Vauseman

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Olá querida. 

Hoje deve estar fazendo uns 3 anos que você parou de falar comigo. E quer saber, não te culpo. você está ai dentro porque eu fui descuidada.

Mas eu te disse que não conseguiria fazer isso. Que eu tinha medo. Mas mesmo assim você insistiu. Mas acho que foi legal enquanto durou. 

Parece até clichê, mas a nossa história foi algo como naqueles filmes patéticos de uma garota que se apaixona pelo cara errado. No meu caso, o cara é você, a mulher pela qual eu fui imensamente apaixonada por 13 anos da minha vida. 

Pode parecer que era rebeldia, mas eu ter saído da casa dos meus pais aos 17 foi bom e até mesmo preciso. Eu te conheci naquele maldito bar no qual fui pedir emprego e não me arrependo nem um pouco de ter terminado aquele dia na sua cama. Até porque eu passei os próximos 7 anos ao seu lado. 

Foi legal ter passado esse tempo com você, isso fez com que eu percebesse que a vida tinha de ser vivida intensamente, e ao seu lado eu vivi.

Só que o ano que se seguiu foi péssimo. Sempre a mesma história, os vizinhos reclamando da gritaria, você ameaçando que me deixaria e eu sabia que no fundo não era bem aquilo. Mas na semana que sua mãe faleceu, eu já tinha tomado a decisão de partir. Eu precisava daquele alívio para o meu psicológico. Sinto por ter te abandonado no seu pior momento, e eu sei o quão ruim é, mas a distancia entre a gente me fez entender que toda essa dor era preciso. 

Passei o restante desse tempo aproveitando o que a vida me ofereceu, mas agora eu percebi que errei. E estou aqui, pelo que deve ser a vigésima carta para você, admitindo o meu erro. Lembre-se, amar é muito melhor que ter razão, e eu estou jogando todo aquele orgulho, imbecil que tinha, fora e admitindo que errei. Seria legal ter pelo menos uma resposta sua. Mesmo que seja para me xingar. 

Acabei de lembrar do dia que fomos fazer um piquenique. Tudo estava perfeito até começar a chover e não tinha um local se quer perto para podermos nos esconder. Você com a cesta e eu carregando a toalha que tínhamos usado. Devo ter tropeçado algumas vezes e caído no chão. Você ficava rindo e voltava para me ajudar a levantar para então sair correndo de novo e gritando para eu correr pois iríamos ficar doentes com toda aquela água gelada. 

Você não ficou doente, mas eu sim, e ainda tive de conviver por uma semana com os meus joelhos ralados, que ardiam a cada vez que algo esbarrava neles. 

Bom, mas agora eu sinto que devo por um fim a todas essas lembranças e focar no meu tratamento. Sim, eu fiquei sabendo do câncer no ano passado. 

Foi um choque e ter de passar por isso sozinha foi pior. Meus pais não olham mais na minha cara, meu irmão tem a família dele agora e eu não vou pedir ajuda a ninguém. Então só me resta viver o resto do meu tempo com toda essa dificuldade para respirar. 

Ainda trabalho, em uma lanchonete qualquer, para poder pagar as contas do apartamento e poder comprar comida. Não tenho grana para pagar o tratamento, e a doença já está em estado avançado. 

E volto a repetir, não me arrependo de ter feito o que eu fiz. Hoje eu estou feliz com a pessoa que eu fui nessa vida. 

Prometo que essa vai ser a última carta que te mando, então só para deixar registrado, eu ainda te amo.

Me perdoe por ter te abandonado e por ter sido descuidada durante o esquema que te colocou ai dentro. 

Eu te amo e vou conviver com todos os meus erros e aceitar eles de bom grado. 

Eu te amo por ter me ensinado o que era viver.

Eu te amo por ter me mostrado o que era respirar sem ter toda uma culpa nas costas. 

Eu te amo e isso me basta. 

Com carinho, sua Piper. 




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Gente, eu estou voltando aos poucos. 

Me recordem os casais que querem que tenha uma história aqui. 

Vou voltar a escrever, a imaginação está correndo solta pelo meu quarto e eu tô querendo por isso para fora. 

Me ajudem.

Beijos bb's. 

I swear I tried. Where stories live. Discover now