Sorry, I'm alive

O recém chegado

Olhava atentamente para aquelas belas mas perigosas rosas que tinha plantado a alguns meses atrás. Todas tão belas e perfumadas sempre a inspirando em alguma coisa para escrever ou até mesmo pintar quando estava em pleno desespero por causa de algum bloqueio criativo.
Poderia fazer de tudo para que as suas rosas durassem para sempre mas não era como a vida funcionava e seria uma vida bem miserável ser imortal;ver todos que ama irem sem você não é algo que agrada alguém.

Naquele dia em especial,a mulher estava com bloqueio criativo para conseguir escrever o último livro de sua saga de livros e essa demorava estava começando a irritar seus “fãs”. “Por que não escreve logo???”,“Se eu soubesse que a autora demorasse tanto tempo para escrever os seus livros eu não teria nem tocado nesses livros!”,cada comentário mais raivoso e agressivo que o outro mas não os culpava,já estava quase um mês sem escrever nada e pintar alguma coisa e isso estava a estressando. Esse mês em si estava sendo estressante.
Só naquele mês,seu marido pediu divórcio,sua editora estava a ameaçando de perder o emprego se não fizesse algo,seu filho estava no hospital,seu ex a pressionando para que ela desse a guarda de sua filha a ele e sua mãe,a pessoa que mais a  apoiava e na quem a mulher confiava,morreu....aquele mês estava indo de mal a pior e sem muito esforço.

Deu um longo suspiro,se levantou e saiu de perto de suas rosas,lembrar das coisas ruins que tinham acontecido consigo não era uma coisa muito boa de acordo com o seu psicólogo. Foi para dentro de sua casa e foi diretamente para a sua sala de estar ver se pensava em alguma coisa que poderia ser sua salvação,seu fogo da inspiração como ela costumava chamar,mas parecia que a vida estava irritada com ela de alguma forma e não a mandava nem uma faísca de gás para ligar o fogo.
Pegou seu controle remoto e ligou a sua enorme tv,um filme de fantasia talvez a fizesse pensar em alguma coisa. Logo assim que ligou,estava passando o jornal anunciando que os robôs tinham chegado a mais de 500 milhões de vendas em apenas um ano. Nunca parou em sua mente ter algum servo robótico,achava que isso seria um tipo de escravo só que robô,queria dizer,eles só servem para fazer tal coisa e você pode substituí-lo facilmente para algum outro robô e isso sem contar que eles pareciam humanos.

—....Bizarro...—Falou baixo. Não se importava com os robôs e com certeza não tinha um problema contra eles mas tinha um problema contra os donos deles,será que eles não vêem um ser humano naquele robô que assemelha perfeitamente a um?

Agora sua mente estava interligada a algum outro assunto que nem ela mesmo sabia qual era,só sentia que deveria pensar nele. Não,ela não estava pensando em alguma ideia brilhante ou boa o suficiente para o final da saga e nem em alguma coisa muito produtiva,ela estava pensando em algo que não conhecia e nem sabia se existia apenas sentia. Era um sentimento reconfortante e puro,algo que ela quer sentir de novo quando tiver a chance.
Estava quase que dormindo,iria se afogar naquele sentimento,mas a batida da porta a fez acorda na realidade. Xingou a mãe e as futuras gerações da pessoa que estivesse batendo em sua porta por ter a tirando daquela adorável sensação.

Quando abriu,ela se surpreendeu ao ver o seu irmão mais velho, Alex ali parado junto do que parecia ser um garoto negro de vinte e pouco anos

—Finalmente me atendeu Ellen—Alex dizia—Foi mal chegar assim desse jeito mas você nunca atendia as minhas chamadas!

—Desculpa,Alex—Ellen deu espaço para que o garoto passa-se—Eu tava concentrada em.....outras coisas....

—Sinto muito pela sua mãe—Ellen se filha da segunda mulher do pai de Alex e,quando a mãe dela apareceu,Alex não parava quase nenhum dia em casa mas isso não impedia de que ele e Ellen tivessem uma relação forte de irmãos—E pelo seu filho....

—Não vai falar nada sobre o meu ex marido?

—Eu sempre odiei aquele cara,sempre achei que você conseguiria alguém melhor do que aquele jumento—O relacionamento de Alex e de seu ex se resumia em brigas,indiretas diretas e julgamento da parte de ambos—Mas esse não foi o motivo de eu estar aqui!