Capítulo 5 - Daniel

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Daniel

Deixei a agua escorrer nos utensílios que utilizei para preparar meu suco, sorri com a cara de Dalia ao observar eu ingerir o liquido verde, mas estava tão acostumado a tantas misturas diuréticas ou energéticas que preparava que para mim era completamente normal.

Ela foi ao banheiro e “por Deus” como as mulheres demoram, terminei de deixar a cozinha completamente organizada quando ela saiu, fixei meu olhar na morena que elevou seu cabelo em um rabo de cavalo alto.

− Precisa de ajuda? – ela comentou quando eu secava minhas mãos.

− Não! Eu já terminei. – falei

− Podemos ir então! – uma leve dor em meu peito surgiu, eu não queria me afastar tão cedo dela.

Poderia parecer estranho, mas o ambiente em casa ficou mais agradável com sua companhia.

− Claro, vou pegar minhas chaves. – ela sorriu a menção das chaves e não sei porque eu me senti constrangido com a forma que ela me encarou.

− Estão ao lado de sua cama. – sorri em resposta.

Segui ao meu quarto e observei novamente e realmente nenhum sinal de que algo mais aconteceu, diria que qualquer homem em minha posição estaria completamente feliz se tivesse fodido a noite com uma garota como Dalia, não que isso não fosse tentador, entretanto fazer tal coisa e não lembrar-se depois seria deplorável.

Peguei as chaves a carteira e o celular, que obviamente estava sem carga, buscaram na gaveta o carregador e o deixei.

− Podemos ir – sorri em sua direção, o sol que refletia em sua pele deixava a visão mais perfeita para um dia de domingo.

Descemos  calados dentro do elevador e com uma distância respeitosa, meus dedos queimavam de vontade de tocar cada parte da pele bronzeada.

− Não sei se estacionei na vaga certa – ela me guiou ate onde deixou meu carro.

− Sorte sua que o morador do apartamento 202 está viajando. – observei a vaga do meu vizinho que ela ocupou.

− Se você levasse uma advertência eu não teria culpa, te fiz um grande favor – ela disse sorridente ao abrir a porta e entrar.

− A politica do prédio é maleável em certos assuntos, certamente o senhor Harper iria estacionar em minha vaga e no dia seguinte faria muitas piadas sobre isso. – meu vizinho era um senhor bem interessante e divertido.

Assim que sai do prédio a sensação de vazio ficou maior, tentei ao máximo extrair informações sobre ela, isso podia preencher lacunas.

− O que costuma fazer aos domingos – foi a primeira pergunta que me veio a mente.

− Durmo até tarde, as garotas dizem que quando faço isso acabo parecendo um urso em hibernação, eu não acordo por nada. – ela deu uma leve gargalhada e eu já considerei esse o melhor som de todos.

− Dormir é ótimo, podemos repor as energias, depois que Stevan decidiu abrir o clube eu acabei desregulando todo meu horário aos fins de semana. – realmente coincidir exercícios, uma boa noite de sono e o Clube estavam me matando.

−Depois de meu estagio de hibernação dominical eu passeio na orla, caminho na areia, tomo um bom sol – a imagem dela passeando na praia usando um biquíni me pareceu convidativa.

− Uma garota que ama o sol! – sorri. – gosta então de poder estar em uma cidade litorânea?

− Eu estou em Karfin City! – a forma que ela enfatizou foi tão espontânea – eu devo aproveitar pelo menos a praia, minhas colegas de apartamento têm seus namorados eu que não vou ficar dentro de uma caixa de concreto.

Indecifrável dançarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora