Dia seguinte.
Depois daquilo que aconteceu ontem, o Xiumin agradeceu-me e até ficou um pouco constrangido pelo abraço que eu lhe dei.
Fiquei triste por perceber que afinal ele não vê nada em mim além de uma confidente e amiga e nada mais. Era estranho desejar isto, há uns meses a única coisa que estava na minha cabeça era o Connor e o Xiumin era apenas um ser que vivia cá em casa que, aos poucos, foi mudando o sentido da minha vida e talvez a minha forma de viver.
Tenho sentido que ando mais contente e sorridente, algo que não acontecia há anos. Aquilo que aconteceu com a minha mãe quase me tirou a alegria de viver.
Acho que um milagre está a acontecer.
— Hoje vou levar-te à escola.
Saí do meu quarto e o meu pai abordou-me quando entrei na cozinha, já pronta para ir para a escola.
— Porquê? Nunca me levaste. Porquê hoje?
— Por isso mesmo. Porquê nunca te levei e estou de folga, já agora.
— Tudo bem, não me queixo.
Ri e sentei-me na mesa da cozinha enquanto esperava o meu pai acabar de fazer o que aparentava ser panquecas. E realmente eram e estavam deliciosas, como só ele sabe fazer.
Bom, o dia começou bem e vai ter de acabar ainda melhor.
Hoje eu decidi que vou ser sincera com o Connor e acabar com ele. Quero dizer, o dia pode tanto acabar muito bem ou mesmo muito mal. Eu não faço ideia como ele vai reagir mas é claro que vai ficar triste, se ele ainda gosta de mim. Até eu que deixei de gostar daquela maneira dele fico triste em ter de acabar com ele e magoar os seus sentimentos.
Depois de comermos, ajudei o meu pai a arrumar a cozinha, fui buscar as minhas coisas ao quarto e fomos para o carro, em direção à escola.
Antes, tentei procurar pelo Xiumin mas não o consegui encontrar em lado nenhum, então desisti.
Quando cheguei à escola, fui arrumar algumas coisas ao meu cacifo e quando lá estava a coloca-las, conseguia ouvir a Yura e as mais umas duas amigas a rirem e a comentarem sobre uma garota que passava por elas. Aquilo dava-me uma raiva, mais ainda do que quando era comigo.
A Yura acalmou depois que o Connor falou com ela, mas eu sinto os olhares que ela me lança cada vez que nos cruzamos. E aquilo diz mais do que mil palavras.
Não precisa de o vocalizar para eu entender o que ela pensa e sente por mim.
Fechei o cacifo e suspirei. Era hoje que esta história com o Connor, que consequentemente acabaria por fazer com que a Yura me deixasse em paz de uma vez por todas.
Fui para as traseiras da escola onde eu e o Connor costumamos estar para ficar sozinhos. Não esperei lá muito tempo até que o Connor aparece na minha frente, sorrindo.
— Bom dia, querida — beijou a minha testa e abracou-me rapidamente, que eu retribui.
— Connor... eu preciso de falar contigo...
— Essa frase é um pouco assustadora — riu mas ficou novamente sério ao perceber que eu encarava o chão, calada — O que é que se passa, Alex?
— Eu... eu quero acabar, Connor... — quanto mais direta melhor, pensei eu.
Ele afastou -se um pouco de mim e percebi que o mesmo engoliu um seco. Definitivamente, magoei-o.
— Alex... porquê? Eu pensei que estivéssemos bem. Foi alguma coisa que eu fiz? Diz-me por favor. Ou então foi a Yura... o que é que ela te fez desta vez?
— Não, não foi a Yura e não, tu não fizeste nada. Fui eu, Connor...
— Eu não estou a entender nada — ele riu, mas pareceu-me mais de nervosismo.
— Connor... eu... eu comecei a gostar de outra pessoa.
— O quê?
Ele olhou-me nos olhos por alguns segundos, ainda com um olhar confuso e depois abanou a cabeça, parecendo que não acreditava naquilo que eu lhe tinha dito.
— É verdade... desculpa mas eu tinha de ser sincera contigo, não te queria magoar mais.
— Tu gostas mesmo de outra pessoa? — a sua voz falhou. Boa, ele está quase a chorar. Por momentos, desejei não ter dito nada daquilo.
— Sim, mas eu nunca te traí. Estes meses que estive contigo foram genuínos, eu estava mesmo apaixonada por ti.
— Mas já não estás... — neguei com a cabeça — Porquê? Porque é que deixaste de gostar de mim assim? Foi alguma coisa que eu fiz de certeza, ou então foi a Yura...
— Não, Connor, eu já te disse que nem tu nem a Yura tiveram nada a ver com isto. Eu... percebi que comecei a gostar de outra pessoa...
— E essa pessoa... eu conheço?
— Não... nunca o viste sequer.
Connor afastou-se de mim e deu-me costas, ficando uns dois minutos em silêncio.
Parecia que o coração me ia saltar do peito, pensei que ele iria ficar furioso e gritar comigo, mas o que aconteceu chocou-me mais ainda.
— Tudo bem. Se já não gostas de mim, não faz sentido continuar-mos juntos.
— Connor... — ele voltou a aproximar-se de mim e agarrou nas minhas mãos.
— Claro que eu estou triste, afinal gosto de ti. Mas eu agradeco-te, do fundo do coração, que tenhas sido franca comigo e que não me tivesses mentido. A sério.
Não aguentei as palavras dele e puxei-o para um abraço apertado.
Partia-me o coração vê-lo assim.
Por mais que ele estivesse a tentar ser forte, eu percebi que ele fazia de tudo para não chorar e mostrar-se magoado na minha frente.— Desculpa, Connor. Tu não merecias nada disto. Se eu pudesse escolher, eu nunca me tinha apaixonado por outra pessoa. Tu és maravilhoso e sortuda aquela que te encontrar.
— Não tens de te desculpar, Alex. Eu sei que não fizeste de propósito e para mim sinceridade vale muito.
Logo a seguir, a campainha tocou e nós tivemos de ir para a sala de aula.
O resto da manhã foi tranquila, apesar de perceber o quanto o Connor estava em baixo então decidi deixá-lo o resto da manhã sozinho.
Eu sabia que depois disto talvez não voltassemos a ser os mesmos, mas pelo menos estava de consciência tranquila e sabia que tinha feito a coisa certa.
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My Sweet Ghost | Xiumin
FanfictionO que farias se te mudasses para uma casa onde vive um espírito? Alex nunca pensou ficar tão ligada a um ser sobrenatural. ✅ CONCLUIDA ➼ copyright © xisweet 2018 | todos os direitos reservados