Prólogo

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Cansado. Desesperado. Entediado. Sofrido. Medo. Devastado. Angustiado. Atento.

Essas eram boas palavras para descrever o estado qual Park Jimin se encontrara por todos esses anos. Não pode-se dizer que sua vida era só isso pois seria mentira. Não, não. A vida de Park conseguia ser horrenda em uma quantidade avassaladora, o que tornava tudo pior.

Vivera ali a vida toda, naquele lar. Lar não. Casa. Naquela casa. Creio que ninguém em sã consciência chamaria aquilo de lar. Nunca foi de sair, por conta própria e por conta de seus pais. Nunca foram muito liberais mas estava tudo bem, o menor já havia se acostumado com isso.

Como consequência de nunca sair de casa, Jimin se encontrava sozinho na maioria do tempo com a constante vontade de ter alguma companhia por perto, um amigo para poder desabafar e coisas que todos deveriam ter a oportunidade de ter. Às vezes, Jimin se pegava sonhando acordado sobre a vida que sempre desejara ter.

Mas sempre se despertava deles com os gritos vindo de sua mãe ou de seu pai. Para completar, Jimin também era filho único e a família não podia ter animais de estimação, então, era de fato uma vida muito monótona, infeliz e solitária.

Quinta-Feira, 20 de agosto

Malas prontas e guardadas em seu carro, Jeon Jungkook se despedia de familiares e amigos. Um chorava de um lado, outra elogiava e parabenizava o mais velho por concluir mais uma meta. Com seus 18 anos completo, há alguns dias atrás, Jungkook recebeu um e-mail da Kyungsung University, a melhor e mais renomada universidade de Busan. Era particular então conseguir uma bolsa era deveras difícil porém o garoto sempre foi muito esperto e levava jeito no colégio.

Tinha essa meta traçada desde o 9° ano, ou seja, quando estava no ensino fundamental. Enquanto as outras crianças procuravam se divertir e encontrar gostos em comum, Jeon usava todo seu tempo para os estudos e por conta disso, sempre foi uma pessoa muito isolada. Por toda sua vida, conseguiu conquistar uma amizade: Jung Hoseok, seu melhor amigo; O qual se encontrava desesperado pela partida do querido.

- Não, Gguk. Não se vá, por favor!- Hoseok choraminga no ombro amigo enquanto o abraça tão forte que era capaz de o garoto explodir-.

- Hobi, você sabe que é meu sonho desde menor. E eu também não vou embora para sempre, eu volto pra visitar vocês, hm? Nem é tão longe assim.- Jeon diz olhando pro amigo e para todos ali com um sorriso fechado-.

E com todos calmos, depois de muito choro e melancolia, o garoto dono dos cabelos cor marrom partiu em sua jornada. Respirou fundo e tratou de botar o pé no acelerador. Entusiasmado e assustado, tinha grandes expectativas da nova vida que iria ter de encarar.

Da cidade de onde morava para onde mudaria, seriam 240 quilômetros, dando assim estimadas três horas para chegar em seu destino caso fosse a 80 por hora. Como não desejava ir muito rápido com medo do trânsito que poderia estar muito agitado, Jeon apenas concordou em sua cabeça o horário que iria chegar e foi sem preocupação, sempre atento.

O trânsito não estava atordoado como pensou que estaria mas alguns carros se encontravam ali na rua, apenas parados, esperando algo. Tentou não ser curioso e decidiu apenas esperar. O tempo passou e todos começaram a mover novamente e na sua hora de passar, Jeon viu pela janela que um acidente havia ocorrido e não parecia ser algo pequeno. Sua cabeça acabou pensando na visão que acabara de ver por uns minutos mas logo isso passou.

As horas, quais pareceram anos, transpassaram e finalmente chegou em sua nova casa. Estacionando na frente de qualquer jeito, o mais velho saiu do carro com um grande ânimo e logo abriu o porta-malas, fazendo questão de tirar tudo com rapidez mas também com sensatez. Levando algumas caixas em suas mãos, andou pelo entrada e bateu na porta, de acordo com os donos que estariam alugando a casa, era só bater que eles entregaram a chave e partiriam. E foi o que aconteceu. Com muita gentileza, o dono de casa e sua esposa logo apareceram com um sorriso no rosto e com a chave nas mãos.

Jungkook acenou se despedindo do gentil pessoal e foi levando as outras coisas empacotadas para dentro. Enquanto levava a última, sentiu uma sensação estranha, para não dizer assustadora. Aquela sensação de não estar sozinho, aquela que você sente alguém ou algo te olhando. Achou estranho e deu uma olhada em volta, quando virou para a esquerda, lá estava. Um garoto o olhava com uma feição que era um misto de emoções, como confusão e dúvida juntos em um só.

Querendo passar uma boa impressão, o universitário acenou e sorriu dizendo um "Bom dia" para o rapaz. O mesmo que ficou assustado e se encolheu um pouco porém retribuindo o aceno e sem dizer nada. Apenas deu de ombros com um pouco de curiosidade e foi concluir o que estava a fazer.

Estava cansado, só queria tomar um banho e quem sabe tirar um cochilo parar acordar renovado? As aulas só começariam em duas semanas mas decidira vir mais cedo para se adaptar a nova cidade e conhecê-la.

Se sentia perdido mas como se, finalmente, havia encontrado seu lugar.

Subiu as escadas e enquanto olhava atentamente cada detalhe da casa, ia também procurando seu quarto, ou melhor, qual escolheria para ser seu quarto. Haviam quatro quartos e três banheiros, era uma casa bem grande para quem iria morar sozinho mas ninguém sabe o futuro e imprevistos podem estar sempre ocorrendo então se fosse o caso, já estaria preparado para qualquer coisa. Achou um quarto que em sua visão era mais que ótimo e foi tomar um banho quente para aliviar os nervos corporais, principalmente nas costas, que se encontravam latejando por conta do esforço feito mais cedo pelo rapaz.

Com a água percorrendo por todo seu corpo, Jeon não tirava a imagem do jovem magro e de olhar profundo que estava na janela. Seu pensamento se encontrava apenas ali.

Parecia assustado e isso não deixa de ser estranho.

Percebendo a demora que estava levando no banheiro, saiu com a toalha enrolada em sua cintura e foi se olhar no espelho para arrumar o cabelo (coisa que o mesmo fazia diariamente e quase a todo momento), que estava enorme por sinal. Por não ter arrumado nada em seu devido lugar, teve de descer para pegar umas roupas e assim o fez, logo, voltando pra cima de novo.

Se vestiu e deitou na cama que se encontrava sem forro quando notou que havia uma janela a poucos metros de onde estava, se supreeendeu quando reparou que a janela dava de frente para a de seu vizinho misterioso.

Sem muito o que fazer e com curiosidade de saber quem o mesmo era, abriu a janela de seu quarto e procurou algo para jogar na que estava em sua frente. Olhou cada canto do quarto procurando por uma pedra ou até mesmo algum tipo de sujeira mais "dura", pode-se assim dizer. Não encontrava nada e foi quando lembrou, o garoto havia uma grande coleção de pedras que catava na rua! Nunca teve o total conhecimento do por quê disso mas abriu um sorriso ladino ao saber que aquilo finalmente viria a calhar. Pegou logo umas caixas que pensou serem necessárias para mais tarde e abriu todas que estavam ali atrás de um pote com as tal requisitadas pedras.

Bam! Achei!

Correu para janela novamente e jogou uma pedrinha. Nada. Tentou de novo e o resultado foi o mesmo: nada. Tentou mais uma vez, até por que não iria desistir tão fácil de seu objetivo, e a janela finalmente foi aberta.

- Ei, que vandalismo é esse? Não consegue me chamar por palmas igual um ser humano normal? - o menino aparece e com ele, sua raiva também tinha presença.

- Acontece que eu não sou normal.- JK dá um sorriso-.

Não posso deixar de dizer que tudo começou a ficar mais interessante.

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