Capítulo 00

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Quinze anos atrás.

Ala B, Palácio de Tiamat; Hargothriand, the Dragon's Lair;

Maison estava sentado em seu trono, era um pouco mais de meia noite. Era o aniversário de um ano de sua filha mais nova. Ele tentava embrulhar um presente com a ajuda de seu irmão mais velho, Hélio, o antigo sucessor do trono em que agora está sentado.

- Não é assim, Maison! - Hélio ri da falta de habilidade de seu irmão mais novo. Este que resmunga, pois acredita fielmente que era a maneira correta de manusear os laços na caixa. - Você precisa colocar por cima. - ele puxa a caixa - Ethan disse que nós precisamos dar a volta assim, depois viramos a caixa...

Os dois soltavam risadas enquanto tentavam deixar a caixa amarela apresentável para a menininha, que segundo o irmão mais velho, ama amarelo.

Os guardas que faziam a escolta do rei de Hargothriand e sua família, soltavam leves risadas ao ver os dois irmãos interagirem de forma tão cúmplice desde que eram pequeninos.

Ruel, o assistente e melhor amigo de Maison aparece rapidamente na sala do trono, chamando a atenção dos guardas e algumas criadas. Ele vestia um roupão cinza e tinha pantufas da cor azul calçadas em seus pés um tanto grandes.

- Majestade... - ele se curva - General. - ele cumprimenta Hélio.

- Ruel? O que está fazendo aqui? Pensei que eu havia liberado você. Não deveria estar a caminho de Glaron*? - Maison indaga, pois pensava que era o fim de semana de folga de seu amigo, mas o mesmo se encontrava bem na sua frente.

O homem de cabelos encaracolados pigarreia. Ruel está sentindo o nervosismo mais intenso de sua vida.

- Eu estava em Glaron, mas peguei o trem assim que recebi uma carta. - ele tateia seus bolsos a procura do papel amassado.

- Que carta, Ruel? - dessa vez é Hélio que pergunta, mais focado no que está acontecendo. O secretário enfim consegue retirar o pequeno pergaminho de seu bolso e passa a espremer os olhos para tentar desenrolar algo ali, devido ao seu visível nervosismo.

- E-eu... Bom, há uma mensagem. É anônimo, não há nada aqui. Foi atirado na janela de miinha casa, com uma pedra aleatória do meu jardim. Mas eu acho que lhes diz respeito. - o homem de quase um metro e setenta entrega a carta para o rei.

Maison lê cada palavra em concentração.

"Aqueles que têm a marca sucumbirão."

- Marca? - Hélio olha para Ruel, que engole em seco. Vendo que o secretário não irá dizer nada, olha para o irmão, que parecia mais pálido do que uma folha de papel. - Maison, você sabe de algo?

- E-eu... - ele suspira. - Você precisa vir comigo. - Maison entrega o escrito para Ruel, que começa a acompanhar as passadas apressadas dos dois filhos de Ragnar. O rei caminha rapidamente para a ala C, onde ficam os quartos da família real.

- Maison, o que está acontecendo? Eu perdi alguma coisa? - Hélio tenta arrancar alguma informação do irmão, mas ele não o responde até que entrassem no quarto em que as princesas Karmel e Elin dividem.

- Irmão, nosso pai sempre nos avisou sobre algo. Que nossa família é abençoada pelos deuses e toda sua excentricidade. - ele concorda lembrando do que seu falecido pai dizia - Então, eu nunca fui de ligar para isso, afinal eu nunca vi uma prova disso, entende?

- Como não!? Nós temos o Sternal. Isso já é uma bênção, Maison! - ele pergunta em um tom de choque, afinal, a jóia que receberam dos deuses milênios atrás, é a mais valiosa que existe em todas as seis dimensões.

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