HORTÊNCIA CAPÍTULO 20.

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HORTÊNCIA CAPÍTULO 20.

UMA MORDIDA E NOS DEPARAMOS COM A REALIDADE.


Porque nos seres humanos somos tão fracos e sedemos a chantagem com tanta facilidade? A resposta é óbvia, não precisa ser gênio para descobrir, o fato de cedermos implica no objeto do qual está sendo usado para nos ameaçar.

 Ele estava no controle, sabia exatamente que aquela criança me afetava emocionalmente, usou ela sem o menor pudor ou caráter.

A falta de humanidade dele é algo para ser estudada, ele precisa de tratamento psicológico. A frieza com que ele age e fala de outro ser é repulsiva. A forma que se referiu em fazer mal ao menino deixando claro que o cortaria em pedaços e ainda mandaria para mim em caixas soou de maneira simples e sem remorsos.

Se fosse numa frase comum soaria assim (vou na feira comprar tomates e já volto).

Chantagem é algo imoral, sujo, o chantagista usa da chantagem para se beneficiar, tirar proveito da pessoa ameaçada.

Aquele homem quando derrubou minha porta de maneira inconcebível já tinha todo seu plano traçado para que eu me sujeita-se a ele.  Não havia saída para mim, por bem ou por mal eu iria me deitar com ele pela vida do menino, pela minha, ou pela vila toda, eu cederia, jamais permitiria que ele fizesse mal a eles, tenho apreço, e afeição por todos.

Quando ele me tocou rudemente pelos pulsos eu juro que pensei em desistir do acordo, e manda-lo pro inferno. Mas onde estava meu instinto de sobrevivência, enfrenta-lo ali, no seu ambiente era burrice. 

Eu estava na minha casa, mas se eu se olho a situação por outro ângulo eu não teria chance alguma contra ele. Eu não tinha um vizinho, um amigo para ligar, nem se quer telefone funcionava ali. E o pior a escuridão, a mata fechada, os córregos, os brejos, eu tinha uma banqueta, poderia ter arremessado contra ele, e se não desse certo a fúria dele seria ainda maior vocês não acham? Eu não tinha dúvidas.

Quando seu braço envolveu minha cintura meu corpo se juntou ao dele ele disse que se eu não concorda-se ele iria usar o meu corpo e que no outro dia eu pediria a morte. Quando me mordeu, eu cai em mim e a dor que senti com aquela mordida selou nosso acordo. Ele não estava para brincadeiras, chorar, gritar, se descabelar não mudaria nada eu era sua presa.

Mudei o rumo dos meus pensamentos e vesti uma máscara, levei minha mente para outro lugar e a partir daquele momento eu não seria a Hortência, coitada, subjugada que estava sendo ameaçada e chantageada. Ele pediu para que eu usasse seu corpo e que lhe mostraria meus pontos de prazer.

Eu estudei a anatomia humana, sabia, com perfeição os pontos sensíveis em qualquer corpo  ,soou melhor do que deixa-lo usar meu corpo. Ser violada e humilhada, de forma torta era uma troca. Será que eu poderia sentir prazer com ele depois do que ele me fez?  Seria possível ele me tocar de forma íntima e eu gostar, Ou eu toca-lo? eu estava prestes a descobrir.

Quando meus dedos começaram a abrir sua camisa minhas mãos tremeram, era agoniante eu estava montada sobre seu corpo e sentia seu pênis pelo tecido da calça.

 Ele estava pronto, explodindo e eu continuei, me lembrei de um livro que li de uma dona de casa com filhos marido desinteressado, desapaixonado por ela, era uma mulher jovem bonita, mas o homem a quem amou um dia não a amava mais, nem ao menos a queria como amante.

Cansada de ser humilhada e desprezada chutou ele, pegou os filhos e foi atrás de viver do jeito que achava que seria melhor e emocionante para ela. Se encontrou em uma boate dançando para estranhos, ela usava uma máscara negra em seu rosto, dizia que daquela forma poderia ser quem ela quisesse quem a visse pensaria da mesma forma. Ninguém lhe apontaria o dedo, e poderia escolher com quem se deitar e ter prazer ou, dar. 

O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora