You are sweet on the tip of my tongue

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— MARLENE, COMO EU VOU EMBORA DAQUI? Que droga! - resmungou Lupin, levemente indignado.

— Então docinho, aceita uma carona? - indagou a garota, Nymphadora, antes de tirar do bolso da jaqueta um chaveiro reluzente e apertar o pequeno alarme, destravando o carro de modelo antigo que parecia brilhar com a luz do luar.

Remus encarou chocado quando Marlene apenas acenou, partindo na garupa da moto de um desconhecido enquanto o deixava ali, sozinho. Ou quase, já que Nymphadora ainda o encarava esperando uma resposta, girando o pequeno controle entre os dedos.

O castanho ponderou por alguns segundos, dando de ombros ao se sentir vencido, seguindo com ela até o carro vermelho.

— Certo, mas moro um pouco longe. Talvez vá atrapalhar o seu trajeto, é quase uma fazenda. Passando o centro da cidade - disse, explicando para a garota que mascava chiclete.

Tonks apenas sorriu e entrou no carro, batucando os dedos na lateral de metal enquanto dava tempo dele fazer o mesmo. Ligou o rádio e deixou que o som suave de Closer ecoasse pelos auto-falantes, cantarolando enquanto ligava a ignição após ambos terem colocado o cinto. 

— Cara, relaxa. Meu carro e eu aguentamos uma viagenzinha - piscou para Lupin, o vendo apertar os dedos nas próprias coxas em nervosismo. 

Ela riu baixinho, balançando a cabeça enquanto movia seu olhar entre a rua quase deserta, ao se afastarem do Karaokê, e o garoto caladão ao seu lado.

— Então, Remus né? Olha, eu sei que é uma chatice ser deixado de lado e convenhamos aconteceu o mesmo comigo, mas olha só talvez seja uma oportunidade cósmica pra que a gente se conheça. Já pensou nessa possibilidade? Porque eu estou cogitando ela agorinha - tagarelou, convicta em cada uma de suas palavras, não notando o olhar estranho que se passava no rosto alheio — Quer dizer, puxa, talvez a gente se dê bem. Mas pra isso... - começou, parando o carro em um sinal vermelho — Você precisa parar de agir feito um robô, sério. 

Remus a encarou por alguns minutos, não aguentando segurar o riso por mais tempo. Sentiu os olhos lacrimejarem, colocando a mão em frente aos lábios. Dora apoiou o braço na janela, que estava com o vidro abaixado e sorriu com a cena, ele era adorável.

— E então, topa?

— O que? - indagou confuso, se recuperando do ataque de risos que tivera.

— Ser menos estranho, eu vi você com a ruivinha e a loira lá no Pub, você parecia divertido - cutucou o braço dele levemente, voltando a acelerar o Corvette.

— Então você estava me olhando, Nymphadora? - disse com a voz rouca, deixando um sorriso brotar em seus lábios finos.

Dora sentiu o próprio rosto corar, fazendo um biquinho.

— Sim, não posso fazer nada se tenho bom gosto.

E então os dois riram, desatando o nó de tensão que havia se instalado, conversando sobre diversas coisas. Mantiveram uma conversa agradável e conheceram mais um sobre o outro, até que ao chegar em uma rua totalmente deserta — no caminho para a residência de Lupin — um barulho alto soou e fumaça passou a sair do capô do carro.

[...]

Nymphadora estava curvada sobre o motor de seu carro, com a testa suja do que parecia ser óleo, e bufava constantemente. Aparentemente seu carro não aguentava uma viagem e agora estava encalhada em uma estrada quase abandonada, com Remus.

— Já tentou ligar pro mecânico? - perguntou incerto, mordiscando a pele do lábio.

— Ele está de férias, dá pra acreditar? FÉRIAS! - exclamou a garota, os cabelos azuis brilhando na quase escuridão — E o meu primo deve estar fazendo sei lá o que agora, não posso incomodar.

Sweet Like ChocolateOnde histórias criam vida. Descubra agora