Capítulo 2

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Minha infância é como um fantasma de uma vida que não parece, um dia, já ter sido parte de mim. Às vezes, na calada da noite, fecho os olhos aos deitar e tento focar nas coisas que me rodeiam. Memórias. Um quebra cabeça que tento solucionar inutilmente. A brisa fria e suave da noite me lembra mantas macias e um leve canto, um entoar longe demais para ser distinguido. O fato de não haver fotografias minhas nunca me incomodou de verdade, apenas uma pequena chateação quando a professora do jardim de infância pediu que todos trouxessem a foto favorita de cada um com um familiar. Não significava que não houvesse nenhuma, há algumas, na realidade, que guardo com muito carinho. Peguei ela no porta retrato de cabeceira enquanto despejava mais tralha pelo quarto.

"O dia do sim"  dissera a minha tia, "Você pode pedir qualquer coisa nesse exato dia e farei o que puder para realizá-lo! Mas por enquanto, por que não começamos com algum lugar na qual queira ir?" . Respondi ,com a vozinha esganiçada dos meus 5 anos, que queria fazer um piquiniqui com flores e assim fomos. Subimos uma colina, um pouco afastada do reino, estacionamos a van e montamos um cantinho só nosso. O lugar era repleto por girassóis e hortencias, criando o contraste entre azul e amarelo. Comemos doces e rolei entre as plantas, por isso na foto estava completamento suja de terra e folhas e com um sorriso estampado de satisfação e divertimento.

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⏰ Última atualização: May 04, 2020 ⏰

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