Dylan, clichê e mais Dylan
Me arrumei rápido para ir para a escola, tomei café da manhã e cheguei meia hora antes. Eu tinha que por meus pensamentos em ordem. O problema é que a única coisa que eu conseguia pensar era nas outras provas de natação. E só fazia duas semanas que eu tinha entrado para o time.
Mordi o lábio inferior, enquanto tentava me concentrar em algo melhor, até que tomei um susto com a presença de Dylan ali.— Precisamos parar de nos encontrar assim, vai que vira costume. Três vezes na mesma semana e até agora não sei nada sobre você, a não ser seu nome. — disse, com uma voz baixa, mas firme. Percebi que seus olhos eram castanhos, claros e brilhantes, suas pupilas dilatavam mais rápido do que o normal, ele estava nervoso? Sentou-se ao meu lado, mas não tão próximo.
— Isto foi uma cantada? Porque foi péssima. E tecnicamente foram apenas duas vezes porque você veio até mim agora, então se isso se tornar um costume vai ser por sua parte — eu respondi sem muito entusiasmo, seca e áspera, afinal só aí que eu havia lembrado que ontem ele não apareceu na aula de química e como ele não apresentou o trabalho junto comigo, (e digamos que eu não sou completamente boa para falar em público), ele perdeu 1,5 ponto pelo trabalho ter que ser em conjunto apresentado e eu fiquei super nervosa de falar sozinha já que tínhamos treinado juntos, o que não aconteceu. Mas eu me sai bem, até falei a parte de Dylan. Mas o professor disse que não justifica, ele tinha que estar presente, a menos que Dylan não dê uma explicação plausível ao professor, ele perderá 3 pontos, e eu continuarei com os meus mesmo porque ele entendeu que não foi culpa minha... Ignorei sua "pergunta" logo em seguida revirando os olhos.
— Você se acha demais, isto não foi uma cantada. Acordou com o pé esquerdo? E ainda não me disse nada sobre você. Então, quem é Maddylaine Scobark? — ele perguntou agora diretamente, me fazendo soltar um sorrisinho sem abrir a boca, porque como praticamente a escola toda ele também não sabia basicamente nada sobre mim. Não pelo fato de eu ser excluída, na verdade eu me dava bem com todos que eu conhecia e eu conhecia muita gente da escola. Era mais pelo fato de eu ser reservada mesmo.
— Se você diz... Bom, eu não acordei, você que fica supondo às coisas ai. — deixei um sorriso sarcástico transparecer em meu rosto nu o que desmanchou qualquer vestígio de felicidade nele — Só conhecendo para descobrir! — dei uma pausa, respirei fundo mantendo minha postura — E então, quer arriscar? — arqueei a sobrancelha direita e estendi minha mão que foi apertada na mesma hora por ele. Suas mãos eram fortes mas macias como algodão — Corajoso!
— Estressada e linda? Você treina? — revirei os olhos, a pronto, mais um! Ele voltou a sorrir largo para mim enquanto eu tentava ignora-lo olhando para frente — Eu sempre fui! Arrisco com certeza! — soltou minha mão e se acomodou do meu lado — Mesmo eu já tendo estudado aqui, eu posso ser considerado um veterano, né? Não lembro bem daqui. Muitas coisas mudaram. Então... Você não deveria me apresentar a escola? — deu de ombros, agora ele tem minha total atenção.
— Desculpe então, não é assim que se recebe "alunos veteranos". Veio atrás de caridade? — disse, deixando a frase soar com um tom brincalhão e divertido
— Eu não sou de recusar nada! — deixou que mais um sorriso tomasse conta de seu rosto, entendendo as mãos em forma de redenção
— Então como você não lembra tanto da escola assim, eu me ofereço para apresentá-la, no intervalo, pode ser? — revirei os olhos, ele assentiu — Então, está em que ano? — perguntei tentando demonstrar no mínimo um pouco de curiosidade.
— Com seu bom humor? Duvido que seria um passeio em paz. — olhei-o indignada, ele não me conhece, por isso está falando isso. Ou talvez porque eu fui... Grossa demais? — Enfim, segundo, e você?
— Desculpe-me, oh meu rei! — debochei do mesmo, acho que está em mim — Também sou do segundo. — disse com um tom de empolgação ao falar a última frase, afinal, quem não é doido pra sair da escola e da faculdade também? Seria só mais um ano. Então o mais rápido na escola, mais rápido na faculdade e só vai ser trabalho (é o que eu acho).
— Uau! Não sabia que seu humor era tão bom assim! Olha, estou surpreso! E... Eu tenho que ir — apontou para a sala quando o sinal soou, sorrindo de lado e saindo de minha frente.
Eu nem consegui terminar minha conversa pois todos foram para as suas salas, afinal, como eu não percebi "todo mundo" chegando? Eu estava tão entretida no assunto.
Era a melhor aula, matemática, por mais que muitos não achassem. Respondi todas as questões exigidas... Ia me levantando quando o som da voz da professora me parou.
— Aonde vai, Maddy? — ela perguntou.
— O sinal tocou, eu já terminei meu dever... Ahn, estou saindo ué. — vi ela assentir e abri a porta passando pela mesma
Vi os outros alunos saírem de suas classes, procurei uma mesa vazia e me sentei enquanto comia uma maçã... Estava concentrada em uma parede qualquer quando ouvi o sinal tocar para o horário da saída, graças a Deus...
18/09/2020 (Dezoito de Setembro de Dois Mil e Vinte)
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••• Dqma •••Autora: capítulo meio curto, mas é um pouco de como tudo começou. Espero que gostem. Não esqueçam de votar.
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Diga que me ama
RomanceEssa história conta sobre uma garota que sempre quis viver seu clichê. Até perceber que não queria viver em um romance de conto de fadas, até porquê eles não existem. Após conhecer Dylan no primeiro ano do Ensino Médio, a menina percebe que do que v...