Victor treinava quadribol enquanto seus amigos das outras casas não obtinham respostas para os mistérios. Victor ficava na função de artilheiro, Castelobruxo passou a aceitar pelo menos dois alunos do primeiro ano para jogar quadribol a partir de 1989, porém as vassouras eram propriedade da escola emprestada para os alunos mais novos. Victor gostava de jogar quadribol, brincava com seu pai quando ele era menor, sabia montar em vassouras, mirar em arcos, era um bom jogador.
A líder do time era Clarice Mattos, uma jovem com pele escura de cabelos rastafári, sua voz grave prendia a atenção dos jogadores quando explicava o que deviam fazer. As vassouras emprestadas da escola para os jogadores do primeiro ano eram Nimbus 2010, uma marca boa, porém da década passada.
As cores do uniforme dos jogadores tupênios eram prata e roxo-brilhante, os alunos voavam no céu com suas vassouras pegando as bolas e jogando nas cestas, Victor se sentia livre, os cabelos ao vento, um sorriso sereno, as mãos na vassoura, era espetacular.uniforme do time dos tupênios
(desenho original)Após os treinos, o menino foi se trocar para descansar, enquanto colocava a capa verde-escuro brilhante, veio um menino de sua casa cumprimenta-lo, ele tinha a pele morena e os cabelos crespos bem cuidados, a mesma altura de Victor.
- Oi! Você fez um bom trabalho como artilheiro no jogo. Sou Júlio Mattos, irmão mais novo da capitã.
- Obrigado, Júlio - Victor respondia calçando os tênis - você também fez um bom trabalho como apanhador.
Os meninos conversaram um pouco e então caminharam juntos até sua casa até que...
- O que é isso? - Júlio perguntava assustado.
Era o corpo petrificado e molhado de Catarina Rodrigues, monitora dos jaguarélios.
- Chame ajuda agora, Júlio - Victor estava parado no mesmo lugar, contendo seu pavor.
Júlio saiu gritando correndo, um tempo depois chegaram os professores e a diretora, com os olhos arregalados de pavor. Carmem Plata estava assustada mas mostrou calma e falou para os alunos da tupênia que iam chegando para o caminho dos quartos.
- Vão para seus quartos, sem fazer barulho.
Catarina com o rosto petrificado sem mostrar reação nenhuma, os cabelos pareciam estar voando, suas vestes também, Catarina parecia estar dentro da água.
Victor sussurrou ainda assustado:
- Dourado.
Sentia olhos de águia o vigiando então olhou para trás e viu um homem de cabelos ruivos escuros com um olhar tenebroso diretamente nos olhos pequenos de Victor, o homem tinha expressão de raiva, mas não trocou uma palavra, porque Madame Sakura pegou Victor pelos ombros e o levou para a casa dos tupênios, no caminho, pararam em um corredor vazio e a professora o alertou:
- Fique longe desse homem, sr. Omori.
- Mas--
- Fique longe! Me prometa.
- Está bem.
- Agora vá.o homem que encarava Victor
(desenho original)Victor parecia ter visto três fantasmas de vez, mas estava muito pensativo. Quem era aquele homem? Por que Madame Sakura o alertou?
···
No outro dia, Victor tomava o café da manhã junto de Júlio, Júlio sabia mais do mundo bruxo do que Victor, seu pai era um homem bem sucedido, trabalhava no Ministério de Magia do Brasil, conhecia todo tipo de gente. Victor então iniciou:
- Júlio... Você conhece um homem... Uh, ruivo?
- Ora, um monte! - Júlio comia seu sanduíche.
- Não... - Victor não sabia nada de quem se referia, difícil - Um de cara feia?
Júlio abriu os olhos, era uma referência exata sobre quem Victor queria saber.
- Charles Joaquin? Um que usa sempre umas roupas longas?
O homem feio usava roupas longas.
- Deve ser - Victor respondeu animado e confuso.
- Ah ele também trabalha no Ministério com papai. Ele é jaguarélio. Papai odeia ele... Mas também né, os jaguarélios se acham, com Charles não é diferente. Charles liga muito para dinheiro e desmerece muito todo mundo - Victor estava curioso. Júlio continuou - segundo papai né... Todo mundo diz que os tupênios são os piores mas isso é rumor que os jaguarélios inventaram, a gente pode ser um pouco frio e calculista, sempre pensando em tudo, mas os jaguarélios? Ugh! Eles sempre se gabam por terem bruxos poderosos e se arriscar em coisas bobas para depois mostrar como são importantes. Ridículo.
Jaguarélios eram realmente os principais de tudo, fortes e com bruxos importantes, sempre eram privilegiados. Viviam falando que os tupênios eram "a sonserina tupiniquim". Mas agora Victor estava pensando em outra coisa, que poderia ter sido Charles que abriu o Rio Dourado.···
Nas aulas de Defesa Contra as Forças do Mal, Madame Guarani pediu para que os alunos fizessem duplas com alunos da outra casa, para que tentassem tirar o parceiro do chão.
Iraci e Victor ficaram juntos, Iraci explicou sobre Carlos para Victor e ele falou sobre Charles.
- Então o que você acha sobre Charles, Victor?
- Acho que ele estava procurando o rio e colocava alunos para entrar no rio antes dele. Meio que como teste.
- PAREM DE CONVERSAR VOCÊS DOIS! - berrava Cuca apontando para Victor e Iraci.Madame Guarani ou Cuca
(desenho original)- Perdão, Madame Guarani - falavam Iraci e Victor juntos.
- VAMOS! TIREM SEU PARCEIRO DO CHÃO!
Victor apontava a varinha para Iraci, enquanto ela apontava a sua para ele.
- Essa dai quer que façamos o feitiço de levitação com pessoas antes de fazermos com penas - sussurrava Victor.
- Eu até entendo... Quando vamos precisar levitar penas para se defender do mal? - Iraci respondia rindo junto de Victor.
Depois de muito esforço, Iraci conseguiu levitar Victor antes dele dominar ela.
- Hum! Parabéns srta. Régia. 15 pontos para os guaranis.
Victor apertou a mão de Iraci em sinal de parabenização e continuou a teoria sobre Charles:
- Júlio disse que ele se importa muito com dinheiro, e os jaguarélios são muito irritantes, provavelmente ele iria fingir que tinha "achado" o rio e depois fazer quinhentos feitiços de proteção para ninguém mais pôr a mão no rio e ficar com riquezas e tal.
- Hum... Você tem pontos. Talvez também Carlos e Catarina acabaram descobrindo sobre o rio e Charles o matou logo depois deles terem conseguido poder e riquezas, logo depois deles terem entrado no rio. Por isso eles estavam molhados.
Victor sorriu, estavam chegando cada vez mais perto. Mas logo o sorriso sumiu e se mostrou em expressão de dúvida.
- Mas, Iraci... Só Charles morreu. Catarina foi petrificada. Por que?
- Que saco! Damos um passo para frente e dois para trás!
- Calma... Pelo menos já temos um suspeito, aliás, Madame Sakura me parou para me avisar que ele é perigoso. Com certeza é ele.
Com um sorriso cúmplice, Iraci e Victor se sentiam grandes bruxos.
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Castelobruxo - Iraci e o Rio Secreto
RandomEm Castelobruxo, a escola de bruxaria sul-americana, 4 jovens bruxos latino-americanos conhecem o mundo mágico dos magos e feiticeiras enquanto enfrentam o perigo de um rio secreto escondido debaixo do chão em que os estudantes pisam. Partidas de qu...