Amor

6 0 0
                                    


Mas você era como um manto que me cobria nos dias frios. Era como a água que me refrescava do calor. A melodia que acalmava meu coração. O remédio que curava a minha dor. Era os lenços que limpavam minhas lágrimas. A mão que me levantava do chão. Você era aquilo que eu mais desejava. Você era o meu amigo.
Você não me perguntava se estava tudo bem, não precisava. Iria apenas vir me abraçar sem dizer nada até minhas preocupações acabarem. Você olhava no fundo de meu olhos e, ali, descobria todos os meus segredos. Tocava em meu corpo e, ali, sentia todas as minhas cicatrizes. Você passava a mão pelos meus cabelos, sem dizer que pareciam feios. Você entendia quando eu chorava, não me julgava por defeitos.
Certas vezes, nós brigávamos. Você se afastava de mim e me dava o tempo que precisava. Não me deixava de lado, ainda me observava. E sabia exatamente a hora que te necessitava e você voltava. Você sempre voltava. Não importa o que aconteça; no final, você sempre está aqui.
Você era como um sonho. Era a vida de todos os dias. A ilusão que me proponho. A realidade mais bonita.
Mas eu demorei. Sim, eu demorei demais para eu perceber tudo isso. A pessoa que sempre esteve ao meu lado, era a que eu mais menosprezava. Por anos te massacrava, não acreditava, dissimulado. Era quem eu menos confiava e quem eu mais me abria. Acreditei por muito tempo que era você quem me machucava, quando na verdade era quem mais me acolhia. Seus braços me envolviam, sua voz acalmaria. Eu demorei. Mas, finalmente, eu notei.

No final, eu não precisaria te julgar e te exigir mudar. Havia dor, havia cor. Eu poderia olhar para o espelho, apenas e, lá, eu enxergaria amor.

EspelhoWhere stories live. Discover now