1; o vampiro que não conseguia assustar niguém

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— Hoseok, você é uma vergonha para a família. — O senhor Jung Drácula dizia ao filho, que se encolhia ao ouvir aquelas palavras tão rudes. — Sério, como você consegue ser um vampiro que tem medo de sangue, criatura?! Você quer morrer desnutrido?

— Mas, pai, a gelatina de framboesa e o xarope de groselha substituem bem! — rebateu, finalmente se levantando.

— Escute aqui, morcego fajuto, sabe que dia é amanhã? — arqueou uma sobrancelha, abrindo um sorriso maquiavélico, pois tivera uma ideia.

— Segunda-feira — respondeu sorridente. O mais velho deu um tapa na própria testa, desacreditado com o quão 'nem aí' o filho estava para a cultura e tradição de horror da família.

— Halloween, Hobi. Halloween! — disse como se fosse óbvio; e, realmente, deveria ser.

— 'Tá, e eu com isso? Não vou sair de casa nesse Halloween! No último, conheci um garoto fantasiado de vampiro e fiz amizade com ele, mas, quando fomos nos encontrar no outro dia, ele fugiu de mim, porque não era uma fantasia! — Estava indignado. Sentiu-se tão traído naquele dia... Poxa, só porque ele é de uma espécie sanguinária e mortífera, não pode ter amiguinhos?

— Meu filho, meu pequeno demônio, esqueça o passado, sim? — bagunçou o cabelo do menor, preparando-se para contar-lhe a ideia que tivera. — Bem.... Esse ano, você sairá para o Halloween novamente. — Quando Hoseok foi protestar, o Drácula fez um sinal para que se mantivesse calado. — E se você não fizer o que eu mandar, pode esquecer aquele curso de Dança que você tanto quer.

O rosto de Hoseok assumiu uma expressão ofendida, muito ofendida. Como seu pai poderia, simplesmente, cogitar proibí-lo de entrar para o curso de Dança?

— Afe, o que você quer, coroa? — revirou os olhos, completamente aborrecido.

— Adoro quando você é grosseiro desse jeito — limpou uma lágrima fictícia, emocionado com a atitude rude do filho. — Então, neste Halloween, você, definitivamente, irá atacar alguém e trazê-lo ao nosso castelo.

— 'Cê 'tá de brincadeira, né? Porque, tipo, olha só para mim! Pai, eu sou um vampiro diferente — cruzou os braços. — Quer dizer, a maioria dos morcegos sobrevive a base de frutas, néctar e pólen, sabia? Os que se alimentam de sangue são a minoria, então, por que eu preciso ser que nem a minoria?

— Jung Hoseok, você não é um morcego, é um vampiro.

— Por que você precisa destruir tudo que eu sou? — O drama era explícito em seu tom de voz. — Eu já tenho trezentos e dezessete anos, mas você ainda insiste em dizer o que eu devo ou não fazer, e o que eu devo ou não devo ser.

— No meu coração, tu tens apenas dezessete mesmo. E, olha só, são mais de trezentos anos sem beber sangue de alguém!

— Em minha defesa, quando tentei tomar o sangue daquela tia que o senhor sequestrou, eu desmaiei.

— Você está ouvindo o que está dizendo? — perguntou enquanto massageava as têmporas; Hoseok lhe tirava do sério.

— Sou hematofóbico, não surdo — revirou os olhos mais uma vez naquele período de dez minutos; seu pai não desistia mesmo.

— Aish, cansei! Você fará o que mandei ou pode esquecer do curso de Dança, estamos entendidos?

Hoseok encarou o pai com o cenho franzido, ainda não totalmente convencido. Contudo, seu sonhado curso estava em jogo ali; não tinha escolha.

— Ok, velhote. Amanhã, você verá como eu posso ser um vampiro violentíssimo quando quero.

O Drácula apenas sorriu. Realmente, adorava quando o mais novo lhe tratava daquela forma, rude, violento, selvagem.

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2020 ⏰

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