Parte 4

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Por volta das 9:00 PM, dediquei meu antigo passatempo, evadindo dos costumes cinemáticos e seguindo Evan.

Nunca foi dorminhoco a ponto de se entregar tão cedo a prefeitura cerebral, conhecida como "mundo dos sonhos. A situação somada a isto, arrepiava meu ser em uma escala asfixiante. Embora a chamada suposição alertasse meu pressentimento, as bilhas de plantas chamaram mais atenção mediante ao suspense acumulado, seu tom dançante vinha das brisas intocáveis; assim defino, pois a falta de percorrimento no meu tato era intrigante e extraordinária. Antes disto já cobrava um ventilado beijo apaziguador, para então adormecer suavemente meu corpo amedrontado; infelizmente não recebi.

Na mistura da escuridão com climas mais negativos possíveis, aquele corredor se tornou mais e mais longo. Ainda que amarrasse maldições com orações, continuei seguindo incessantemente o lento vulto - minha companhia diária - em direção ao choque emocional.

Sujeitei-me ao mistério, então quando abriu a porta de nosso quarto, enxerguei ainda longe, vestígios do inimaginável; Evan com ombros caídos e uma tristeza surreal, entrou sob múltiplas lágrimas minúsculas, as quais sabe-se lá como enxerguei. Senti-me solitário por milissegundos, então veio sentimentos vazios, encontrei-me em diversos aspectos neste "destinado" fenômeno : um agressor invasivo, respingando excesso de suor, medonhamente impaciente, ao ponto que arquejava bem próximo a assobios.

Mesmo em crise mental, tomei disposição para revelar aos meus olhos e sistema nervoso central, o que ocorria. Sem distinguir mais temor ou euforia, determinei e cumpri meus incertos passos. Quase que arrombando a porta, deparei-me com Evan; sentado no chão, agarrado fortemente aos joelhos congelados. Foi onde compreendi seu pior pesadelo, estava trêmulo tão mais que as árvores do parque askobich na primavera. embrulhado no próprio cobertor, declarava mesmo sem palavras sua sensação altamente deprimente.

A janela era a única fonte de luz ativa, criando um ar umbrífero. Objetos de lazer desapareciam nos contornos. A mesa era a única mobília visível, ficava metade exposta sobre o luar, e abaixo dela Evan - escorado e assombrado - encontrava-se na maior fonte de mudez de toda a universidade. Utilizávamos cadernos antes deste encontro, estavam em uma exposição de palavras carvão, que vezes predominavam e outras se perdiam, em compostos temáticos amarelados. Revelava-se quadros impressionistas em nossas paredes sentenciadas a rangidos, graças a extensa velhice.

Nenhuns olhos possuíam tal pupila fraca sob choro silencioso e ausência de pingos emocionais. Algo estranho demais ocorreu, Evan desalinhado ao extremo nunca devia ter sido evidenciado por mim, não mais que outro cursante de economia comum.

Ao tentar comunicação sob alternados modos, notei leve alteração de posicionamento e flexões labiais - como se fosse pronunciar algo - que falhavam em acrescentar significado a essa poesia não compreendida. Passei minutos em pé, observando algo que apelidei de cena medonha - que em breve entenderá - e guardei somente a mim mesmo. Não pude deixar de pensar também naquele brilho medonho de antes, embaixo de nosso conjunto de repouso. Tal iluminação que se relatada, populações universais e cristãs desacreditariam por séculos, montando a errônea idéia de ser um conto sombrio ou invenção de algum abusador de alucinógenos.

Evan então, depois de muito pensar, me pediu para sentar próximo. Antes disso fechei a porta e mostrei como confiava nele, tal jeito de crenças em deidade. Minha sanidade entregue estava, perante sua confissão enigmática.

Começou dando desculpas incompreensíveis; a mim, a Laggine, a todos - pareceu no princípio, testemunho de um arrependido profanador - agradeço por estar enganado. Pois mais que tudo, o que desejava intensamente, resumia-se em ser o homem da vida da perfeita, vagante da sala de medicina; meu melhor amigo até os últimos suspiros; em derradeiro e longe de ser menos importante, nobremente ajudar os necessitados diante de qualquer asfixiado ou leve desafio: psicólogico ou físico. Começou fraquejando, sob olhares desinteressante voltados ao antigo tapete carmesim.

Caso Evan DooreOnde histórias criam vida. Descubra agora