Cinco

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Três dias no inferno.

Sirius e Snape não se atacavam mais nos corredores, era verdade. Os dois aparentemente haviam chego a um acordo de apenas conjurarem pipoca para dividirem e um sofá confortável a cada vez que as mães de ambos se encontravam, pois eles sabiam que elas iriam começar a discutir - e aparentemente, os dois adoravam colocar lenha na fogueira fazendo comentários "acidentais" no meio dessas calorosas discussões.

Um dia, Walburga quase deu um Crucio na irmã mais nova, mas, com sua inteligência Sonserina e habilidade dos Prince, ela se desviou e lançou três azarações seguidas na mais velha, que bloqueou todas.

Infelizmente - para os meninos - Dumbledore, Minerva ou Flitwick sempre davam o ar de sua graça e apareciam para apartar a briga antes que Imperdoáveis fossem jogadas.

E logo era faltava dois dias para seu casamento. Dali a menos de 48 horas, estaria casado, tornando-se, pelo período de um ano, James Fleamont Snape.

Ele estava enjoado.

Lendo e relendo o contrato, Remus franzia o cenho para os papéis, murmurando para si mesmo e lançando olhares penosos para o outro Ômega do quarto.

— O que foi, Remus? — Peter perguntou, vendo os olhares do amigo lobisomem.

— Bom... — Remus pigarreou, se mexendo desconfortável na cama, atraindo os olhares dos Marotos e do outro ocupante do dormitório, Frank Longbottom. — Aqui diz que, caso James não consiga engravidar no prazo de um ano completo, mais dois serão adicionados, dobrando sempre. Logo, se ele não engravidar até o dia 27 de novembro do ano que vem, ele terá que ficar mais dois anos casado com Snape. Depois, caso a gravidez não venha, ele deverá ficar mais quatro anos, depois oito, então dezesseis, e assim vai.

James gemeu de desgosto, deitado com a cabeça no colo de Sirius enquanto recebia um cafuné gostoso, ele ouvia tudo e só podia resmungar em resposta, pois achava que, caso abrisse a boca, vomitaria seu jantar.

— Sabe, pelo menos ele não será inteiramente depende do noivo. — com a frase de Frank, todos o encaravam como se fosse louco. — Ah, faça-me o favor! Todos vocês viram como Snape queria distância de Narcisa, mesmo namorando com ela.

Isso era verdade. Os cinco relembraram com diversão a época de seu quarto ano, quando Narcisa Black e Severus Snape anunciaram seu namoro. Foi uma bomba em toda a escola, e eles riam escandalosamente ao lembrar de como Snape parecia fugir da garota a cada instante.

— Mas, hey, tem um ponto bom nisso tudo. — Sirius foi parando de rir aos poucos para respirar, conseguindo dizer a frase toda mesmo que ainda estivesse um pouco ofegante.

— Ilumine-nos Padfoot, não temos bola de cristal. — Wormtail disse com um risinho irônico.

— Lucius. — só foi preciso dizer essa palavra para todos no quarto começarem a discutir.

— Ah, qual é, Pads! — James riu fraco, ainda um pouco enjoado. — Eu aqui quase morrendo e você só se importando com comida!

— Mas ele tá falando do Malfoy. — Peter murmurou confuso. Qual do recebeu o olhar cético de seus amigos foi que seu cérebro relacionou "comida" com "Lucius" e então "sexo". — Ah...

— Trocadilho ruim, Potter. — murmurou Moony, sorrindo.





Dormitório Masculino da Sonserina, na mesma noite, alguns minutos atrás




— Eu, com certeza, acho que Tom deveria ter chamado Bellatrix. — opinou Lucius. — Tá que Rabastian Lestrange é bonito e tudo, mas, sinceramente... — o loiro franziu o cenho. — Eu acho ele um idiota.

— Pelo menos eu não vou com uma Grifinória. — alfinetou Tom, arqueando sua sobrancelha castanho-escura perfeitamente bem-feita.

— Valeu por me lembrar. — Severus murmurou, a cara enterrada contra os travesseiros macios da cama de Lucius, mais desanimado e irritadiço que nunca.

— Ah, pobre Sev. — Aisha Pucey, futura Aisha Zabini, suspirou e voltou a acariciar os cabelos negros do amigo, o olhar de compaixão e as mãos suaves nos cabelos do maior funcionavam melhor que um sonífero no mais velho.

— Sim, em breve ele não poderá mais dormir como um gato no nosso humilde dormitório. — a voz debochada de Mark Zabini zuniu em seus ouvidos como um inseto chato.

— Vá. Se. Foder. — Snape rosnou, agarrando um dos travesseiros e cobrindo sua cabeça, tentando abafar as vozes dos "amigos" já não tão amigos assim.

Régulus empurrou Aisha, se sentando em seu lugar e abraçando o corpo maior que o seu, tentando passar algum conforto para o amigo. Ele sabia que seu cheiro de Ômega ajudava a acalmar os ferozes hormônios de Alfa que Severus tão desesperadamente reprimia com ajuda de Poções, que começaram a não funcionar mais desde que ele soube que era 'O Escolhido'. Somente o cheiro de seu Ômega o acalmaria completamente, mas como... Bom, de qualquer forma, o cheiro de Régulus era o mais próximo que chegava de algo que o acalmasse, então eles o usavam, com permissão concreta do sextanista.

— Você quer comer alguma coisa? — Tom ofereceu, entre todos os presentes naquele dormitório para cinco estudantes, era ele o mais calmo e controlado. — Beber algo? Uma poção...?

— Quero dormir. — retrucou o sonolento Sonserino, a voz abafada.

— TODOS PRA FORA DA PORRA DO DORMITÓRIO! — Lucius gritou, expulsando os que não pertenciam àquele cômodo do recinto. — Sev precisa ter seu sono de nove horas.

— São oito, Lucius. — retrucou Severus, retirando o travesseiro da cabeça para poder presenciar a cena do loiro expulsando os outros Sonserinos.

— Pra você são nove. — disse o Malfoy. — Afinal, depois de amanhã é o seu grande dia.

— E depois tem a Noite de Núpcias. — riu Mark de sua cama.

— Uma semana sem nós. — acrescentou Tom.

— Uma semana fodendo Potter. — Seth Flint riu, levando seus colegas de dormitório - menos Severus - a gargalhar da cara franzida do Snape.

— Ah, vamos lá, Sev. — Lucius sorriu. — Não minta pra nós. O que você acha do Potter?

— Mesquinho, metido, arrogante, filhinho de papai, irritante, imprudente, Grifinório, chato, encrenqueiro...

— Já entendemos. — Mark revirou os olhos.

— Estamos falando do físico. — Seth imitou a ação de Mark. — Admita, ele tem uma boa bunda.

Todos olharam para ele.

— O quê? — perguntou confuso. — Só porque eu não gosto dele não quer dizer que eu não vá apreciar uma bela bunda sendo exibida.

— Isso foi, definitivamente, nojento. — Severus pulou para sua cama, a última, mais afastada da porta, ainda de cenho franzido.

— Hey, Sev. — o Snape olhou para Tom, que exibia um sorrisinho malicioso. — De qualquer forma, se você não gostar de foder com Potter, talvez Régulus te ajude com sua frustração sexual.

— Boa noite, Tom. — Severus fechou a cortina de sua cama sob uma chuva de gargalhadas de seus amigos, fazendo um feitiço de privacidade e uma barreira anti-som, fechando os olhos com um sorrisinho de canto.

Afinal, ele veria por si só se valia a pena essa droga de contrato de casamento selado pela deusa Lua.

O pensamento fez seu estômago revirar enquanto ele se deixava, lentamente, ser conduzido pelo mundo dos sonhos.

A Rosa Dourada - SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora