Two

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POV AINÊ

Mais um dia em que eu me levantava às 6 horas da manhã, incrivelmente desta vez eu mantinha um sorriso no rosto, sabendo que só vou ao meu trabalho acertar o pagamento e estarei pronta para o Intercâmbio.
Passarei 9 meses na Califórnia, minha mãe e meu irmão continuarão no Brasil, vou para a casa de uma família brasileira que mora lá, eles me cederam a casa porém eu nunca os vi!

Tomei um breve café da manhã e segui na lotação daquele ônibus em um calor de 33°, fiz todos os meus acertos e voltei para casa, onde recebi uma ligação de dona Esmeraldina, a proprietária da casa onde eu vou ficar na Califórnia. A família dela irá me esperar no aeroporto e graças a Deus eu não vou precisar falar taaanto o meu péssimo inglês já que vou viver sob o mesmo teto de brasileiros.

Larissa: tá, mas tu vai passar 9 meses e nenhuma semaninha com a gente?

- Eu mandarei mensagens todos os dias

Bruna: esquecida como é, vai nos trocar pela filha da Odina, Olívia, sla

- Esmeraldina - disse pausadamente - e não, não vou trocar vocês por nada nesse mundo

Larissa: olha o que tu promete hein?

- Deixem de paranóia, vocês sabem que eu amo vocês

Bruna: falando assim parece até que não briga com a gente por não trazer açaí

- Essa é a parte que me toca? - Perguntei colocando a mão no coração com cara de deboche

Larissa: nós vamos arrumar essas malas ou não? - Disse levantando impaciente da cadeira giratória.

- Vamos vamos

Colocamos uma playlist no Spotify e fomos arrumando as malas, volta e meia o drama de eu ficar longe voltava e elas se choravam mais um pouco, elas só se alegraram quando eu disse para que pedissem algo que queriam de lá que eu traria de presente quando voltasse, que ideia.. elas fizeram uma lista de pedidos que iam desde perfumes até roupas e calçados, só me faltaram pedir o vento americano estocado dentro de uma sacola plástica.
Chegamos ao aeroporto e foi só choro, minha mãe ainda insistia para eu não ir, mas sabia que era meu sonho, Antônio me abraçou e não soltou nunca mais, prometi à ele que sempre que quisesse falar comigo era para ligar que eu atenderia. Larissa e Bruna pareciam que nunca mais iam me ver, choravam feito crianças. Enfim meu vôo foi anunciado, me despedi de todos mais uma vez e então adentrei o avião onde passaria as próximas 12 horas. Coloquei a mala que estava comigo em cima dos acentos naquela parte onde todos colocam as malas, parte a qual meu espírito de pobre não sabe o nome, me sentei na janela, ao meu lado estava uma outra moça que mal entrou e já dormiu.. não julgo. Vi eles acenando para mim de dentro do aeroporto e tentei retribuir de dentro do avião, sem a certeza de que iriam ver, ali eu aproveitei para chorar, coisa que eu não tinha feito na frente deles para não deixar o clima ainda mais pesado.
Eu tinha feito uma lista com vários filmes na Netflix porém o cansaço foi mais forte, me fazendo dormir durante a viagem inteira
E então, depois de intermináveis 12 horas eu pisei em solo americano. Com a cara toda amassada e olhos inchados, eu saí do avião, peguei minha mala e esperei no local combinado pela minha nova família, que eu não fazia ideia de como identificar uma vez que o aeroporto era partilhado por milhões de pessoas. Foi então que senti uma pessoa me cutucando, me virei rapidamente avistando uma moça linda, cabelo escuro e olhos meio verdes/castanhos, ela me olhou e logo perguntou

Xxx: é você a Ainê?

E eu prontamente respondi - sim, você é?

Xxx: Thais, sua nova irmã

Ela disse e abriu um sorriso, me abraçando logo em seguida e chamando o restante da família, que era no caso a Dona Esmeraldina e o Sr. Zé Carlos. Todos me receberam muito bem, Seu Carlos levou minhas malas enquanto íamos ao carro, um SUPER carro o qual nem combinava comigo ali dentro. No caminho fui contando um pouco sobre mim, minha vida e eles também.
Chegamos na humilde mansão que era do tamanho do meu antigo bairro, enorme, a Natália foi me levando para conhecer aquele lugar imenso enquanto eu estava encantada com tudo.

Thais: e por fim temos a quadra de basquete e tênis - dizia ao terminarmos nosso pequeno tour pela casa

- Como tu não se perde aqui dentro? Olha o tamanho dessa casa - ri ainda abismada com aquela quadra de tênis que eu estava doidinha para usar

Thais: logo você se acostuma, mas vamos subir, seu quarto será ao lado do meu

Concordei e subimos, adentrei o quarto, era um quarto central, entre o quarto da Thais e do irmão dela, cujo eu nem vi as fuças, mas segundo ela, é um porre. Thais saiu enquanto eu arrumava minhas roupas, calçados e todo o mundo de coisas que eu trouxe comigo, ela me avisou que sairia pois, como modelo, precisava tirar fotos para uma campanha, Seu Carlos foi até a empresa deles e dona Esmeraldina dormia tranquilamente no sofá mais confortável do mundo que existia na sala deles.

Xxx: olha olha quem chegou - disse e eu me assustei, olhando rapidamente para a porta

Xxx: assustadinha hein? - falou o moreno dos olhos escuros, apenas com uma calça de moletom cinza, deixando todo o seu abdômen definido e com algumas tatuagens a mostra.

- Você é o irmão da Thais? - Perguntei enquanto o admirava

Philippe: infelizmente, ela já deve ter feito a minha caveira com você - falou como algo óbvio, me fazendo perceber uma richa entre os irmãos Coutinho's

- Não, ela não falou muito de você, apenas que é um imaturo que não liga pra nada - falei já sentindo minhas bochechas corarem

Philippe: mesma coisa que falar mal.. tá com vergonha gringa? - Perguntou e eu corei mais ainda

- Nãooo, e aliás, não é gringa, é Ainê!

Philippe: Hum, blz, só vim te conhecer mesmo, flw - disse e saiu me deixando com cara de nada

Continuei arrumando minhas coisas até alguém entrar no meu quarto, me fazendo tomar um susto novamente. Será que esse povo não sabe bater na porta não?

Aceito críticas construtivas, se puderem me ajudar divulgando eu ficarei muito grata! Espero que gostem e soltem a imaginação enquanto lêem

IC: "O Intercâmbio" da babideinert

A Estranha Perfeita - PhilnêOnde histórias criam vida. Descubra agora