A Colecionadora de Almas

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  Azakiel estava na porta do cinema junto à sua irmã e ao Rafael. O grande problema em questão era que ele já havia ligado para Macayla 6 vezes e nada dela aceitar a chamada.

— Isso é muito estranho. —  Disse Rafael. —  Eu falei com ela assim que saí de  casa ela havia me mandado mensagem dizendo que já estava saindo, e agora do nada...

—  Calma gente, vai ver ela não carregou o telefone! —  Respondeu Alexia consertando a alça do seu vestido amarelo.

—  Mas ela mora aqui perto. —  Disse Zak. —  Não tem sentido ela demorar tanto tempo para chegar até aqui! Mesmo sem o celular!

—  Irei a casa dela checar se estar tudo bem... Talvez o pai dela saiba de algo. — Disse Alexia.

—  Os pais de Macayla viajaram ontem a noite Alex... —  Disse Rafael.

—  Droga. É verdade. —  Respondeu coçando a testa em sinal de nervosismo. —  Vocês acham que ela foi assaltada ou sei lá o que?

—  Macayla? Ela quebraria os braços do assaltante em segundos! Droga! Estou preocupado galera... E se aqueles enfermos apareceram de novo?  Estou assustado que algo possa ter acontecido com ela... — Disse Zak.

—  Calma. Olha, você mesmo disse certo? Ela quebraria os braços de um assaltante em segundos. Maca sabe se virar sozinha ela vai ficar bem. Iremos achar ela, afinal de contas, é a Macayla galera! O que pode acontecer de ruim com aquela garota maluca? — Perguntou tentando acalmar os dois, porém ela provavelmente estava mais nervosa que ambos ali.

***

  Maca gemeu de dor ao tentar levantar sua cabeça. Estava acorrentada. Seus braços estavam rentes acima da cabeça. Os pés acorrentados a um metal denso e pesado atrás dela, o que a fez ficar em uma posição extremamente desconfortável, como um "J", sua coluna doía  e seu rosto estava pintado de vermelho devido a quantidade de sangue que perdera ao ser torturada, assim como todo seu corpo repleto de hematomas.

   Rowan pegou um copo d'água com sua feição preocupada a fazendo beber do líquido transparente, ela engoliu um pouco mas fez uma careta de nojo.

—  Eu sei. —  Disse Azazel, o garotinho. Ele estava brincando com um cubo mágico completamente branco, sem cores alguma. — O gosto do sangue na boca está descendo junto com a água não está? Como vampiros gostam disso? É nojento... —  Respondeu sorrindo enquanto deitava no sofá velho daquele galpão e continuava brincando com o cubo mágico.

— Desculpe por isso... Mas você vai ficar bem... Quando ver que tudo isso é algo bom. —  Disse Rowan e Macayla começou a gargalhar de rir.

 — Olha... Eu já pensei que eu fosse... Fosse louca m-mas. Você é insano. — Disse ela ainda em dor e agonia.

— Você diz isso agora, pois não sabe o que estamos enfrentando. —  Ele respondeu e Azazel riu da situação.

—  Para de flertar com ela Rowan. Seu pedófilo.

—  Cala a boca. —  Disse Rowan indo em direção a uma mesa e colocando o copo em cima. —  E qual é a graça disso? Ficar brincando com a porra de um cubo sem cores? Ele é completamente branco!

—  Assim como a alma dele. —  Disse Macayla. — Vazio. É uma metáfora. —  Aquilo despertou a atenção de Azazel que parou de mexer no cubo e se sentou para escutar Macayla. — Brincamos com nossas almas vazias o tempo todo. Assim como ele brinca com o cubo, correndo... Peça por peça sabendo que não irá a lugar algum, mas ainda assim... Continuamos a brincar com as almas uns dos outros, e até mesma com as nossas. Todos somos vazios por dentro. Tudo... B-Branco. Certo? —  Disse a menina encarando Azazel. O menino parecia surpreso.

Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoOnde histórias criam vida. Descubra agora