Caderno Vermelho

Bem, Mao e Jung (não sei se necessariamente nesta ordem) tiveram seus respectivos livros vermelhos. Eu como brasileiro terceiro mundista, prefiro um caderno. Quem sabe um dia, com os recursos materiais necessários, isto se torne um livro físico também. A diferença entre os dois autores supracitados, sem pensar na dicotomia entre oriente e ocidente, é que o pai da psicologia analítica se baseia no espiritualismo e o pai da revolução comunista na China contemporânea era um marxista (e consequentemente ateu) que visava a política pública e não o mundo do invisível.

Ainda não li o de Jung, portanto me absterei de comentários sobre a estrutura teórica elaborada por ele, mas também não pretendo confeccionar um manual prático no presente trabalho, portanto tentarei deixar de lado o viés ideológico da presente obra. Interpretem como der na telha. Vocês sempre erram em suas análises.

Pra começo de conversa, recomendo a audição de Sade, a compositora e intérprete de música Soul. Essa dica não tem nada a ver com o fato de o dia de hoje ser o aniversário de sessenta anos dela. Quando eu terminar de entender como funciona este teclado do computador no qual escrevo, coloco alguns travessões para Hank se expressar livremente. Escrever as falas de uma personagem com aspas ou em itálico confunde alguns leitores mais puristas. Por hora me contentarei com estas anotações aforísticas. Prometo que no futuro os capítulos estarão em ordem cronológica caros fãs.

A realidade como se apresenta hoje é tão cruel quanto trinta anos atrás. Alguns dizem que o atual governo é filofascista, isso é verdade até certo ponto, porém não dá pra comparar a atual conjuntura com a Itália de Mussolini na época da Grande Guerra Patriótica. 

Enfim, considerem esta humilde página introdutória como uma epígrafe auto-citada demasiadamente longa para o que virá seguir. O sono dos ímpios me chama, nem só os justos merecem dormir.