rápido e corro para fora da casa, está realmente frio, mas não dá para sentir pois já estou dentro do carro.

-A senhorita Minji me deu um casaco seu, quando estava vindo para cá, espero que não se importe! -avisa antes de fechar o vidro do carro que nos separa. Observo o casaco enorme, o meu favorito, e sorrio.

Nunca entendi o porque de não sermos amigos. Obviamente a classe social sempre gritou em minha mente, mas, estamos num século diferente agora, por que tudo precisa se manter estranhamente igual? Somos pessoas afinal, não há diferença. Bom, apenas das pessoas que são más e boas.

Me dou conta que seguro o papel que Minji me deu alguns minutos atrás junto ao celular. Então desdobro a folha e vejo um desenho estranho, mas bem feito. Há um bonequinho com uma armadura e ele está lutando com um muro e tem ao seu lado, um dragão soprando fogo para ajudá-lo. Sorrio. A imaginação de Minji sempre foi estranha, mas isso é uma coisa boa, o diferente e estranho sempre me chamou atenção.

-Chegamos senhor Park!

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As postagens serão de dois caps por semana, sem dia marcado!

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Lados de duas Vidas (PJMxMYG)Onde histórias criam vida. Descubra agora