Capítulo Um: Dominic

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Três anos antes

O sangue escorre em filetes finos e aos poucos forma uma minúscula poça de sangue ao meu lado, encaro a minha pistola do outro lado e resmungo irritado, essa não era a minha definição de uma noite proveitosa, ao menos não enquanto eu não destroçasse cada um dos ratos infelizes que ousaram cruzar o meu caminho.

Olho para a minha esquerda e vejo meus homens se movendo com agilidade, o ataque havia começado há menos de dez minutos e eles já estavam aqui, ao menos uma notícia boa em meio a tanta merda. Não muito longe de onde estou ouço os gritos de comando de Jude, sua voz irritada me faz rir baixo e me dá ânimo para sair em combate, nada melhor do que lutar pelo meu território ao lado do meu irmão psicopata.

Levanto-me e puxo minha semiautomática do meu coldre de couro, atiro na cabeça de cada miserável que aparece a minha frente, e por um instante agradeço pela loucura do meu irmão não lhe atrapalhar a pensar como sempre acontece comigo em combate, de soslaio vejo alguns de nossos homens puxando traidores em direção ao caminhão, após limpar toda essa merda ainda teríamos uma longa noite descobrindo os nomes de todos que haviam sido burros o bastante para nós trair.

Mordo o lábio sentindo o metal frio do meu piercing enquanto reprimo uma risada ao ver Jude rasgando a garganta de mais um infeliz do Comando, sinto o gosto do sangue e acerto dois tiros seguidos na perna de mais um traidor, quanto mais homens para torturar mais chances de pegarmos todos os ratos em meio ao nosso esquema.

"Isso foi fácil", diz Jude rindo e pulando alguns corpos, guardo minha arma e me delicio com o gemido de dor de alguns filhos da puta a nossa volta.

"O que não significa que eu tenha gostado, essa camiseta custou uma nota", digo olhando para o pequeno furo em minha camiseta preta, Jude revira os olhos e passa a mão por seu cabelo sujo de sangue, desvantagens de rasgar gargantas com facas bem afiadas.

"Chefe", diz Nolan, nosso homem mais antigo se aproximando, ele manca, mas esforça-se para não demonstrar. "Temos todos no caminhão, permissão para levá-los até a Toca."

Jude olha em volta e me encara. Apesar de meu irmão mais velho ser o Capo minha opinião ainda contava para algo, as vezes. Dou um leve aceno em concordância e Jude acena para Nolan seguir, a nossa volta nossos homens começam a jogar gasolina sobre todos os corpos, e em questão de segundos o fogo começa a tomar conta de cada centímetro da velha rodovia que usávamos para um de nossos rachas.

"Acho que você terá que cuidar de si mesmo hoje", diz Jude rindo apontando para um ponto atrás de mim, viro-me e vejo o corpo da prostituta que há pouco estava grudada em meu pau, bufo impaciente e olho para Jude.

"Minha culpa", digo encarando-o, ele ri e dou de ombros." Ela não sabia chupar, não irá fazer falta", dou a volta por Jude caminhado em direção aos nossos carros, caminho com cuidado pela rua molhada de gasolina e sangue, isso era um prejuízo de merda.

"Você sabe que eu admiro sua boa vontade em devolver o lixo para o inferno, mas essa é a quinta mulher que você manda embora só essa semana", diz irônico me seguindo, continuo caminhando sem olhá-lo, reviro os olhos e me mantenho em silêncio, falar não era exatamente a minha praia, sendo assim, quando eu dizia que queria algo era porque eu queria algo, a culpa era totalmente delas que eram burras demais para entender. "Eu amo você irmão, mas amo mais ainda a sua cabeça fodida", diz passando seu braço sob meu ombro, dou um sorriso mínimo de lado e passo meu braço por sua cintura, era assim que éramos, juntos até o fim, os incansáveis irmãos Callaham contra toda a merda que poderia querer bater em nós.

Jude empurra a porta de madeira de seu escritório e entra no mesmo, sigo-o e logo me jogo na cadeira de couro em frente à sua mesa, ele prepara duas doses de tequila para nós em silêncio, e sei que sua falta de fala está gerando algum pensamento insano, olho para a minha ferida e arranco minha camiseta preta, a bala passou de raspão, mas a pequena marca iria ficar ali junto com todas as demais.

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