capítulo único - momento

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     o cordão de seulgi apertava seu pescoço enquanto estavam deitadas naquele sofá desconfortável. irene percebeu e tentou retirá-lo, sendo impedida pela outra; que segurou seus pulsos.

     "nós não podemos fazer isso, irene."

     "não podemos o quê?"

     "fazer isso, eu deveria estar com um homem, você também" sussurrou, como se nem ela mesma acreditasse naquelas palavras.

     a outra riu, incrédula. puxou o cordão e segurou na cruz que pendia.

     "é por causa disso não é?" acusou, a mais nova desviou o olhar ao invés de responder. irene deu um beijo no pescoço dela antes de continuar "seulgi, deus está bem mais ocupado com pecados piores para se importar com esse."

     seulgi desviava o olhar não por desprezo à mais velha, mas sim pela vergonha de ter os olhos marejados em um momento como aquele. momento esse que fazia parte dos seus desejos mais profundos, só não sabia como lidar agora que era realidade.

     "e-eu..." suspirou ao sentir uma lágrima finalmente cair "eu tenho um namorado.

     lee taeyong nunca significou e nunca poderia significar nada para seulgi. irene sabia disso, mas como poderia reagir se a garota em que era apaixonada estava chorando na sua frente?

     ela abraçou-a e disse nada enquanto a outra desabava. foram longos minutos até que o choro cessasse. irene olhou-a como se fosse a coisa mais preciosa que já viu. suas mãos secaram suas últimas lágrimas em um carinho desajeitado.

     "a vida é muito curta para você negar a si mesma" beijou seus lábios de um jeito que nunca fez com ninguém "estamos prestes a morrer, então por que você ainda insiste em se proibir de sentir?"

     essa foi a gota para que seulgi desistisse de lutar contra si, o beijo que veio em seguida foi por conta dela. se beijavam com pressa de quem já esperou muito, como se o tempo estivesse acabando. eram instantes. a qualquer momento deixariam de existir.

     o cordão foi ao chão enquanto irene desabotoava os botões de sua própria camisa. as mãos de seulgi estavam ocupadas em puxar o rosto da outra em direção ao seu, estavam tão afoitas que os dentes se colidiram, as duas riram baixinho, aquele momento constrangedor se tornaria mais um segredo delas.

     cansada de ficar por baixo, seulgi tomou iniciativa e sentou no colo de irene, que aproveitou e segurou sua cintura. aquilo era novo pra ela, mas se sentiu milhões de vezes melhor do que quando fazia isso com o namorado. o colo da mais velha era o lugar perfeito para si, se amaldiçoou pelo tempo perdido.

     seulgi beijava o pescoço da outra com a intenção de marcar, estava gostando do pensamento em que irene era a sua tela, queria deixá-la como uma bela pintura, a mais bela de todas. sua.

     mesmo com as janelas abertas naquela noite fria de outono as duas pareciam febris, o corpo quente de irene entrava em choque com as mãos gélidas de seulgi, traço que a outra aprendeu a amar também. a essa altura, as blusas já estavam perdidas e os sutiãs esquecidos debaixo do sofá. irene desceu os beijos até os seios da mais jovem, cuja respiração já começava a oscilar, só conseguia pensar no quão perfeita era a visão do peito de seulgi subindo e descendo rapidamente, era lindo como ela tinha ficado assim com tão pouco. a mais velha começou a chupar os seios bonitos da oposta. esta que desceu suavemente de onde estava até ficar ajoelhada perante irene, que estava com as pernas abertas.

     "eu quero que você peça" disse olhando diretamente para irene.

     de onde surgiu toda aquela ousadia? não saberiam dizer, talvez seulgi tivesse outro lado, talvez só porque aquelas palavras eram direcionadas a irene.

     "me chupe, seulgi" sua voz saía grave, quase sussurrada "seja uma boa garota."

     não foi preciso mais para que seulgi obedecesse. se livrou da saia da outra com uma lentidão exagerada, apenas com o intuito de provocar; o que deu certo, já que pode ouvir irene resmungando impaciente.

     porém o próximo passo fora inseguro, ela nunca tinha feito aquilo com uma garota antes. mas sua inexperiência fora deixada de lado ao levantar o olhar até o rosto de irene e vê-la com os lábios entreabertos e com aquele olhar penetrante que só ela tinha. segurou em seus lados e começou a beijá-la desde o interior da coxa até a virilha e então o seu íntimo. enquanto a mais velha delirava com a língua e os lábios em si, a mais nova podia jurar que os sons que a outra emanava eram os melhores que já ouvira em toda sua vida. irene gozou pela primeira vez na noite.

     e o contato terminou com irene puxando seulgi de volta para o sofá, deitando-a e se infiltrado entre as suas pernas. outro beijo foi dado, mais rápido que os outros por seulgi ter interrompido-o com um gemido ao sentir uma mão passeando por dentro de sua calça, peça que agora só atrapalhava, as duas últimas roupas também foram retiradas por irene, que as atirou por cima dos móveis.

     agora que as duas estavam completamente nuas, podiam se admirar. as duas eram belas como uma obra clássica e suas peles eram macias como mel. passariam mais tempo se olhando se suas mentes não estivessem nubladas pela sede uma da outra.

     os lábios se encontraram de maneira mais calma dessa vez, a tempestade passara e seus corpos estavam eufóricos pela expectativa do arco-íris. irene voltou a beijar o pescoço alheio enquanto seus dedos eram chupados com vontade. logo, introduziu dois de uma vez na boceta molhada de seulgi, que soltou um gemido agudo de dor misturada com prazer. seu rosto se contorcia de maneira desengonçada conforme a outra entrava e saía de si. irene não podia amar mais. mais um dedo fora introduzido e os gemidos foram ficando mais altos. os olhos estavam marejados de prazer e seulgi nunca sentira uma sensação melhor. não demorou muito para que gozasse também, soltando um sorriso radiante como se fosse a menina mais feliz do mundo, de um jeito inocente que contrastava com o que tinha acabado de acontecer. ela abraçou irene, mas a outra ainda estava precisando dela. foi a sua vez de usar os dedos, e descobriu que gostava muito de o fazer. até que irene gozasse, a mais nova não conseguia desviar os olhos da pequena irene, que parecia menor ainda debaixo de si. as duas eram muito diferentes, enquanto  mais velha era gentil, a mais nova descobriu que gostava de ser bruta, e ouvir um pedido para ir mais forte não ajudou nada. as lágrimas de irene escorriam por seu rosto enquanto gemia e a vontade de marcá-la novamente surgia. seulgi a maltratou do jeitinho que elas queriam, não podia ser melhor.

     quando acabou, as duas ficaram abraçadas no sofá, uma por cima da outra, naquela posição desconfortável e abafada, mas que bastava. elas se amavam e não era preciso ser dito, elas já sabiam.

     com a consciência de que nada daquilo seria eterno, adormeceram, viveriam os instantes que teriam de vida se permitindo a liberdade.

somos instantes - seulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora