Capítulo 9

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Miguel encontrou Raíra com Luana sentada na grama do terreno do colégio observando alguns garotos treinarem, aproximou-se lentamente para surpreendê-la, mas quando estava quase Luana a avisou "Olha o Miguel!". Ela virou-se de um modo que pudesse vê-lo e levantou-se rapidamente batendo na calça para que não ficasse nem um pedaço de grama preso em seu uniforme. Caminhou em direção a Miguel e quando ele iria finalmente abraçá-la, ela o empurrou.

- O que foi Raíra? - Miguel não entendia o porquê ela o havia empurrado.

- Não pode me procurar assim na frente de todos - Sussurrou de forma que só ele a pudesse ouvir - A Nadine tem que acreditar que não estamos juntos!

- É sobre isso que eu vim falar! -Ele estava se sentindo desconfortável com a situação, e enquanto Raíra pedia em sinais para que ele falasse baixo, ele continuava usando o mesmo tom de voz - Eu não quero mais esse negócio de vingança. Porque não esquecemos isso Raíra? E voltamos a ser como antes?

-Como é que é?

- Eu não quero mais me vingar da Nadine.

- Ah... - Raíra levou o dedo indicador até os lábios e o mordeu levemente, enquanto pensava- Estou entendendo. Está gostando da vadia?

- Ãhn?

-Eu vi vocês se beijando e você parecia estar gostando - Continuou Raíra se esquecendo de sussurrar - E agora vem com esse papinho de que não quer se vingar! O Felipe estava certo então. E os meus olhos certamente não me enganaram!

-Ei, calma. Não é assim... – Miguel tentava soar pacífico.

-É assim, sim! - Disse batendo no peito de Miguel com os punhos fechados -Você todo o tempo estava me chifrando!

-Ei! – Ele a segurou pelos punhos – Se acalma, está louca?

-Não! Você é um hipócrita, nojento! Eu nunca vou te perdoar... – Ela seguiu com uma série de xingamentos atraindo a atenção de algumas pessoas que passavam pelo local.

-Raíra... - Ele segurou os ombros dela com firmeza de uma forma em que pôde fazê-la calar por um instante - A Nadine é só uma garota mal amada. Não merece tanta atenção! Esse negócio de vingança só faz mal a nós mesmos, Raíra, você não entende isso?

-Ninguém vai rir de mim, Miguel ! Muito menos a Nadine. Mas se não quiser me ajudar, tudo bem. -Disse enquanto tirava as mãos de Miguel do ombro dela - Eu faço tudo sozinha. Mas se não me ajudar, Miguel. Pode esquecer que eu existo!

Miguel respirava fundo e fechava os olhos procurando encontrar paciência para lidar com Raíra, ele não queria perdê-la, mas não queria fazer mal a ninguém. Ele procurava em pensamentos uma maneira de fazer Raíra mudar de opinião, mas sabia que ela tinha um gênio forte e a opinião formada. Não conseguiria mudanças da parte dela. Ele não tinha outra opção, a não ser prosseguir com o plano, naquele momento sentiu vergonha por dentro por ser tão submisso àquela mulher. Mas não queria arriscar sofrer por não ter ela novamente. Apenas em uma semana que ela havia ficado ausente em sua vida, parecia que iria enlouquecer, ele não queria voltar a sentir aquela ausência novamente, não arriscaria perder Raíra.

As vezes Miguel parava para pensar em sua relação com ela e percebia que na maioria das vezes Raíra o fazia de fantoche, se ela dissesse que pedra era pau ele se mantinha calado, porque ele estava apaixonado, mas também estava cego. As vezes quando apoiava a cabeça no travesseiro pensava em esquecê-la, talvez fosse o melhor, mas era difícil. Ele só queria poder amá-la!

- Tudo bem, Raíra - Disse cabisbaixo, direcionando o olhar para a grama -Eu vou prosseguir com o plano.

-Ai, meu amor - Raíra o abraçou, mas ele não abraçou ela -Eu te amo!

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