CAP 3: O TREM

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Após Iraci escolher seu animal, uma arara vermelha muito simpática na loja 'Tropicale Brasiliense' com um senhorzinho muito gentil gordinho com os bochechas rosadas que atendeu Iraci com muito carinho, ela foi à estação Maria Queiroz em Belém no Pará. (fic.) Era um lugar enorme e azul escuro, com detalhes em verde e amarelo, tinham que procurar a estação 8,5; entre as estações 8 e 9.
Havia uma parede, então Iraci se preparou para correr e entrar no portal, aliás sabia que no mundo bruxo inglês era assim. Porém aqui não. Como começaram a suspeitar de crianças entrando e saindo de uma parede de uma estação de trem, trocaram para um tipo de abertura igual a do Beco Diagonal, a mãe de Iraci tirou uma varinha da bolsa e bateu na parede, quando ela se abriu se depararam com um trem verde-jade cheio de crianças diferentes umas das outras entrando e gritando coisas como "mãe eu acho que eu esqueci do meu macaco!" com as mãos para fora da janela, parecia uma bagunça, e era, mas era um trem para uma escola de magia, então ninguém reclamou do alvoroço.
Iraci entrou e se sentou num vagão, dando adeus a seus pais e suas primas juntos do seus avós e seu irmão bebê, estava começando, Iraci ia ser uma bruxa, talvez ela poderia ser até mesma a próxima diretora de Castelobruxo, pensou com ambição.
- ¡Hola, Iraci! ¿Qué tal? - Era Juan, o jovem chileno que viu em outro momento.
- Oi Juan! Senta aqui!
Juan entrou com sua mala e um macaco numa gaiola, o macaco era um mico-leão-dourado de pelos que brilhavam com o reflexo da luz. O macaquinho comia um tipo de castanha sentado olhando atentamente para Iraci.

 O macaquinho comia um tipo de castanha sentado olhando atentamente para Iraci

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Carlitos, o mico-leão-dourado de Juan
(desenho original)

- E entonces Iraci... Animada?- Juan as vezes confundia o espanhol com o português, mas ele aprendera o português desde os 5 anos de idade, destinado a estudar em Castelobruxo.
- Eu animada sim. Aliás quem não deve , ?
Então chegou um menino na porta do vagão deles. Tinha olhos puxados e cabelo escuro como uma noite sem luar, caia sobre os olhos e tampava as orelhas, era magricela e tinha mais ou menos 1,65. Era descendente de chineses e parecia estar cansado sem saber muito o que fazer.
- Posso me sentar com vocês? Os outros estão ficando muito cheios - Perguntou o garoto.
- Pode sim... - falou Iraci esvaziando um pouco os bancos. Iraci levava uma mala comum que sua mãe enfeitiçou para caber qualquer coisa, então não ocupava muito espaço.
- Yo soy Juan. Qual é seu nome?
- Me chamo... Uh, Victor - Ele era tímido, pensou Iraci.
- Sou Iraci. Você é mestiço?
- Sim... É... Meu pai era bruxo... Morreu faz uns anos.
- Sinto muito.
Victor não era tímido, ele estava triste porque toda essa história de magia lembrava seu pai e não tinha ninguém para o aconselhar, claro, havia sua avó, mas bem, não era a mesma coisa. Ainda sentia falta do seu pai.
Iraci e Juan foram conversando no trem comendo doces junto com Victor, que agora mostrava alguns sorrisos de vez em quando. Eram doces como chocolates em formatos de ovos de avestruz que dentro guardavam um brinquedo, as cobrinhas de chocolate branco que rastejavam na boca, as cocadas que soltavam fogos de artifício quando comidas e também os sapos de chocolate com figurinhas de grandes bruxos dentro e os feijões de todos os sabores.
Victor tirou Benedita Dorado no sapo de chocolate, ex-diretora de Castelobruxo. Uma senhora de pele escura e roupas brancas, uma aparência de uma bruxa... 'tropical'. Juan disse que ela nasceu em Arraial d'Ajuda na Bahia.
- Como será que é a nova diretora de Castelobruxo? - perguntou Iraci
- Carmem Plata... Ela dá aula lá faz uns 30 anos - respondeu Victor, agora mais solto.
- Mi abuela disse que já viu ela. Que ela foi escolhida diretora com 25 anos.
- Jovem...
- Sim. Causou um pouco de discórdia, já que ela foi nomeada logo antes de Benedita morrer, parece que ela fez algo muito importante mas eu não sei o que é.
Iraci lembrou o que Juan falara com ela no Bairro das Estrelas, sobre o rio e o monitor assassinado.
- As-assassinado? - Victor falou engasgado.
- Não foi assassinado. Ele só apareceu... morto.
- Aonde?
- Ele estava todo molhado, mi abuela disse sobre uns boatos de que ele estava no Rio Dourado. Era um rio que um dos fundadores da escola se banhava, o que fundou a casa dos jaguarélios. Ele era um bruxo muito poderoso, mais poderoso que os outros três, ele se banhava nesse rio e saia todo dourado mas quando outras pessoas se banham lá, saem mortas! Ele era do Peru, qual era o nome dele mesmo... Sumac! Jë Sumac!
- Mas ele era mau? - Victor estava apreensivo
- No. Ele não era mau, ele também não era contra trouxas na escola. É que um dia ele viu um homem se banhar no seu rio e ficou muito furioso, pois esse homem queria se igualar a ele. Só um herdeiro de Sumac pode mudar o feitiço no rio.
Iraci estava pensativa. Quem era esse homem que se banhou no rio de Sumac? Sumac, se era um homem bom, porque fez um rio ficar envenenado? E será que o rio só mata algumas pessoas? Certas pessoas? Será que estava em uma câmara secreta assim como aconteceu com Harry?

Castelobruxo - Iraci e o Rio SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora