Notícia

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Era verão e San Francisco estava muito quente. De uma lado havia crianças correndo pelas ruas enquanto brincavam de esconde-esconde, do outro, pais responsáveis observavam tudo cautelosamente para que nenhum de seus tesouros preciosos se machucassem pelas ruas ou fossem atropelados.

Eu e Joey estávamos voltando da escola, sem muito compromisso. Tínhamos ainda que preparar a apresentação de história para a semana que vem e é claro que deixaríamos tudo pra última hora.
- Greg sai daqui agora!!!! - ouvi, da esquina, minha mãe gritar com meu pai e algo se quebrando.

- Vishe - disse Joey, fazendo uma expressão no rosto.

- De novo isso, é todo dia - respondi, me aproximando de casa.

- Vai lá, se não a culpa vai ser minha daqui a pouco - ele disse, me dando um abraço rápido.

Suspirei em um sorriso e abri a porta. A cena fez com que minha expressão se desfizesse.

- Mas que merda é essa? - perguntei.

Minha mãe estava jogada no chão chorando de mais, o vaso de porcelanato, presente da minha avó, estava no chão todo partido desde grandes a pequenos pedaços no meio da sala. Porta-retratos estavam caídos no chão próximo da parede e meu pai estava sentado no sofá, com a cabeça baixa, enquanto segurava uma garrafa de cerveja. Ao me ver, minha mãe se levantou e veio até mim e me abraçou.

- Faça suas malas - ela sussurrou.

Depois de me largar, ela saiu e foi até a cozinha.

- Fazer? Porque? - perguntei ao meu pai, parando em frente a ele.

- Você vai morar comigo - ele disse, sem mais nem menos.

- O QUÊ? COMO? E VOU DEIXAR JOEY AQUI? NÃO! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! - respondi, de imediato.

Em 3 segundos, senti um ardor na cara e então percebi. Ele havia me dado um tapa. Meu pai havia levantado a mão pela primeira vez em 17 anos. Minha vontade era de cair no chão e chorar, chorar muito.

- Você vai comigo e ponto! É menor de idade! Faz o que eu mandar! - ele gritou.

- Grr - resmunguei, correndo pro meu quarto.

Arrumei a mala e logo meu pai invadiu meu quarto e a arrancou dali. Eu estava sendo forçada a esse tipo de coisa. Pena que não é crime, se não eu iria me dar bem com isso.

Saí dali e fui até a cozinha. Encarei minha mãe por um momento até ela perceber.

- Você vai deixar? Vai deixar que eu vá morar com esse estúpido alcoolizado? - perguntei, mas não obtive resposta. - EIN? VOCÊ VAI FAZER ISSO?

- EU NÃO TIVE ESCOLHA SAMANTHA! - ela disse, com os olhos fechados. - Ele conseguiu sua guarda, não pude ir contra isso.

- Como assim guarda? Vocês estavam se divorciando e não me avisaram? - minha raiva já estava perceptível.

- Samantha...

- Não mãe! - a interrompi. - Você escondeu isso de mim.

Completei, antes de sair dali e ir até o carro do meu pai.
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Eu não sabia que estávamos indo pra Londres. Literalmente do outro lado do mundo. Meu pai é muito cabaço mesmo.

- Anda, vai desfazer as malas. - ele disse, depois que chegamos na casa nova.

A casa até que era grande e tal. Mas eu preferia a outra, eu tinha o Joey como companhia, aqui eu não tenho ninguém. Meu quarto é maior do que o antigo, mas mesmo assim não me satisfez o bastante para aceitar as desculpas do meu pai.

- Olha, daqui a 10 minutos vamos sair para comer. Trate de desfazer as malas e amanhã cedo você já tem aula - ele disse, abrindo a porta do meu quarto.

Não respondi, simplesmente virei a cara e ouvi passos ate mim.

- Olha só - ele disse, agarrando meu rosto, enquanto me fazia olhar pra ele. - Ou você muda seu comportamento por nem ou vai ser por mal - ele disse, antes de sair e fechar a porta.

Me levantei e fui até o banheiro tomar um banho. Tirei a maquiagem carregada com o demaquilador e me despi, não estou acreditando que vou mudar minha personalidade por causa de um idiota estúpido e velho.

Abri o armário depois do banho mas lembrei que algumas roupas estavam dentro da mala, mas haviam outras ali que podiam servir. Tirei um vestido da gaveta e o vesti.

Voltei para o armário pra ver o que mais tinha ali. Eca, parecia que eu iria para um convento com aquelas roupas ali.

Guardei minhas roupas no armário e tirei a toalha da cabeça.

- MERDA! - gritei, quando chutei a parede com o dedo mindinho.

Peguei a escova e comecei a pentear o cabelo.

- Vamos, Samantha. - disse meu pai, do outro lado da porta.

- Ta - bufei.

Deixai a escova na pia e calcei umas botas de couro que combinavam com o vestido.

Estávamos indo ao Nandos', espero que a comida seja boa.

Depois de eternos 40 minutos, eu finalmente agradeci por ter chegado ao tal restaurante.

Sou Samantha Smith, tenho 17 anos e odeio minha vida no momento. Desculpa não me apresentar antes, eu estava fazendo uma crise mesmo.

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⏰ Última atualização: Nov 23, 2014 ⏰

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