C A P I T U L O 09

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NATASHA

[Uma semana depois]

Uma semana se passou e com ela completo um mês de "estadia" aqui.

Um mês que minha vida mudou completamente.

Depois do beijo e ele pensar que eu o desprezava, as coisas entre mim e o Renato ficaram um pouco tensas.

Na verdade ficaram muito estressantes!

Todos os dias eu faço minhas atividades como sempre mas ele quase não olha mais para mim.

E quando abre a boca é para...

"Lave isso".

"Limpe isso".

"Passe isso".

Tudo que eu faço parece ser pouco pois sempre tem alguma outra coisa que ele "encontra" que requer minha "atenção".

Ele também não me chama mais para assistir os programas com ele.

Suspiro.

Pelo menos ele não está de máscara.

No primeiro dia que o vi eu tomei um susto, não vou mentir, mas também quem não tomaria?

Agora que estou acostumada, não o acho tão horrível assim.

Sim, ele é assustador e aquelas cicatrizes podem ser bem bizarras também, mas eu nunca gostei do convencional.

A verdade é que o beijo mecheu comigo... mas ao que tudo indica , com ele não, pois a cada dia mais parece que ele me odeia.

ㅡ Irei chegar mais tarde hoje,deixe o jantar na geladeira. Ele diz sem olhar para mim.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Respondo olhando para ele, querendo que ele me olhasse de volta.

Mas ele apenas acena e vai embora.

De longe posso ouvir o som de correntes e sei que ele está me trancando.

Eu deveria tentar fugir.

Ou ele me liberta, já que não me quer mais aqui.

ㅡ Sério que você está com raiva pelo o cara que te sequestrou não te querer mais?! ㅡ Murmuro alto para mim mesma.

Suspiro.

Eu tenho uma paixonite pelo meu sequestrador!

Quão patético é isso?

Volto ao trabalho para manter meus pensamentos longe.

Começo limpando o chão, passando um pano por todo aquele lugar.

Estou tão concentrada que chego até uma parte da casa que me é proibida.

Seu quarto.

Observo a grande porta preta com um misto de curiosidade e temor.

Olho para a porta da entrada... totalmente fechada.

E hoje é sábado então ele foi fazer... prefiro não pensar no que ele faz nos sábados.

Sinto um calafrio percorrer meu corpo.

Sei que é proibido entrar lá, mas ele já me odeia, o que ele vai fazer, me matar?

Além do mais irei apenas olhar rapidinho...

Toco na porta timidamente, apenas testando... Oh!

Está aberta.

Com o coração batendo fortemente em meu peito, eu coloco primeiro um pé e depois o outro.

O que eu vejo não é nada do que eu esperava.

Digamos que eu esperava crânios estampados pelas paredes, armadilhas e restos humanos talvez.

Mas isso, parece quase... normal.

Um armário onde ele guarda suas roupas, uma cabeceira e uma cama King size com lençol preto além de uma mesinha ao lado.

A única coisa nada normal era a grande prateleira de armas e acessórios firmadas na parede.

Olho todas aquelas armas com estranheza.

A maioria eu não sabia o que era direito.

Tinha muitos modelos de facas, além de serras, machados, machadinha, e até um arco e flecha!

Algo no chão me chama atenção.

É uma fotografia e parece que foi amassada várias vezes.

A pego.

Na foto há um garoto, em seus doze ou treze anos, e ele está sorrindo.

Toco timidamente o sorriso no papel.

É ele.

Eu sei que é ele.

Mais novo... e parece que em uma outra vida.

Ele era normal...

Deixo a foto rapidamente no mesmo lugar ㅡ no chão ㅡ onde estava e saio do seu quarto.

Estou muito confusa com o que acabei de ver.

Se ele era... normal antes, como ele ficou desse jeito?

E a sua família onde está ?

Perdida em pensamentos, sinto uma dor aguda em meu pé e grito.

Uma aranha enorme e com um perigoso aspecto acaba de me picar.

A Prisioneira #1 • Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora