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•Antes de tudo, quero lhes dizer que esse será um imagine com capítulos não muito grandes para não ficar chato de ler, certo?
•Também não haverá cenas de sexo, se é isso que procura, vá para outras estórias.
•Terá muitas cenas onde as personagens irão sofrer preconceito por serem homossexuais, não fiquem tão bravos, não estou incentivando nada e nem romantizando isso, é crime! Quero mostrar o lado que todos sofrem em países diferentes dos seus.
•O nome do personagem que escolhi para esse imagine é Vincent Rafferty, pois tem um significado muito lindo. Quem é curioso que procure hehe.
•Boa leitura!

  (...)

Ser antisocial em pleno século XXI é considerado uma grande besteira por muitos, mas não para o jovem coreano Kim Jungwoo. Ele simplesmente odiava quando tinha que falar com seus parentes quando eles iam em sua casa, ou quando era seu aniversário e ligavam para lhe parabenizar. Simplesmente odiava o contato humano.

Então, na escola, decidiu que iria ficar sozinho, sem nenhum "amigo" para lhe perturbar. Mas a única coisa que ele acha que ainda tinha que mudar era a ideia da professora de história sempre fazer trabalhos em grupo. Se tinha uma coisa que Jungwoo não suportava mas tinha que engolir eram os benditos trabalho em dupla.

Odiava o fato de sempre ter que ficar com alguém preguiçoso, sempre fazia tudo e a cria do belzebu nunca lhe ajudava. Por isso, sempre que podia, falava para a professora que preferia fazer sozinho, mesmo que sua nota não fosse a mesma. Ou ele faria sozinho e se sentiria bem, ou ele faria sozinho mesmo com uma/outra(s) pessoa(s) que nunca faziam nada e ficaria com raiva o trimestre inteiro.

(...)

O ano letivo tinha começado e Jungwoo estava ansioso para as aulas acabarem novamente, era seu último ano na escola então focaria mais ainda do que os anteriores, principalmente por causa das provas dos vestibulares, necessitava ingressar para uma das melhores faculdades da Coréia. Mas ainda estava indeciso quanto à fazer Biologia ou Biofísica.

Assim que pegou seu material foi em direção à sua sala, quando o professor entrou já era de se esperar que ele fizesse todo aquele discurso de volta as aulas então tratou de ignorar, todos ali já conheciam as regras, era total perda de tempo.

Todo o tédio passou quando um aluno entrou, este que não era coreano e sim ocidental. Parecia meio acanhado e perdido.

- Com licença, desculpe aparecer assim e atrapalhar a aula mas... aqui é a turma 3-C?

Seu coreano é bom. Talvez tenha aprendido com um amigo?

Pensou o Kim.

- Ah, sim. Pode entrar. ㅡ o garoto entra e olha por toda a sala.

- Eu sou novo aqui. ㅡ entregou um papel para o professor. 

- Seja bem vindo, gostaria de se apresentar para a turma?

-  Olá! ㅡ sorriu. ㅡ Eu sou Vincent Rafferty e a partir de hoje estudarei com vocês durante todo o período letivo.

Então todos se levantaram e se curvaram de leve. A atenção estava no garoto de pele negra, cabelos crespos, lábios grossos e um sorriso encantador  ㅡ segundo o Kim, que não parou reparar no garoto um minuto sequer ㅡ, mas que reprimiu todos os pensamentos que surgiram sem ter percebido.

Notou novamente quando o outro se sentou ao seu lado, olhou-o rapidamente e assutado, tão acostumado a ficar sozinho que estranhou o fato de que alguém havia o notado. Só caiu a ficha após olhar a sala inteira e ver que só tinha lugar ao seu lado.

De tanto que encarava o rapaz esqueceu de tudo ao seu redor ㅡ principalmente da aula ㅡ e só voltou a realidade quando Vincent o olhou sorrindo.

- O que foi?

- An? Ah, nada. Desculpe. ㅡ abaixou a cabeça olhando para a carteira, sentia seu rosto esquentar pela vergonha.

Não sabia o que estava acontecendo consigo, ninguém nunca havia chamado tanto a sua atenção igual ele. Nunca soube também sua orientação sexual, ninguém havia o atraído ainda, então para ele aquilo era novo.

(...)

Na hora do intervalo decidiu que não iria almoçar, estava sem fome e mesmo que a escola obrigasse os alunos a comerem, preferiu ir para algum lugar escutar música e ignorar todo mundo como sempre fazia, porém seus planos foram por água abaixo quando seu nome foi chamado.

- Kim Jungwoo da turma 3-C, comparecer a sala do diretor.

Seu sangue gelou no mesmo instante. Teria ele feito algo errado logo no primeiro dia? Respirou fundo e seguiu rumo até a secretaria, viu que tinha mais alguém ali sendo atendido, olhou para a porta do diretor e mordeu os lábios nervoso.

- Sr. Kim, pode entrar. O diretor lhe espera. ㅡ a secretária falou e continuou a resolver um assunto com o outro aluno ali presente.

Girou a maçaneta e entrou, seu olhar foi de primeira ao garoto ali, Vincent estava sentado olhando para o diretor e quando sua presença foi notada entrou em pânico.

- Sente-se. ㅡ o diretor proferiu e ele o fez logo após fechar a porta atrás de si. ㅡ Jungwoo, está aqui pois escolhi você para ser o monitor de Vincent por uma semana.

- O que? ㅡ perguntou surpreso. ㅡ Por que eu? Não sou o único que conhece essa escola!

- Algum problema comigo? ㅡ Vincent que estava até agora quieto se pronunciou, meio chateado.

- N-Não... eu só não estou acostumado a interagir com as pessoas. ㅡ respondeu se sentindo envergonhado pelo seu ataque. ㅡ Tudo bem, eu mostro a escola para ele.

- Ótimo. ㅡ respondeu o diretor. ㅡ Saiba que não o escolhi por não ter amigos, e sim por ser um dos melhores da escola, sim? Podem se retirar.

Saíram da sala do diretor, Jungwoo ainda sentia seu rosto corado, não queria o encarar por isso tentou ser breve.

- Tudo bem se começarmos amanhã?

- Sim.

- Até. ㅡ deu as costas mas foi impedido de seguir pois sentiu uma mão segurar seu braço e o puxar de volta, não de forma grossa porém o mais delicado possível. Ato que o deixou todo sensível.

- Por favor, não saia assim. Por que não quer falar comigo? ㅡ sentiu ser virado, ficando próximo ao garoto que sorria. ㅡ Jungwoo, não é? ㅡ concordou. ㅡ Podemos voltar para o intervalo juntos e...

- É melhor eu ir.

Se desvencilhou da mão do moreno e saiu as pressas esbarrando com algumas pessoas pelo caminho. Estava suando frio e com a respiração pesada. Precisava se afastar das pessoas antes que tivesse uma crise, por isso voltou para sua sala, onde não tinha ninguém e pôde relaxar até o fim do intervalo.

(...)

No fim das aulas saiu o mais depressa que pôde, não queria ter que ficar ali sem ser necessário. Quando finalmente pôs os pés para fora da escola se sentiu livre e caminhou até sua casa ainda se sentindo confuso com o que aconteceu na secretaria.

Foi para seu quarto assim que chegou, largando a mochila no chão e se deitando na cama de barriga para cima, encarando o teto e tentando entender sobre as reações de seu corpo sobre hoje. E tentando entender principalmente Vincent Rafferty.

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